A evolução do cooperativismo no Brasil tem sido impulsionada por iniciativas inovadoras pelo país, como a recente inauguração do Observatório do Cooperativismo, no Mato Grosso (MT). Esse lançamento busca fortalecer e modernizar o setor cooperativista, criando um ambiente de análise estratégica capaz de orientar as cooperativas para um futuro mais sustentável e competitivo.
Essa criação é uma resposta às necessidades de um setor cada vez mais dinâmico e diversificado. Para que as práticas do cooperativismo sejam implementadas de forma eficaz, é essencial ter acesso a informações precisas e atualizadas sobre o mercado, tendências econômicas e o desempenho das próprias cooperativas. E esse é papel do Observatório.
Gerente Geral da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB/MT), Taina Heinzmann, explica que “o Observatório do Cooperativismo é a nova área de inteligência de informações do cooperativismo do Sistema OCB/MT. A ideia é que a nova área seja o centro de inteligência de dados do cooperativismo no Estado, subsidiando as cooperativas e o mercado com informações precisas do setor”.
” A iniciativa representa uma nova perspectiva que fortalece a capacidade das cooperativas de tomar decisões estratégicas, promovendo o desenvolvimento sustentável do setor”, acrescenta Luís Alberto Pereira, representante da Região Centro-Oeste na diretoria da OCB Nacional.
OS TRÊS EIXOS DE INTELIGÊNCIA
O Observatório do Cooperativismo do MT está estruturado em três eixos principais de inteligência: Inteligência de Mercado, Inteligência Operacional e Inteligência de Inovação. Cada um desses eixos desempenha um papel crucial na análise e orientação das cooperativas, permitindo que o setor se desenvolva de maneira sólida e estratégica.
Inteligência de Dados: a base para a tomada de decisões
A Inteligência de Dados é o eixo que sustenta as operações do Observatório. A partir da coleta e análise de grandes volumes de dados, as cooperativas poderão identificar tendências e padrões que antes passavam despercebidos. Esses dados incluem desde informações sobre o desempenho financeiro e operacional das cooperativas até indicadores de satisfação dos cooperados e análise de produtividade.
“As cooperativas serão impactadas positivamente pelo Observatório por meio dessa possibilidade de acesso a dados precisos e atualizados, que permitirão uma análise aprofundada dos setores cooperativistas”, pontua Luís Alberto.
Além disso, a capacidade de utilizar dados para prever o comportamento do mercado e identificar novas oportunidades permitirá que as cooperativas se tornem mais resilientes em momentos de crise e mais competitivas em um ambiente econômico em constante transformação.
Inteligência de Mercado: antecipando tendências e oportunidades
O segundo eixo, a Inteligência de Mercado, é voltado para a análise de tendências e comportamentos do mercado cooperativo e dos setores em que as cooperativas atuam. A partir dessa análise, o Observatório oferece subsídios para que as cooperativas possam adaptar seus produtos, serviços e estratégias de acordo com as demandas dos cooperados e com as mudanças no mercado.
Este eixo também envolve o monitoramento da concorrência, tanto de outras cooperativas quanto de empresas tradicionais, permitindo que o setor cooperativo identifique oportunidades de crescimento e inovação.
“A Inteligência de Mercado realizará a análise preditiva das informações, ou seja, prevendo o que pode acontecer no futuro do setor. Nesta inteligência, teremos materiais capazes de trazer cenários futuros de análise do setor como o Índice de Confiança do Cooperativismo IC.COOP, boletins informativos e radar de oportunidades”, acrescenta Taina Heinzmann.
Inteligência de Política Econômica: navegando no cenário regulatório e econômico
O terceiro eixo, a Inteligência de Política Econômica, é focado no acompanhamento e na análise das políticas públicas e econômicas que impactam o cooperativismo. Esse eixo é importante para as cooperativas terem conhecimento de mudanças regulatórias e econômicas, incluindo a influência sobre os negócios.
Através desse eixo, as cooperativas poderão se posicionar de maneira mais assertiva frente às novas legislações e políticas de incentivo, aproveitando as oportunidades criadas por programas governamentais e evitando riscos advindos de mudanças no cenário econômico.
“O Observatório fornecerá relatórios e diagnósticos que contribuirão para uma gestão mais eficiente e estratégica”, ressalta Luís Alberto Pereira.
O impacto no futuro das cooperativas
Com os três eixos de inteligência trabalhando em conjunto, o Observatório do Cooperativismo tem o potencial de transformar o setor cooperativo no Mato Grosso do Sul e, também, a nível nacional. A integração de dados precisos, análises de mercado detalhadas e um monitoramento atento das políticas econômicas cria um ambiente onde as cooperativas podem explorar novas oportunidades de crescimento.
“O setor enfrenta muitos desafios como a falta de informações precisas e atualizadas, a dificuldade em realizar análises de mercado e a necessidade de estratégias mais assertivas. As ferramentas e dados poderão ajudar as cooperativas a entender melhor o mercado, identificar oportunidades e desenvolver estratégias eficazes para superar os obstáculos”, Pereira pontua. “A tendência é que o cooperativismo continue a desempenhar um papel relevante no desenvolvimento econômico e social das comunidades onde o modelo atua, promovendo sempre a intercooperação e o desenvolvimento econômico-social, com sustentabilidade”, completa.
Além disso, a criação de áreas de inteligência faz o setor cooperativista ser visto não apenas como uma alternativa tradicional e sim como um modelo de negócio eficiente e inovador.
“A análise de dados através dos três grandes eixos inteligências que serão trabalhadas no observatório servirá como uma bússola às cooperativas identificando oportunidades e desafios quando ocorrer”, conclui Heinzmann.
Por Andrezza Hernandes – Redação MundoCoop
Matéria exclusiva publicada na edição 120 da Revista MundoCoop