Liderança é um dos tópicos mais discutidos no mundo – físico e virtual. Novos perfis, desafios, posicionamentos, skills, entre muitos outros requisitos de um bom líder são utilizados como régua para medir quem ocupará essa posição tão importante e, assim, impulsionará a empresa que representa no mercado. Mas qual o segredo para alcançar tal feito?
Cada vez mais, a relação entre sucesso individual e coletivo se estreita e exige das organizações uma visão que entenda como a presença de um verdadeiro líder afeta todo um grupo de colaboradores, assim como suas particularidades. Em contrapartida, a demanda exige que o líder abrace e transmita a cultura e propósito daquela organização em sua atuação e para os demais.
Seja liderando ou sendo liderado, alcançar a sensação de pertencimento tem se tornado a chave para o êxito. “O principal erro das empresas é ter uma narrativa bonita de equidade, diversidade e inclusão e não ter ações práticas. Não basta uma narrativa de marca e negócio bem contada, precisa ser vivenciada na prática. Acabou o “storytelling”, estamos na era do “storydoing”, explica Dhafyni Mendes Borges, uma das fundadoras do Todas Group, uma plataforma digital que acelera carreiras de mulheres através de tecnologia, conteúdo e apoio em escala.
E é justamente através da narrativa colocada em prática que o cenário vem mudando pra muitos. Para as mulheres, em específico. Um exemplo disso é a Rede Cooper, cooperativa de consumo, que deu um primeiro grande passo firmando uma parceria com o Todas Group para que suas colaboradoras se juntem a outras 25 mil mulheres do país que formam essa comunidade de impulsionamento profissional.
A parceria, iniciada esse ano, busca ampliar o conhecimento a respeito do protagonismo das mulheres nas organizações, ou em qualquer lugar que ela escolher estar, e já soma resultados. “Em 60 dias de programa, nós já tivemos 79% de engajamento, com nossas mulheres navegando e estudando os conteúdos da plataforma, com mais de 577 aulas assistidas. Isto é magnifico, pois a média das outras empresas do Brasil é de 15 a 30% de engajamento”, ressalta a diretora de Gente & Cultura da Rede Cooper, Fabiana S. Medeiros.
Mas não para por aí! Fabiana conta que a iniciativa veio para complementar o trabalho já realizado com a formação dos núcleos femininos e que irá impulsionar um outro objetivo da cooperativa, o de aumentar o número de mulheres em cargos de liderança, que hoje chega a 23%.
Retorno Imediato
Optar por um programa que integra de forma coletiva as mulheres da organização não é uma escolha ao acaso. É a partir dessas colaboradoras que toda a cooperativa sentirá e participará da mudança. “Entendemos que de forma coletiva o aprendizado e sua aplicabilidade ganham mais “corpo”, uma incentiva a outra, se complementam e acabam interagindo ainda mais”, destaca a diretora da Cooper.
Além de conteúdos de alto nível, o conhecimento aprendido serve para a ampliação do modelo mental, melhorando a performance interna e contribuindo de forma significativa para a vida de cada uma. Muito mais do que criar oportunidades, é preciso que as ferramentas necessárias para ocupa-las estejam disponíveis e acessíveis, garantindo assim que a chance de atuação seja real e efetiva. Com este ambiente e abertura, os ganhos com certeza são profissionais e pessoais.
A importância de enxergar que vida profissional também engloba fatores como relações pessoais, saúde mental, bem-estar e confiança já é comprovada por muitas pesquisas. Uma delas, realizada pelo próprio Todas Group, com o apoio de Viviane Leite, especialista em bem-estar, e da consultoria de pesquisa Inside Consumer Insights, aponta que 74% das mulheres sentem orgulho da empresa em que são colaboradoras e acreditam que podem crescer e se desenvolver profissionalmente. Contudo, apenas 56% se sentem realizadas no trabalho.
Ainda, 64% sentem-se parte de grupos e seguras para opinar com seus colegas. Porém, 50% delas sentem falta de terem lideranças femininas reais por perto para aprenderem.
Estar atento às transformações do mercado, principalmente em suas dinâmicas sociais, não só ajudam a compreender as novas tendências como, também, a se posicionar de forma eficiente. Dhafyni Mendes explica que o tema da diversidade, inclusão e equidade está ganhando cada vez mais consciência e atenção. “As pessoas, e principalmente, novas gerações não toleram coisas que outras gerações nem enxergavam muitas vezes”.
No caso da cultura cooperativista, o resultado da aplicação é dar continuidade a um modelo que já nasceu propício a essa mudança. “Quando falamos em cooperativismo estamos falando de uma união de interesses que visam o desenvolvimento econômico e social, com o objetivo de que as pessoas prosperem juntas, tenham mais oportunidades e vivam em um mundo mais justo. O Todas Group junto com a Rede Cooper busca exatamente isso, que os esforços de todas sejam em prol da construção de uma sociedade mais igualitária”, finaliza Dhafyni.
A parceria firmada já integra o Pacto Global da ONU, que visa colocar mais de 11 mil mulheres em posição de alta liderança no país até 2030, e caminha para se tornar um marcante exemplo, tanto para o movimento cooperativista quanto para as mulheres que, diariamente, ocupam, atuam e fazem a diferença na sociedade, atual e futura.
Por Fernanda Ricardi – Matéria publicada na edição 108 da Revista MundoCoop
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