No dia 29 de abril de 2024, o Rio Grande do Sul começou a vivenciar o que seria a maior tragédia climática do estado, que ficou debaixo de chuva por praticamente 15 dias ininterruptos. Em pouco mais de uma semana, mais de 400 municípios gaúchos tiveram bairros inteiros engolidos por chuvas torrenciais que não paravam de cair. A situação foi considerada gravíssima e deixou pelo menos 147 mortos, afetando mais de 2,1 milhões de pessoas. O Brasil parou, chocado com a força destruidora das suas águas, que fez com que o Rio Guaíba transbordasse e até mesmo o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, fosse fechado.
Após o estado de calamidade pública, é hora de reconstrução. E, como sempre, o cooperativismo tem um papel fundamental em mostrar o seu poder em momentos desafiadores como esse. Desde junho do ano passado, quando tempestades deixaram 15 mil desabrigados e milhares sem energia elétrica, as cooperativas têm se unido para mostrar que têm um papel muito importante ao ajudar de forma prática as regiões afetadas, bem como pleitear por ações imediatas do governo. E o movimento deve ser contínuo, já que as questões climáticas não deram trégua ao estado, que no mês de setembro causaram a segunda maior enchente já registrada do Vale do Rio Taquari-Antas. Na época, de acordo com a Defesa Civil do estado, foram contabilizadas 49 mortes, sendo que mais de 900 pessoas ficaram feridas e 25 mil desabrigadas em mais de 100 municípios atingidos.
A tragédia deste ano, no entanto, foi anunciada. Já que desde 2016 o estado vem sofrendo com as enchentes, que também se unem ao desmatamento do pouco que ainda resta da Mata Atlântica. Para Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, as cooperativas são essenciais em situações de crise humanitária, porque justamente fixam riqueza no local em que estão inseridas, geram trabalho e renda nas comunidades, produzem coletivamente, valorizando a produção e o serviço dos cooperados. “Essa é a nossa essência e diferencial, estamos juntos das comunidades em todos os momentos. Historicamente, as cooperativas auxiliam os cooperados, os municípios e toda a coletividade ao seu redor a superar crises”, afirma ela, que especificamente em relação a essa situação do Rio Grande do Sul desenvolveu, em parceria com o Sistema Ocergs, a campanha “Coopera RS – Juntos vamos reconstruir o Rio Grande do Sul”, uma grande rede de apoio às cooperativas gaúchas. “Fizemos outras campanhas em parceria com nossas Organizações Estaduais, divulgamos meios de apoiar a partir das nossas cooperativas e não temos medido esforços para ajudar o estado. Assim é e sempre foi a nossa atuação, em rede e com o apoio das nossas quase cinco mil cooperativas”, completa.
Mario de Conto, superintendente do Sistema Ocergs, reforça que a campanha “Coopera-RS” tem como objetivo honrar os princípios do setor, principalmente dois deles, e que vêm sendo implementados desde outras enchentes: a intercooperação e o compromisso com a comunidade. “Trata-se de uma grande campanha de doações que estamos promovendo. Temos uma central de logística de entrega e recebimento de doações para todo o estado, em Canoas, na Cooperlíquidos”, afirma ele, acrescentando que, no site do sistema Ocergs, é possível acompanhar os números do que está sendo arrecadado, além de obter informações sobre como ajudar, quais os itens necessários para cada região e fontes seguras para doações em dinheiro.
CAMPANHA COOPERA RS – Parceria entre Sistema OCB e Ocergs
- de 9500 pessoas beneficiadas
- de 700 toneladas de alimentos
- de 25 mil peças de roupas
- de 1,2 mil colchões
- de 200 toneladas de produtos de limpeza
- de 330 abrigos atendidos, entre entidades e casas de apoio
Conto diz, ainda, que em momentos de crise esse protagonismo ganha mais força. “As cooperativas são a espinha dorsal da economia rural gaúcha. Elas representam mais de 259 mil cooperadores e geram cerca de 30 mil empregos diretos. A reconstrução do estado também passa pelas cooperativas. E cabe ressaltar que o Sistema Ocergs está protagonizando não apenas ações de auxílio às cooperativas e ao povo gaúcho. Seu braço institucional está na linha de frente da cobrança por ações dos governos federal e estadual, para que mais auxílios cheguem a quem foi atingido”, reforça.
“Em um momento como este que estamos enfrentando no Rio Grande do Sul, o sistema cooperativista se movimenta honrando os seus princípios, principalmente dois deles: Intercooperação e Compromisso com a Comunidade”
– Mário de Conto, Superintendente do Sistema Ocergs
Outro exemplo é a ação “Sua Casa é Nossa Causa”, em que o Sistema Ocergs e o Sistema OCB estão se mobilizando para arrecadar fundos para auxiliar os colaboradores da entidade que foram gravemente afetados pelas enchentes. “Com uma vaquinha solidária, convidamos as organizações a arrecadar valores para suporte elétrico, hidráulico, limpeza, aquisição de móveis, e também para manutenção da saúde física e mental dessas pessoas”, detalha Mario de Conto, da Ocergs.
Cooperativas demonstram força e resiliência, além de ações efetivas, para restaurar a economia local e prestar ajuda a quem precisa
Além das entidades citadas, as próprias cooperativas sabem da importância que possuem para restaurar a economia local, sem contar toda a assistência que dão a quem foi afetado pela tragédia. É o caso da Sicredi, reforçando que o setor demonstra sua força e resiliência através de pilares como união e solidariedade. “As cooperativas são fundamentais em momentos de dificuldade porque possuem uma estrutura que, em função da sua atuação local, rapidamente conseguem apoiar seus associados e as comunidades em que estão inseridas”, relata César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi. Ele completa ao revelar que, no Rio Grande do Sul, por exemplo, o Sicredi possui a maior rede de agências. “Estamos presentes em praticamente todos os municípios atingidos, sendo que em alguns deles somos a única instituição financeira fisicamente presente. Todos esses fatores nos conferem uma importância muito significativa também como canal para que os recursos cheguem às localidades”, explica.
“As cooperativas são fundamentais em momentos de dificuldade porque possuem uma estrutura que, em função da sua atuação local, rapidamente conseguem apoiar seus associados e as comunidades em que estão inseridas”
– César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi
O primeiro passo da Sicredi foi cuidar das mais de 19 mil pessoas colaboradoras no estado, já que é através delas que consegue dar apoio aos associados. Já os desabrigados receberam acesso imediato a locais para hospedagem e antecipação do auxílio-alimentação.Também foi oferecida a disponibilidade do programa de suporte à saúde emocional da cooperativa, chamado de “Sempre Bem”, e foram organizadas ações coordenadas para liberar os colaboradores em ações de voluntariado e apoio aos mais impactados.
Outras frentes de solidariedade foram realizadas pela Sicredi, com destaque para o lançamento da campanha nacional “Cooperar é somar: 1 + 1”, onde foi dobrado cada real doado por meio do PIX da Fundação Sicredi. “Desde o dia 3 de maio, recebemos aproximadamente R$10 milhões em doações, e, na sequência, aportamos o mesmo valor, totalizando R$20 milhões. Também temos cooperado com a comunidade de maneira geral com ações como a organização, com apoio de parceiros, de 16 centros de distribuição de donativos”, detalha Bochi.
A cooperativa também apoiou a transmissão do Festival beneficente “Salve o Sul”, evento realizado em São Paulo nos dias 7 e 9 de junho, que reuniu os principais nomes da música brasileira em prol das vítimas do Rio Grande do Sul. Os recursos provenientes das receitas de publicidade líquida dos patrocínios de transmissão e das doações incentivadas ao longo da exibição do show, por meio de QR Code, foram destinados para as instituições da plataforma Para Quem Doar.
Marcos Vinícius Viana Borges, diretor de operações do Sicoob, divide a mesma opinião. “Em momentos adversos, o sistema cooperativista se movimenta de maneira coordenada e solidária”, diz. Ele afirma que as cooperativas financeiras, seus institutos e entidades associados se unem para oferecer suporte financeiro, técnico, e, em algumas situações, emocional aos seus cooperados e às comunidades. “Elas implementam medidas de auxílio emergencial, como a criação de campanhas de arrecadação de recursos, a exemplo do que fez o Sicoob. Também adaptam suas operações para atender às novas demandas e fortalecem a colaboração entre cooperativas para maximizar os recursos disponíveis, garantindo uma resposta rápida e eficaz às necessidades emergenciais”, coloca.
“As cooperativas financeiras, seus institutos e entidades associadas se unem para oferecer suporte financeiro, técnico e, em algumas situações, emocional aos seus cooperados e às comunidades. Elas implementam medidas de auxílio emergencial, como a criação de campanhas de arrecadação de recursos, a exemplo do que fez o Sicoob”
– Marcos Vinícius Viana Borges, diretor de operações do Sicoob
Já o setor de agronegócio foi um dos mais afetados e os prejuízos causados pelas chuvas no campo ultrapassaram os R$2,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM). A entidade revelou, ainda, que desse montante, R$2,3 bilhões são apenas referentes à agricultura, enquanto na pecuária os danos chegam a R$226 milhões. Isso significa que todas as 95 unidades de cooperativas agrícolas do estado foram afetadas, direta ou indiretamente, pelas enchentes.
Por isso, o setor tem pedido a renegociação e a prorrogação das dívidas dos produtores em instituições financeiras. Isso porque eles, além de enfrentarem dificuldades financeiras significativas devido a secas anteriores, terão que lidar com o problema do solo fértil perdido para a erosão, o que pode levar até dez anos para ser recuperado. Segundo foi divulgado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), a entidade “solicita políticas públicas estruturais urgentes para gerenciar o endividamento. O objetivo é que haja garantia para as cooperativas continuarem financiando os produtores e permitindo que paguem suas dívidas por meio da própria produção ao longo do tempo.”
Diante deste cenário, deve-se destacar a importância das cooperativas financeiras emergirem cada vez mais como pilares de apoio e resiliência devido aos seus princípios de solidariedade, ajuda mútua e responsabilidade social, priorizando o bem-estar de seus cooperados e das comunidades em que estão inseridas. “Elas buscam soluções que atendam às necessidades coletivas, oferecendo apoio contínuo e acesso facilitado ao crédito durante períodos difíceis. Essa capacidade de resposta centrada no coletivo torna as cooperativas um suporte indispensável em tempos de adversidade, promovendo estabilidade e apoio onde é mais necessário”, adiciona Marcos Vinícius.
Você sabia?
As cooperativas criaram centros de distribuição no Rio Grande do Sul para reunir mantimentos e itens necessários para a população atingida. Esses centros já receberam mais de 100 caminhões com cargas de roupas, alimentos, água potável, produtos de higiene, itens para camas, entre outros. Os donativos estão sendo destinados a abrigos, escolas, hospitais, além da Defesa Civil do RS e à comunidade em geral.
Sicredi adota série de procedimentos de auxílio imediato aos seus associados. Veja quais:
- Postergação de vencimento das parcelas dos empréstimos e dos financiamentos além do bloqueio dos protestos e negativações automáticas de títulos;
- Adiamento dos vencimentos de parcelas e vigências dos contratos de seguros, priorizando os atendimentos para acionamento do serviço;
- Flexibilização das condições de resgate para produtos de investimentos e Previdência, assim como isenção do pagamento de multas e juros por atraso em consórcios;
- Medidas para acelerar a emissão de segunda via de cartões, sem custos adicionais, e para substituição de maquininhas danificadas;
- Atuação para que linhas de crédito solidárias, como o Pronampe, o PEAC e, mais recentemente, o BNDES Emergencial cheguem aos associados.
O Sicoob também oferece benefícios. Confira alguns!
- Linhas de crédito emergenciais para pessoas físicas e jurídicas em condições diferenciadas;
- Prorrogação dos vencimentos das parcelas para 15/8/2024, de crédito rural;
- Renegociação de dívidas;
- Suspensão da cobrança de créditos vencidos e negativações por 90 dias;
- Criação de um núcleo especializado para apoiar os produtores rurais que necessitarem realizar pedidos de indenizações ao Proagro.
Medida Provisória em prol do RS: cooperativas garantem benefícios em empréstimos pelo Pronampe
Um dos principais pontos adotados pelo Governo Federal foi a inclusão dos bancos estaduais e cooperativas do Rio Grande do Sul entre as instituições financeiras que poderão conceder crédito para pequenos empresários que sofreram perdas com a calamidade vivida pelos gaúchos. A ação faz parte da Medida Provisória que cria o Auxílio Reconstrução, benefício destinado a quem vive em áreas afetadas pela catástrofe no Rio Grande do Sul, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O texto confere não somente apoio financeiro às famílias atingidas, o que inclui uma rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A ideia é que os empresários afetados pelas chuvas tenham até 40% de desconto em empréstimos.
Para Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, a MP de auxílio ao RS é essencial. “Porém, defendemos que ela seja mais ampla e que as nossas cooperativas, muito atingidas, possam acessar os recursos com a menor burocracia possível. A hora é de reconstrução rápida e de retomada da vida ‘normal’ com a maior brevidade possível”, pontua.
Inicialmente, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal teriam recursos à disposição, assim como nas enchentes que atingiram o estado no ano passado. No entanto, recentemente parlamentares pediram ao vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, para que instituições locais pudessem liberar o empréstimo para facilitar o acesso aos empresários que ainda estão com dificuldades de se locomover em meio a água e a lama nas cidades do Rio Grande do Sul. O projeto é gerido pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte para companhias que tenham faturamento anual de até R$4,8 milhões. O valor máximo por empresa ficará em cerca de R$150 mil. “A Medida Provisória 1.226/24 permite que cooperativas de crédito possam também operar os créditos do Pronampe, o que é vital no que diz respeito ao acesso dos cidadãos aos recursos. Com as cooperativas também operando esses valores, mais gaúchos terão acesso, pois elas estão presentes em 97% dos 497 municípios do Estado”, afirma Mario de Conto, Superintendente do Sistema Ocergs, que vem desde o início de maio cobrando os governos estadual e federal por ações que auxiliem o cooperativismo neste momento. “Esta foi uma grande conquista do cooperativismo gaúcho”, celebra.
O Sicredi também afirma que a rapidez, neste caso, faz toda a diferença. “Desde o início da emergência no Rio Grande do Sul, o governo instaurou algumas medidas provisórias que buscam dar fôlego ao estado e possibilitar o acesso ao crédito para a população e empresas. Nós, a partir da atuação muito ativa que temos por todo o local, temos capacidade e interesse de fazer com que esses recursos cheguem a quem mais precisa”, comenta César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi.
Já Marcos Vinícius Viana Borges, diretor de operações do Sicoob, adiciona que a MP estabelece diretrizes específicas para a implementação de políticas públicas de apoio econômico e social no estado, que visam mitigar os impactos das crises e calamidades, fornecendo suporte financeiro e social às comunidades afetadas. “Nesse contexto, as cooperativas financeiras desempenham um papel muito importante, atuando como canais eficientes de distribuição de recursos e serviços, colaborando para que as políticas públicas alcancem efetivamente as pessoas e comunidades necessitadas, somadas às suas próprias iniciativas de suporte. Essa sinergia entre as políticas públicas e as ações das cooperativas é essencial para garantir uma resposta rápida e eficaz às necessidades emergenciais, promovendo o suporte imediato, e, em seguida, a recuperação das comunidades afetadas”, detalha.
Agronegócio em foco: representantes das cooperativas buscam ajuda do governo para apoiar o setor em medidas de emergência
No agronegócio, também não foi diferente. Com o objetivo de estruturar medidas emergenciais para apoiar o setor no Rio Grande do Sul, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comandou uma conferência, em 4 de junho, com mais de cem representantes do agro cooperativismo gaúcho, além das secretarias do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para efetivar o que poderia ser feito de imediato.
No encontro virtual, o ministro Fávaro garantiu que a ideia era levantar formas de recuperação e ações em conjunto, em que ele disse: “por determinação do presidente Lula, a Esplanada dos Ministérios está totalmente voltada para buscar soluções para o Rio Grande do Sul. Vamos trabalhar juntos. Estamos aqui para que vocês façam o relato cooperativista e nos apresentem sugestões. Vamos levar para a equipe econômica analisar e ajustar. Estamos juntos neste momento difícil.”
O bate-papo teve a participação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que destacou a importância de fortalecer o cooperativismo da região; e do presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, que sugeriu uma mudança de estrutura para recapitalizar o produtor, dando oportunidade para que ele possa voltar a produzir.
Outros pontos reforçaram que o encontro foi positivo para o setor: foi revelado que o Mapa enviou uma proposta para o Conselho Monetário Nacional (CMN) com o objetivo de suspender os pagamentos das dívidas dos produtores rurais do estado por 90 dias, com a possibilidade de prorrogação. Além disso, o ministro do Mapa defendeu a proposta de criação de um fundo de aval que viabilizasse a tomada de crédito por parte dos produtores impactados, funcionando da mesma forma do Pronampe.
Um olhar sobre o futuro: como as cooperativas devem se preparar para crises humanitárias?
A tragédia vivida pelos gaúchos, sem dúvidas, gerou ações que podem ser desenvolvidas pelas cooperativas para que estejam preparadas para tais questões. No entanto, já em 2023, a partir das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, a Sicoob saiu na frente e desenvolveu um Guia de Apoio a Desastres, essencial para aprimorar a prontidão e a resposta em situações de emergência, baseando-se nas experiências adquiridas no passado. “Em 2024, graças a essa base de procedimentos bem estruturada e testada, conseguimos atuar com maior celeridade e eficácia no atendimento aos associados, colaboradores e à população afetados por novos desastres. A experiência de 2023 nos ensinou a importância de estar preparados, e o Guia de Apoio a Desastres tem sido uma ferramenta fundamental para garantir que possamos oferecer um suporte rápido e eficiente em momentos críticos. Apesar de toda a tristeza humanitária, saímos ainda mais firmes na execução do nosso propósito de levar apoio e prosperidade onde atuamos, e a convicção dos associados e da comunidade que sabem que podem contar com o Sicredi”, diz César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi.
“Cooperativas são órgãos que devem participar de ações que envolvam prevenção de catástrofes, enfrentamento ao aquecimento global e a educação ambiental. A capilaridade das cooperativas pode exponenciar várias ações estruturantes que visam minimizar os impactos de novas eventos climáticos extremos que, infelizmente, poderemos ter novamente”
– Tania Zanella, Superintendente do Sistema OCB
A OCB afirma que, cada cooperativa, em sua especialidade e área de atuação, pode colaborar enormemente. E isso serve de aprendizado para o futuro.“Elas têm dado show: cooperativas de transporte têm levado doações aos gaúchos; as de saúde, apoiado com suprimentos e equipamentos médicos diversos; as agropecuárias, com vultuosas doações, dentre outras ações. O sistema cooperativo nunca se furtará em atuar proativamente, em todos os momentos, com o espírito que sempre nos moveu: de ser um diferencial na vida das pessoas e das comunidades nas quais estão inseridas”, observa Zanella, da OCB.
Ela diz, ainda, que as cooperativas são, por princípio, entidades democráticas e geridas pelos seus cooperados. Portanto, são órgãos que devem participar de ações que envolvam prevenção de catástrofes, enfrentamento ao aquecimento global e a educação ambiental. “A capilaridade das cooperativas pode exponenciar várias ações estruturantes que visam minimizar os impactos de novos eventos climáticos extremos que, infelizmente, poderemos ter novamente”, ensina.
Para César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi, assim como em outras crises, as cooperativas de crédito também merecem ser destacadas e estão demonstrando, na prática, o seu compromisso em apoiar a sociedade. “Isso está sendo feito por meio de ações de viés social e financeiro, bem como por meio do relacionamento com cada associado, buscando as melhores alternativas para que ele supere este momento de dificuldade. Estamos no começo do processo de reconstrução, e, tão logo novas necessidades surjam, temos a segurança da força da solidariedade do nosso modelo cooperativo”, finaliza.
Por Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop
Matéria exclusiva publicada na edição 118 da Revista MundoCoop