O movimento cooperativista tem um ano decisivo em 2025, com a expectativa de ampliar significativamente sua rede de alcance e importância em escala global. Considerado um pilar essencial para o crescimento do mercado em diversas frentes, o segmento será alçado a um patamar de destaque que, para muitos, já deveria ter sido alcançado há anos, impulsionado pela declaração da ONU do Ano Internacional das Cooperativas.
Com mais de 3 milhões de cooperativas espalhadas pelo mundo e um impressionante número que ultrapassa 1 bilhão de cooperados, o setor está pronto para integrar as dez principais tendências que o tornarão mais inovador e disruptivo. Essas tendências deverão permear o dia a dia das cooperativas, integrando todos os seus processos e, crucialmente, as comunidades em seu entorno. A expectativa é que 2025 solidifique o cooperativismo como uma força motriz para o desenvolvimento sustentável e a inclusão social em todo o planeta.
Na terceira quarta do Especial 10 Tendências para o Cooperativismo em 2025, o tema é “Diversidade e Inclusão como Fatores Estratégicos “. Confira!
Uma das principais tendências que deve ser levada em consideração é a diversidade de uma forma geral. De acordo com Débora Ingrisano, Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, a diversidade nas organizações contribui para o aprimoramento dos negócios, atendimento a novos públicos, inovação e reconhecimento da marca. Além disso, ela afirma que o critério ESG nas dimensões Social e Governança contempla o ODS 5 (Igualdade de Gênero) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades). “A inclusão, diversidade e equidade são compromissos que refletem os princípios do cooperativismo. Embora não sejam temas novos, ganham urgência no contexto da sustentabilidade das organizações, cuja performance está sendo medida pela Agenda ESG. Por isso, as cooperativas devem adotar uma abordagem estratégica para garantir que esses públicos encontrem um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e inclusivo”, explica.

Para colaborar com o tema, o Sistema OCB possui algumas iniciativas, como a capacitação e letramento sobre diversidade e inclusão, por meio de sua plataforma de ensino a distância, a Capacitacoop, que oferece cursos correlacionados com a temática de ID&E, que incluem Acessibilidade e Direitos das Pessoas com Deficiência, Conflitos Geracionais, Diversidade e Inclusão, Vieses Inconscientes, Liderança inclusiva, dentre outros; a criação diretrizes claras para diversidade, equidade e inclusão (DE&I), alinhadas às diretrizes estratégicas do cooperativismo e ao movimento ESG, garantindo um ambiente de trabalho acolhedor; a coleta e análise de dados sobre diversidade; e a promoção de um ambiente psicologicamente seguro, onde a cultura organizacional deve incentivar a livre expressão de identidade e promover respeito entre os colaboradores.
No entanto, Débora Ingrisano reforça que, embora a inclusão tenha avançado nos últimos anos, ainda há desafios. “Preconceitos e vieses inconscientes podem ser barreiras para essa agenda. É por isso que iniciativas de sensibilização e engajamento contínuo são tão importantes dentro do cooperativismo. Logo, a adaptação das cooperativas ao novo cenário do mercado de trabalho deve passar por três pilares fundamentais: recrutamento inclusivo, fortalecimento da cultura organizacional e comunicação estratégica.”
Com isso, as cooperativas devem adotar práticas que garantam oportunidades iguais para todos os perfis de profissionais, incluindo divulgação de vagas em redes e plataformas voltadas para grupos diversos; processos seletivos baseados em competências, reduzindo vieses inconscientes; criação de metas de diversidade no quadro de colaboradores; e fortalecimento da cultura organizacional. “A inclusão só acontece de forma real quando se torna parte do DNA da organização. Isso pode ser feito por meio de sensibilização contínua de lideranças e colaboradores sobre diversidade e inclusão; criação de comitês de diversidade; e desenvolvimento de programas de mentoria e capacitação para grupos historicamente minorizados”, observa a especialista.
A comunicação interna inclusiva também influencia no sentimento de pertencimento dos colaboradores, onde boas práticas incluem o uso de linguagem inclusiva nos canais internos, bem como a representatividade nas campanhas institucionais e materiais de divulgação e a promoção de diálogos abertos sobre diversidade, equidade e inclusão. “Ao investir nessas estratégias, as cooperativas contribuem para um ambiente mais inclusivo e fortalecem sua competitividade no mercado de trabalho, atraindo e retendo talentos diversos”, pontua Ingrisano.
Ela indica, ainda, que as cooperativas busquem o apoio do Sistema OCB para esse suporte já que oferece materiais, como o Guia de Inclusão, Diversidade e Equidade, além do Guia de Implantação de Estratégias de Inclusão, Diversidade e Equidade. Outras ações incluem a solução “Inclusão, Diversidade e Equidade (ID&E)”, que reúne um conjunto de estratégias para estimular a inclusão e valorização de pessoas diversas e construir estratégias que alavanquem negócios a partir da pluralidade de ideias.
Conheça as outras tendências em destaque:

Tendência 1: Tecnologias Verdes

Tendência 2: Parcerias e Redes de Cooperação

Tendência 3: Desafios de Trabalho e Bem-estar Social
Por Andrezza Hernandes – Redação MundoCoop
Matéria exclusiva publicada na edição 122 da Revista MundoCoop
