COLUNA ECONOMIA & COOPERATIVISMO
Esse período pós-pandemia está longe de ser um mar de rosas. Embora a fase mais grave da COVID 19 aparentemente tenha ficado para trás, as sequelas ainda castigam a economia global. A inflação elevadíssima – para citar apenas uma das mazelas – tem obrigado os bancos centrais a subir juros a patamares que podem resultar num processo recessivo.
O caso dos Estados Unidos é emblemático. A maior economia do mundo registra sua inflação mais alta em 41 anos. Sabe aquele dólar que a gente guarda no fundo da gaveta à espera da próxima viagem internacional? Ele perdeu 8,6% do seu poder de compra nos últimos 12 meses. É um patamar de inflação a que os americanos não estão acostumados. O risco é o Federal Reserve (FED) exagerar no remédio amargo dos juros e jogar o País – e o mundo – numa recessão econômica.
Aqui, no Brasil, os tempos também não estão fáceis. Além da inflação cavalar acima dos 10%, que afeta particularmente o poder de compra das famílias mais carentes, o País já vivencia um processo eleitoral que promete ser extremamente polarizado e cheio de ruídos políticos. O desespero por votos e a busca por popularidade têm gerado promessas populistas que causariam inveja até ao governo argentino. Só pra citar um exemplo: Lula e Bolsonaro ignoram a guerra da Rússia na Ucrânia e querem intervir na Petrobras para derrubar os preços dos combustíveis. Eu, economista liberal que sou, tenho calafrios…
Apesar das dificuldades, a economia brasileira vai crescer pouco mais de 1% neste ano. Não é um desempenho brilhante, mas está longe de ser uma recessão como alguns pessimistas de plantão previram. O segundo semestre será bastante desafiador por alguns motivos. A alta de juros está encarecendo o crédito, esfriando a demanda de pessoas físicas e jurídicas por financiamentos. Por outro lado, a liberação de parte do FGTS, a antecipação do 13º salário do INSS e o valor maior do Auxílio Brasil ajudam o consumo das famílias.
O mais importante é ter a convicção de que o Brasil, em 2023, continuará sendo um País cheio de oportunidades para aqueles que, como nós, acordam todos os dias dispostos a arregaçar as mangas e trabalhar. E isso independe da eleição. Lembre-se: quem faz o País crescer e gera empregos é o setor privado.
Nesse contexto, eu quero destacar o protagonismo econômico do cooperativismo em suas diversas áreas: agronegócio; consumo; infraestrutura; saúde; trabalho e produção de bens e serviços. Tudo isso financiado pelo cooperativismo de crédito, um segmento que cresce acima de 10% há vários anos.
Neste honroso espaço mensal da MundoCoop, pretendo mostrar a relevância do cooperativismo, seus impactos na economia e as oportunidades que o segmento tem para crescer. Espero contar com a sua parceria e, desde já, agradeço o carinho da sua audiência.
*Luís Artur Nogueira é economista, jornalista e palestrante. Atualmente, é comentarista econômico e apresentador da Jovem Pan News e colunista da ISTOÉ Dinheiro.
Coluna publicada originalmente na edição 106 da Revista MundoCoop
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