ESPECIAL 10 TENDÊNCIAS PARA O COOPERATIVISMO EM 2025
Com o vento a favor, o cooperativismo mira em 2025 uma expansão ainda maior de sua influência e relevância. Impulsionado pelo reconhecimento da ONU, que declarou o próximo ano como o Ano Internacional das Cooperativas, o movimento ganha o protagonismo que há tempos merece.
Sob o lema inspirador “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, 2025 será um momento crucial para o cooperativismo global, convidando a uma reflexão profunda sobre a trajetória, o presente vibrante e o futuro promissor desse modelo centenário e fundamental.
Nesse contexto dinâmico, com mais de 3 milhões de cooperativas unindo a força de mais de 1 bilhão de cooperados em escala mundial, dez tendências-chave despontam para impulsionar o setor rumo a patamares inéditos de inovação e disrupção. A expectativa é que essas tendências permeiem o cotidiano do cooperativismo, integrando seus processos e fortalecendo os laços com as comunidades que o cercam.
Nas próximas semanas, você irá conhecer cada um deles, e entender como cada um pode impactar o cooperativismo, além de se fazer fundamental sua adoção por todas suas áreas. Confira agora segunda parte do Especial 10 Tendências para o coop em 2025!
Parcerias e Redes de Cooperação (nacional e global)

A segunda tendência reforça que criar parcerias e uma rede de cooperação faz parte do cooperativismo em sua essência. Para José Alves de Souza Neto, presidente da Uniodonto do Brasil e vice-presidente da ACI Américas, o cooperativismo tem na intercooperação um de seus princípios fundamentais, enquanto parcerias estratégicas são essenciais para fortalecer o setor. “Elas permitem que as cooperativas ampliem sua atuação, compartilhem conhecimentos, desenvolvam soluções inovadoras e aumentem sua competitividade. E, mais do que isso, têm um impacto social significativo, ajudando a construir um mundo mais justo e sustentável, consolidando o cooperativismo como um modelo econômico eficiente e alinhado às necessidades da sociedade”, define.
Ele destaca que o segredo para criar parcerias de sucesso está no alinhamento de valores, na clareza dos objetivos e na construção de relações de confiança. “O papel da ACI-Américas é justamente facilitar essas conexões, promovendo eventos, rodadas de negócios e iniciativas que ajudam as cooperativas a se fortalecerem mutuamente. Quando cooperamos, multiplicamos oportunidades e criamos um mundo mais justo e sustentável”, observa.
Para José Cláudio da Silva, presidente da Cooates, Cooperativa de Trabalho Agrícola, Assistência Técnica Produção de Bens e Serviços, é natural que o cooperativismo se beneficie de várias parcerias. “Nossa cooperativa tem parceria com a Universidade Federal para pesquisa, fomento e formação. Com isso, temos uma visão mais eclética de novos negócios, geração de produtos e de valor com tecnologia. E, ao mesmo tempo, desenvolvemos informações ideais entregues aos demais setores da sociedade. O conhecimento popular da realidade local gera produtos inovadores. A Cooates se baseia nisso e fortalece sua parceria com diversas organizações, nacionais e internacionais”, afirma.

Ele acrescenta que essa tendência se confirma pelo fato de que as cooperativas brasileiras têm uma gestão muito próxima do cooperado. “Isso faz com que o cooperado entenda o papel da cooperativa, do ponto de vista econômico, social e ambiental. O cooperativismo no Brasil tem uma plataforma muito sólida através da política da OCB, do Serviço Nacional de Aprendizagem ao CESCOPE. Por exemplo, temos a base da OCB Pernambuco, que dá uma sustentabilidade às cooperativas, do ponto de vista de legalidade e de uma estratégia que pense o negócio da cooperativa em si, além de uma assessoria jurídica. Isso faz com que o modelo do cooperativismo seja muito mais sólido”, observa.
José Alves afirma ser necessário continuar expandindo essas parcerias para que as cooperativas tenham cada vez mais oportunidades de crescimento e impacto social. “Ao unir forças com diferentes atores, criamos um ecossistema cooperativo mais forte, capaz de transformar vidas e contribuir para um mundo mais equilibrado. O grande diferencial do modelo cooperativo brasileiro está na sua abrangência e representatividade, que permitem que o setor cresça de maneira integrada”, pontua, acrescentando que a atuação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é essencial, pois representa todos os ramos do cooperativismo no país. “A OCB garante que as cooperativas tenham voz ativa na construção de políticas públicas e no desenvolvimento econômico do país. Esse trabalho fortalece um sistema que já reúne mais de 22 milhões de cooperados, abrangendo desde pequenas cooperativas locais até grandes organizações com impacto nacional e internacional.”
José Alves acrescenta que o modelo cooperativo é visto não apenas como uma alternativa econômica viável, mas como um motor de inclusão, geração de renda e desenvolvimento sustentável. “Essa visão favorece a criação de um ambiente propício para o crescimento das cooperativas, seja por meio de incentivos governamentais, acesso ao crédito ou pelo próprio engajamento da sociedade”, resume ele, acrescentando que a América possui parcerias com entidades como FAO, CEPAL, ONU, ONU Mulheres, UNESCO, OIT, OIM, PAHO, IICA, ALADI e a Rede de Institutos Públicos Cooperativos.
Já do ponto de vista de criar parcerias estratégicas que possam modificar o negócio cooperativo, José Cláudio indica universidades públicas de tecnologia, ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que possam gerar novos produtos, ações e identidade dentro do cooperativismo. “A parceria usa um modelo de negócio que inspira pessoas. O cooperativismo gera produtos e serviços, criando soluções. Para atender uma necessidade de produção atualmente, com tantos problemas de clima, por exemplo, precisamos ter ações tecnológicas focadas no negócio para desenvolver ações proativas em parceria com outras cooperativas. Isso se chama intercooperação.”
José Alves concorda. “O Brasil tem um potencial enorme para continuar se destacando no cenário global do cooperativismo. A força do setor, aliada à sua organização e capacidade de inovação, projeta um futuro de crescimento contínuo, tornando o cooperativismo brasileiro uma referência mundial e um exemplo de como o modelo pode transformar realidades, impulsionar a economia e gerar impacto positivo em milhões de vidas.”
Conheça as outras tendências em destaque:

Tendência 1: Tecnologias Verdes
Por Andrezza Hernandes – Redação MundoCoop
Matéria exclusiva publicada na edição 122 da Revista MundoCoop
