De tempos em tempos, as empresas e instituições precisam se adaptar a novas demandas. Agora, para conciliar o sucesso econômico com a fidelização dos clientes, os negócios também devem se preocupar com o desenvolvimento social e a responsabilidade ambiental. Termos como ESG e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão cada vez mais inseridos nas conversas do mundo empresarial.
Para o cooperativismo, esses pilares sempre foram uma realidade. Isso porque o sétimo princípio que guia esse modelo de negócios é o Interesse pela Comunidade, que sempre esteve presente em sua realidade e modo de atuar, sendo instituído oficialmente em 1995.
Na prática, as cooperativas buscam desenvolver as comunidades em que estão inseridas, aliando seus resultados econômicos à geração de impactos sociais e ambientais positivos. O maior exemplo disso é o Dia de Cooperar, também conhecido como Dia C, movimento que teve início em 2009, com a Organização Estadual do Cooperativismo de Minas Gerais.
O projeto se tornou nacional em 2014 e, no ano seguinte o Sistema OCB, decidiu vincular as iniciativas do Dia C aos ODS. O objetivo dessa grande rede de voluntariado é desenvolver ações de responsabilidade social que coloquem em prática os valores cooperativistas.
A solidariedade já faz parte da agenda cooperativista brasileira e tem alcançado impactos cada vez mais consolidados. O Espírito Santo, por exemplo, obteve resultados animadores no Dia C do último ano. Mais de 44 mil pessoas foram diretamente beneficiadas pelas ações que as coops promoveram no estado. A participação e o engajamento também ganham cada vez mais volume. Em 2022, 159 ações foram desenvolvidas por 60 coops capixabas, 23 iniciativas a mais em relação a 2021.
Esses números só são possíveis com ajuda de uma grande rede de cooperação, que em 2022 contou com mais de 3,8 mil voluntários que trabalharam em prol do bem-estar social coletivo.
Cerca de 45% das ações realizadas estavam conectadas ao ODS Fome Zero e Agricultura Sustentável, e quase 30% foram alinhadas ao de Saúde e Bem-Estar. Outro ODS bastante contemplado foi o de Erradicação da Pobreza, que correspondeu a quase 16% das iniciativas.
Esses indicadores mostram que estamos no caminho certo. Como cooperativista, acredito que podemos cooperar ainda mais para que o próximo possa ter acesso a melhores oportunidades, dignidade e qualidade de vida. Nesse sentido, um dos objetivos comuns das cooperativas deve ser potencializar o Dia C.
Um cooperativismo forte e pujante economicamente está diretamente ligado ao compromisso com as agendas e compromissos sociais. Portanto, o nosso movimento está respondendo corretamente às demandas da sociedade. O desafio é continuarmos atentos às necessidades da população e buscar incessantemente a construção de um futuro mais próspero e sustentável para todos.
*Carlos André Santos de Oliveira é diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Sebrae/ES
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