Superada a fase mais grave da COVID 19, o Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) foi realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, na região metropolitana do Recife. Promovida pela Confebras e com cerca de três mil pessoas no local e milhares via internet, a 14ª edição do Concred foi um sucesso, consolidando o modelo híbrido “figital” para grandes eventos.
Com uma programação diversificada e com renomados palestrantes, o congresso teve como tema central “Futuros Plurais e a Essência Humana: horizontes do Cooperativismo Financeiro rumo à Sociedade 5.0”. Eu tive a honra de participar do painel de Economia & Mercado e de conduzir 30 entrevistas com executivos do setor no estúdio ConectCoop, instalado na Feira de Negócios.
A partir desta visão privilegiada e de muito aprendizado com os verdadeiros protagonistas do cooperativismo financeiro do Brasil, gostaria de compartilhar cinco lições que aprendi nesta 14ª edição do Concred.
Inclusão: o cooperativismo é inclusivo e tem as pessoas no centro do negócio. O cooperado é um sócio do negócio, que precisa ser acolhido nas agências e jamais deve ser tratado como um cliente. Além disso, o lucro não pode ser o objetivo central, mas isso não significa que não deva existir uma preocupação com os resultados financeiros das cooperativas.
Sustentabilidade: o cooperativismo tem totais condições de continuar crescendo sem ignorar as boas práticas sustentáveis. Ao contrário: o setor já está empunhando a bandeira do ESG, com medidas concretas nas áreas ambientais, sociais e de governança corporativa.
Educação Financeira: como a incorporação deste tema ainda engatinha nas escolas e na sociedade em geral, cabe ao cooperativismo de crédito exercer o papel de educador financeiro dos seus associados. Além de oferecer crédito com juros mais baixos, é preciso orientar o cooperado a utilizar os recursos de forma responsável e inteligente.
Inovação: inovar é oferecer os principais recursos tecnológicos para os associados como aplicativos, PIX e as principais interfaces virtuais. Mas inovar também é expandir agências em pequenos municípios, que são ignorados pelo sistema bancário, e oferecer uma experiência inesquecível aos cooperados.
Crescimento: por fim, mas não menos importante, o cooperativismo financeiro tem totais condições de continuar crescendo acima de 10% ao ano durante muito tempo. E o melhor: essa expansão independe do resultado das eleições. Aliás, eu mesmo transmiti essa mensagem no painel de Economia & Mercado, e senti uma ótima recepção da plateia, que lotou o auditório principal.
Para concluir, gostaria de registrar o orgulho que os congressistas demonstravam por fazer parte desta família chamada Cooperativismo. Dava para ver no brilho dos olhos. E que venha logo a 15ª edição do Concred em Belo Horizonte, em 2024.
*Luís Artur Nogueira é economista, jornalista e palestrante. Atualmente, é comentarista econômico e apresentador da Jovem Pan News e colunista da ISTOÉ Dinheiro
Coluna publicada originalmente na edição 107 da Revista MundoCoop
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