O Banco Europeu de Investimentos (BEI) vai inaugurar em breve uma filial no Brasil, em mais um movimento da União Europeia para ganhar terreno na América Latina ou, pelo menos, evitar a perda de espaço para a China na região. Na semana em que anunciará a nova operação, o vice-presidente do banco, Ricardo Mourinho, também vai assinar parcerias com o BNDES e com a cooperativa de crédito Sicredi para investimentos em energia renovável.
Pelo acordo, a instituição europeia está disponibilizando 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) para o financiamento de pequenos projetos de energia solar. A cooperativa vai entrar com o mesmo montante no projeto, que totalizará € 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões).
Com o BNDES, a ideia é trabalhar em conjunto no desenvolvimento de ferramentas financeiras que possibilitem o investimento privado europeu em bônus verdes. Em entrevista ao Valor, Mourinho disse que projetos de reflorestamento e de sustentabilidade econômica para a população da Amazônia também estão no radar do trabalho conjunto com o banco de fomento brasileiro.
O Brasil é, disparado, o principal mercado latino-americano para o BEI, com cerca de 40% de todos os aportes já feitos na região desde 1997. Com a abertura de uma filial, a ideia é dar maior celeridade às operações. “Dessa proximidade física queremos que nasça uma capacidade mais rápida de dar respostas, de identificar problemas e oportunidades. É uma nova oportunidade para catapultar a relação que temos com Brasil e a América Latina para um novo nível”, disse o vice-presidente da instituição.
O lado europeu garante que seu objetivo é participar do desenvolvimento de uma operação sustentável, que não consista somente na exploração e exportação da matéria-prima. Um exemplo é o próprio acordo com a Sicredi. Não haverá restrição sobre o país de origem dos painéis solares que serão financiados, mas a sustentabilidade do processo produtivo será avaliada.
Fonte: Valor Econômico
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