Hoje, 10 de novembro, tem início a COP30, em Belém do Pará, evento que marca um dos capítulos mais importantes da diplomacia climática mundial recente. Durante onze dias, governos, cientistas, empresas, organizações da sociedade civil e lideranças comunitárias de todo o mundo se reunirão para discutir caminhos capazes de frear o aquecimento global e fortalecer a adaptação das populações vulneráveis.
A COP30 simboliza o esforço global de encontrar soluções para o desafio da emergência climática e da desigualdade socioeconômica. Neste ano, a edição ganha notoriedade por ser a primeira conferência climática realizada na região amazônica, aproximando o debate da realidade dos territórios locais. Nesse cenário inédito, a conferência mobilizará debates sobre transição energética justa, proteção da biodiversidade, segurança alimentar, financiamento climático e bioeconomia.
O Brasil ganha protagonismo global como centro das negociações por modelos econômicos mais sustentáveis e alinhados ao uso inteligente dos recursos naturais. E é neste contexto que o cooperativismo brasileiro destaca sua participação no COP30. As cooperativas, como ferramentas de transformação produtiva, apresentam soluções para unir inovação, inclusão produtiva e desenvolvimento sustentável. Além dessa participação, a presença do setor reforça a importância da participação das comunidades locais para a transição ecológica.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, afirma que a COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil demonstrar práticas que conciliam desenvolvimento e conservação. Para ele, o modelo cooperativista evidencia que a ação climática precisa chegar às pessoas e aos territórios onde a vida se realiza. “O cooperativismo brasileiro chega com resultados concretos. Temos projetos que conciliam produção e conservação com impacto positivo na vida das pessoas e no meio ambiente. Vamos mostrar que a transição climática passa pelo território e pela força das pessoas que cooperam”, destacou.
Cooperativismo na agenda climática
Alinhado ao movimento destacado por Freitas, a participação cooperativista na COP30 reforça uma trajetória que vem ganhando força nas últimas conferências da ONU. Em Belém, o Sistema OCB amplia essa presença com uma agenda que reúne iniciativas de agricultura de baixo carbono, bioeconomia, energia renovável, crédito verde e manejo sustentável
Essa atuação contribui diretamente para agendas prioritárias da COP30, como adaptação climática, redução das emissões de gases e segurança alimentar. As Cooperativas agropecuárias, por exemplo, investem em sistemas regenerativos, enquanto cooperativas de infraestrutura ampliam a geração distribuída com fontes renováveis e cooperativas de crédito trabalham como soluções para a democratização do acesso ao crédito.
Manifesto do cooperativismo para a COP30
Em continuidade às ações estruturantes adotadas pelo setor, a participação do cooperativismo em Belém é guiada pelo Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, documento que reafirma o compromisso das cooperativas com a economia neutra em carbono e inclusiva.
O registro desenvolvido pelo Sistema OCB também propõe a descentralização dos recursos climáticos, o fortalecimento da agricultura de baixo carbono e o reconhecimento da bioeconomia como vetor de desenvolvimento.
No contexto da COP30, essa visão se desdobra em objetivos estratégicos como:
- ampliar o acesso das cooperativas ao financiamento climático global
- fortalecer cadeias da bioeconomia amazônica e de outras regiões
- defender a tropicalização das métricas de sustentabilidade
- consolidar o papel das cooperativas de crédito como canais de impacto local
- impulsionar a transição energética justa e descentralizada
- promover adaptação climática a partir das realidades territoriais
- valorizar comunidades tradicionais como protagonistas da ação climática
- reforçar o cooperativismo como política pública de desenvolvimento sustentável
Perspectivas sobre cooperação
A COP30 inicia mais um ciclo em que o mundo olha para a Amazônia buscando respostas para a construção de modelos de desenvolvimento conscientes, A reunião de propostas, soluções energéticas e modelos de inclusão coloca o modelo cooperativo como um caminho eficiente para conduzir a transição para uma realidade mais atenta às questões socioambientais.
COOP É COP
Em preparação para a COP30, a MundoCoop – com o apoio do Sistema OCB – lançou a série especial ‘COP É COP – Cooperações pelo Clima’. Ao longo de seis episódios, o videocast discute os principais temas que devem ser destaque ao longo da COP30, e como a cooperativas se conectam a cada um deles. É a oportunidade de conhecer cases que demonstram na prática, os motivos que colocam as cooperativas no centro do debate climático.
Por Redação MundoCoop











