Referência em todo o mundo, o agronegócio brasileiro é exemplo de produtividade aliada a boas práticas. Com intensas pesquisas e ações de incentivo a novas técnicas de produção, o país é vanguardista em diversas áreas, atuando como modelo para outras potências alimentares. Aliado a isso, o aumento de jovens atuando no campo tem transformado a dinâmica do setor, que – utilizando-se das diversas gerações nele presentes – criou um ecossistema de desenvolvimento coletivo. De olho no futuro, o Brasil agora dá o próximo passo rumo à sua nova fase na produção alimentar, pesquisa e desenvolvimento agro.
Com investimento de R$100 milhões nos próximos cinco anos, Ribeirão Preto será o local a abrigar a primeira faculdade brasileira exclusivamente voltada ao agronegócio. Fruto de uma parceria entre a Markestrat Agribusiness e o Grupo SEB, a Harven Agribusiness School espera oferecer cursos de graduação, pós, intercâmbio e In Company.
“A Harven surge para transformar o desenvolvimento do setor do agronegócio. Tem como base cinco pilares educacionais: os programas In Company, que já estão em andamento, graduação em Engenharia de Produção e Administração, pós-graduação, plataformas de assinaturas digitais e intercâmbios, que entram em operação a partir de 2024”, explica Roberto Fava Scare, CEO da Harven Agribusiness School. Segundo ele, o projeto será responsável por um importante passo na promoção da educação voltada ao agro.
Assim como outros setores, o projeto busca explorar uma oportunidade que promete acelerar o desenvolvimento do agro brasileiro. Mesmo sendo referência em diversos aspectos, especialistas apontam que o país possui um longo caminho para se desenvolver, principalmente no que se refere à produção mais assertiva e sustentável, que já se destaca diante de outros países. Para Fava, a criação da faculdade vem para preencher uma lacuna. “Num país em que o agronegócio representa 27% do PIB, é imprescindível que formemos profissionais qualificados e capacitados para trabalhar no setor. É nesta lacuna de formação especializada que a Harven vai atuar”, frisa.
Com cursos específicos, o projeto vem para preparar o aluno para o dia a dia no setor, principalmente para funções que aos poucos vão surgindo e exigindo novas habilidades. “Vamos preparar os profissionais para atuar diretamente no mercado e vamos fazer um elo entre as companhias e os futuros engenheiros e administradores de empresas. Destaco, ainda, que as aulas serão ministradas por professores com atuação no mercado nacional e internacional, o que é o nosso grande diferencial. A qualificação dos profissionais representa um benefício direto para as cooperativas, mas também para todo o Brasil, que é referência mundial no setor”, completa.
Mais do que realizar a manutenção de um mercado em pleno crescimento, olhar para o agro de forma macro, observando sua transformação contínua, deve ser uma preocupação de todos. Tal análise perpassa diversos aspectos, indo de encontro com novas técnicas de aplicação diária, passando pela agricultura 4.0 e sistemas de cultivo pioneiros, como a lavoura-agropecuária-floresta.
Somado a isso, olhar atentamente para as pessoas que vivem o agro é olhar para o futuro do setor. Neste contexto, as cooperativas ganham espaço para se destacarem, principalmente diante de seu trabalho de desenvolvimento e capacitação de jovens do campo, com um intenso e importante trabalho voltado à sucessão rural, importante aspecto que ainda atrai pouca atenção do mercado como um todo.
Para Fava, tais transformações em todos os lados do setor, necessitam de um novo tipo de análise, de forma a entender e compreender o momento do setor. “O agronegócio vem crescendo muito nos últimos anos e cada vez mais novas técnicas são introduzidas em todas as etapas da cadeia produtiva. Precisamos compreender essas mudanças, pensar sobre as grandes tendências do mercado corporativo e discutir sobre soluções e estratégias para o futuro. Isso só é possível através de uma educação de qualidade”, Fava pontua.
Nos próximos cinco anos, a Harven planeja chegar a 3.500 alunos de graduação, pós e especializações nacionais e internacionais. Para se destacar no cenário externo, irá promover conexões e parcerias com universidades e centros de pesquisas internacionais, além de se unir à International Food and Agribusiness Management Association (IFAMA), principal associação mundial de lideranças do agronegócio, da qual é associada e representante no Brasil.
Para Fava, a inauguração é a primeira fase de uma longa jornada desenvolvimento que deve envolver iniciativas público, privada e sociedade civil. Afinal, o Brasil traçou um longo caminho para consolidar sua posição de destaque no agronegócio global. Agora, é hora de pensar no que vem a seguir, e como o país pode – pensando coletivamente – criar um ecossistema que una o campo e a cidade, em prol de um único objetivo. “O país precisa acompanhar as rápidas transformações do setor. A principal forma de fazer isso é justamente investindo em educação e pesquisa. A inauguração da faculdade é a primeira etapa de um plano maior de investimentos da Markestrat e do Grupo SEB. Planejamos criar em Ribeirão Preto, a Cidade do Agronegócio, um ecossistema global voltado para o agribusiness com serviços, centro de eventos, hub de tecnologia e hospedagem, entre outras iniciativas”, finaliza.
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Por Leonardo César – Redação MundoCoop
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