Em mais um encontro, pessoas de dentro e de fora do cooperativismo puderam conferir palestras e painéis que discutiram as principais tendências do agronegócio mundial, além de promover o diálogo sobre os desafios que as cooperativas agro enfrentam atualmente.
Em 4 horas de transmissão, foram quatro palestras e três painéis que trouxeram os maiores temas do momento, incluindo inovação, insumos, tecnologia, conectividade e o futuro do agronegócio e das cooperativas. Foram mais de 7 mil inscritos e 467 cooperativas presentes, que acompanharam o evento durante toda a manhã.
Durante toda a manhã o público contribuiu com perguntas e diferentes pontos de vista, reverberando os conhecimentos apresentados por nossos 13 convidados e especialistas. Mais uma vez, o CoopTalks Agro foi o estopim de novas discussões, que irão movimentar os próximos meses, promovendo novos conhecimentos para o agro do futuro.
O evento
Com apresentação de Douglas Ferreira, diretor da MundoCoop, o CoopTalks Agro iniciou os trabalhos com a Abertura Oficial conduzida por Márcio Lopes Freitas, Presidente do Sistema OCB. Em sua fala inicial, Freitas destacou o impacto da guerra Ucrânia-Rússia no preço dos insumos, e como o cenário atual é desafiador para o cooperativismo e para a sociedade como um todo. Para finalizar, ele pediu atenção para o setor. “Vejo um momento ímpar para o cooperativismo. É preciso ter cautela para surfar essa onda de sabedoria, para buscar as melhoras soluções”, destacou.
Em seguida, o evento recebeu a presença de Alysson Paolinelli, ex-Ministro da Agricultura e Presidente da Abramilho. Em sua participação, Paolinelli evidenciou as mudanças que o agronegócio presenciou ao longo dos anos, o impacto dos diferentes governos e o progresso visto com a criação de órgãos como a Embrapa, que fomentou o desenvolvimento do setor. Para completar, ele reforçou o importante papel que as cooperativas desempenham nos negócios dos pequenos produtores, criando um ambiente que possibilita a competitividade entre os diferentes tamanhos de negócios.
Iniciando o primeiro painel do dia, ‘Tendências & Mercado’, o CoopTalks Agro recebeu Paulo Victor Almeida, diretor de negócios do Biopark, e Maikon Schiessl, sócio fundador da Agribase. Durante o debate, os convidados destacaram a importância de usar as novas tecnologias em prol da produção, principalmente com foco em aprimoramento a partir de dados. “Quando o produtor entende o mindset, a grande tendência é transformar a gestão em algo mais analítico”, afirmou Maikon. Além disso, o painel ressaltou temas como o uso da conectividade no desenvolvimento da produção agrícola. Contudo, Almeida explicou que a lenta chegada das novas tendências ao campo não podem ser motivo para um progresso lento. “O homem do campo não pode esperar a conectividade chegar”, afirmou.
Continuando a manhã de debates, Jacyr Costa Filho – Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp/Cosag e sócio na Agroadvice – abordou os temas do futuro na palestra ‘Agro 2030 – Tendências & Cenários’. Em sua fala, Jacyr trouxe o impacto da guerra na produção mundial, destacando o perigo da insegurança alimentar e a relevância de realizar a manutenção da capacidade produtiva do Brasil. “Nossa produção agrícola alimenta 800 milhões de pessoas, segundo a Embrapa. É importante garantir esse suprimento alimentar, e manter a nossa relevância neste tema”, salientou.
O papel das influenciadoras agro foi destaque no painel ‘Como melhorar a imagem do Agro’, que contou com as presenças da criadora do ‘Ela é do Agro!’, Aretuza Negri; da Gerente de Marketing Latam na Arable, Juliana Chini, e da Líder de Conteúdo da Bayer, Mariana Maciel. Durante o painel, as convidadas levantaram a importância da comunicação para o desenvolvimento do agronegócio. Em sua fala, Negri destacou o diálogo com o público externo como fundamental. “É diferente falar do agro para o agro e para as pessoas de fora do agro. Precisamos falar sobre o setor para o público além da porteira”, afirmou.
De olho em um novo alcance, Juliana Chini trouxe para a discussão a importância da ponte realizada entre influenciadores e os jovens, movimento que aproxima o campo da geração mais jovem. “Os influenciadores digitais conseguem trazer os termos técnicos para uma linguagem mais jovem e acessível, indo de encontro com as novas gerações e mostrando o campo para essa população”, destacou.
Para completar, o painel debateu o papel da comunicação para criar um relacionamento com o público, e como os influenciadores podem funcionar como embaixadores dos negócios e das cooperativas. “Não há mais a escolha de não estar antenado na comunicação. Devemos usar isso de novas formas, mostrando os pontos positivos do agro e convidando as pessoas a conhecerem as cooperativas e o campo”, Mariana afirmou.
Continuando o ciclo de palestras, o palco virtual do CoopTalks Agro recebeu o Diretor-presidente do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Wilson Bley Lipski. Em sua palestra, Lipski destacou a parceria do BRDE com as cooperativas, movimento que já resultou em mais de 945 milhões em contratações diretas. Ainda em sua explanação, o diretor salientou as novas frentes de atuação do BRDE, que incluem apoio à agricultura familiar, a emissão de CRAs, o uso de recursos do tesouro para equalização e o destaque dado à sustentabilidade neste novo momento do agronegócio nacional.
Top Coopers
Para finalizar a terceira edição do CoopTalks Agro, o palco virtual recebeu o painel Top Coopers. Com mediação do professor e especialista em agronegócio, José Luiz Tejon, o debate contou com a presente do presidente da Minasul, José Marcos Magalhães; o presidente da Capal e CEO da Supercampo, Adilson Fuga e o Diretor Comercial da Cocapec, José de Alencar Coelho Júnior.
Durante o painel, os presidentes discutiram os principais temas de relevância para as cooperativas agropecuárias brasileiras, compartilhando seus posicionamentos e ações diante dos tópicos apresentados. Entre os destaques, esteve a importância da adaptação para a longevidade das cooperativas, capacidade que foi destacada por José Marcos Magalhães. “As palavras de ordem no momento são a readaptação e a resiliência: estar prontos para quaisquer dificuldades que venham a surgir”, afirmou.
Além disso, José Alencar reafirmou a necessidade de se conectar com as novas gerações, de forma a viabilizar a construção de uma nova geração de cooperados mais engajados e antenados com as novidades do mercado. “Precisamos olhar para o futuro e buscar novas ferramentas, para chegar ao público jovem a partir dos smartphones e outras ferramentas”, ressaltou.
Durante todo o painel, os convidados reforçaram mais uma vez o papel das cooperativas agro no país, lembrando que o vínculo com o cooperativismo é uma escolha que traz prosperidade e progresso. Ao longo da conversa, outros tópicos foram lembrados, como a crise criada pela guerra na Europa, o uso do ESG nas cooperativas, a chegada da conectividade e da inovação, e a ainda, as perspectivas para o agro do futuro.
Por Redação MundoCoop – Matéria publicada originalmente na edição 106 da Revista MundoCoop
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