Nos últimos tempos, ações direcionadas para a promoção da segurança digital e iniciativas de atenção à sustentabilidade das empresas têm se tornado práticas essenciais para a gestão corporativa. No Brasil, essa necessidade fica evidente quando analisamos os dados referentes ao cenário cibernético do país, que ocupa o 4º lugar na América Latina em ameaças virtuais, com 201 mil incidentes registrados apenas no primeiro semestre de 2024.
Além disso, a expansão das atividades tecnológicas no mercado, embora essencial para a competitividade, tem revelado seu impacto ambiental. Em 2023, as operações de TI responderam pela emissão de 400 megatoneladas de CO₂e (1% das emissões globais), conforme atestam os relatórios da consultoria McKinsey & Company.
Diante dessa realidade, surge uma nova fronteira para a inovação: desenvolver ferramentas digitais que reduzam, simultaneamente, vulnerabilidades cibernéticas e impactos ecológicos.
Novo segmento para o cooperativismo brasileiro
Atenta a esse cenário de crescente conscientização sobre proteção cibernética, a Cooprodados se posiciona como pioneira no Brasil. É a primeira cooperativa brasileira especializada exclusivamente em proteção de dados, ESG e Compliance, surgindo para suprir uma lacuna do setor corporativo.
Enquanto muitas empresas tratam a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) como apenas uma obrigação regulatória, a Cooprodados transforma a governança de dados em vantagem competitiva, aliando conformidade a estratégias sustentáveis. Seu modelo de negócios permite que empresas cumpram a lei e, ao mesmo tempo, extraiam valor estratégico dos dados, reduzindo riscos e otimizando recursos.
Esse diferencial é viabilizado por uma transformação cultural dentro das organizações, onde a proteção de dados passa a ser uma ferramenta de geração de valor. Na prática, isso se traduz em:
- Inovação regulatória: frameworks que integram LGPD, ESG e eficiência operacional;
- Sustentabilidade digital: redução do desperdício de recursos tecnológicos e energéticos;
- Transparência ativa: políticas de governança que aumentam a confiança de cooperados e clientes.
Privacidade como direito humano
Fundada durante a pandemia, a cooperativa concilia inovação, governança e responsabilidade social, com o objetivo de garantir que a proteção de dados seja acessível, ética e estratégica para organizações de todos os portes.
Segundo José Henrique, presidente da Cooprodados, a linha de atuação vai além de resultados financeiros e se pauta na convicção de que a privacidade deve ser tratada como um direito humano fundamental. “O modelo cooperativista nos permite trabalhar com propósito, dividindo responsabilidades, benefícios e decisões entre profissionais que compartilham dos mesmos valores”, destaca.
Diferente das consultorias tradicionais, que priorizam abordagens verticais, a cooperativa optou por um modelo horizontal, onde o foco está nas pessoas. Essa visão se reflete também na integração de ESG e Compliance à sua atuação. “A LGPD é apenas o ponto de partida. Auxiliamos nossos clientes a implementarem uma cultura de governança baseada em ética e responsabilidade”, afirma José Henrique.
Educação digital, sustentabilidade e compliance na prática
O crescimento expressivo da participação tecnológica nas atividades realizadas nas corporações criou uma demanda crescente por educação contínua sobre o uso correto das ferramentas digitais. A capacitação em privacidade e governança fortalece a segurança da informação e otimiza os recursos.
A abordagem educacional é complementada por incentivos a práticas como a minimização da coleta de dados e o uso eficiente de armazenamento. Contudo, José explica que a transformação digital vai além do cumprimento de normas. “Conformidade técnica é apenas o primeiro passo. O verdadeiro diferencial está no engajamento humano com práticas sustentáveis”, explica.
Essa visão de governança sustentável se materializa por meio de ações como a implementação de políticas de descarte consciente de dados, a otimização de recursos tecnológicos para reduzir o consumo energético e a criação de fluxos de trabalho que priorizam apenas a coleta necessária de informações. “Reduzir o desperdício digital não é apenas uma questão de eficiência, é uma questão ambiental”, pontua José.
A integração entre compliance robusto e políticas ESG deixou de ser opcional para se tornar uma estratégia competitiva no cenário corporativo atual, especialmente nas instituições cooperativistas. “Nosso papel é mostrar que a proteção e privacidade de dados é um diferencial competitivo e uma alavanca de confiança para clientes, investidores e sociedade”, afirma José.
Por João Victor Rezende – Redação MundoCoop