Hoje, dia 16 de outubro, o mundo celebra o 77º Dia Internacional das Cooperativas de Crédito (DICC), data que, há mais de sete décadas, tem reconhecido o papel das cooperativas financeiras na construção de comunidades mais inclusivas, justas e sustentáveis.
Instituída em 1948 pelo Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU), a celebração é realizada anualmente e une milhões de pessoas em mais de 150 países.
Neste ano, o tema global definido pelo WOCCU é “Cooperação para um Mundo Próspero”. A organização convida cooperados, dirigentes e colaboradores a refletirem sobre como a força da união é capaz de gerar impactos reais nos ambientes nos quais as cooperativas estão presentes. “As cooperativas de crédito podem estar separadas por oceanos, mas permanecem unidas por um propósito: o de melhorar a vida de seus membros”, destaca Thomas Belekevich, diretor da WOCCU.
Além da data comemorativa, o DICC dá luz ao chamamento para a ação coletiva. Ele também celebra a jornada de um movimento que se consolidou como um dos pilares da inclusão financeira global.
No Brasil, esse propósito se reflete no crescimento constante do cooperativismo financeiro, que combina resultados econômicos expressivos com transformações sociais reais. “O DICC é um dia para celebrar não só o sucesso econômico, mas o poder social de unir e prosperar juntos”, afirma Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
Movimento global
Atualmente, o cooperativismo financeiro está presente em mais de 150 países, reunindo mais de 700 milhões de associados. Essa expansão é resultado de um modelo que coloca o ser humano no centro das decisões e garante acesso a crédito justo, serviços financeiros adequados e oportunidades que fomentam o crescimento local. Em cada país, as cooperativas de crédito se adaptam às realidades regionais, mas mantêm um princípio de promover bem-estar socioeconômico e autonomia por meio da cooperação.
No Brasil, o movimento tem sido protagonista desse cenário. O ramo crédito conta hoje com 689 cooperativas, que atendem a mais de 20 milhões de associados, geram 121 mil empregos diretos e estão presentes em 58% do território nacional, segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). Em 469 municípios, as cooperativas são a única instituição financeira em funcionamento, uma presença que reforça o compromisso do setor com o desenvolvimento regional e a inclusão social.
Essa atuação descentralizada cria o que muitos especialistas chamam de ciclo virtuoso da prosperidade local. Os recursos captados nas comunidades são reinvestidos nelas mesmas, que acabam por fortalecer o comércio e os agricultores familiares, estimulando novas oportunidades.
Impacto real nas comunidades
O setor vai além dos números. O cooperativismo de crédito também representa a inclusão financeira de milhões de brasileiros que, de outra forma, estariam à margem do sistema bancário tradicional. Por meio de produtos adaptados à realidade dos cooperados, as cooperativas promovem acesso ao crédito, orientação financeira e educação para o consumo consciente, ajudando pessoas e pequenos negócios a se desenvolverem.
O impacto desse modelo é especialmente perceptível em pequenas cidades e áreas rurais, onde o cooperativismo muitas vezes se torna o único elo entre o cidadão e o sistema financeiro. Além de garantir acesso a serviços essenciais, essas instituições mantêm viva a economia local.
Em 2024, o setor ultrapassou R$ 989 bilhões em ativos totais e R$ 454 bilhões em carteiras de crédito, movimentando 6% de todo o crédito nacional.
Além disso, as cooperativas de crédito reinvestem parte de suas sobras nas comunidades e devolvem o restante aos cooperados, o que tem fortalecido a confiança e o senso de pertencimento.
Perspectivas para o cooperativismo financeiro
Com base em princípios de eficiência e inovação, o cooperativismo de crédito segue crescendo de forma sustentável. De 2016 a 2024, o número de cooperados aumentou 139%, impulsionado pela confiança e pelo propósito compartilhado de gerar impacto positivo.
O mercado financeiro cooperativo também avançou em marcos regulatórios importantes, como a inclusão do ato cooperativo na reforma tributária, que reconhece as especificidades do modelo no sistema financeiro nacional.
Além da solidez econômica, o cooperativismo de crédito se destaca por sua capacidade de intercooperação. Em 2024, 79% das cooperativas financeiras utilizaram serviços de cooperativas de saúde, enquanto outras estabeleceram parcerias com cooperativas agropecuárias, de transporte e de trabalho. Essa rede integrada amplia o alcance das ações e fortalece o conceito de economia colaborativa em escala nacional.
À medida que o mundo enfrenta desafios econômicos e sociais, o modelo cooperativo se consolida, cada vez mais, como uma alternativa viável e humana, capaz de promover desenvolvimento sustentável.
Por Redação MundoCoop