Muito tem sido falado recentemente a respeito de inovação, suas vantagens e consequências e, a verdade é que em razão de muita associação com tecnologia e seus desdobramentos disruptivos e, muitas das vezes, extremamente complexos e caros, este diálogo tem sido acompanhado de muita tensão e ansiedade e claro pela sensação presente em empresários, gestores e empreendedores em geral de “por onde começo?”
Sem ter a pretensão de ignorar a face tecnológica, importante e no geral, altamente positiva, as linhas que seguem mostram um lado pouco discutido da inovação, mas que pode e deve servir de um alicerce sólido para que possamos dar passos firmes e consistentes rumo ao aproveitamento máximo deste desafio, ou melhor dizendo, desta grande oportunidade.
Atuo há mais de 15 anos em diversas cooperativas e empresas, de diferentes portes por todo o Brasil, falando sobre neuroeconomia, educação financeira comportamental, gestão, estratégia e claro, inovação. Aliado a este fato, como forma de aprimoramento e constante aprendizado, que por sua vez é transformado em diversos treinamentos, palestras e workshops, passei por mais de uma dúzia de países em imersões, intercâmbios e experiências, visitando diversas instituições, cooperativas e empresas ligadas ao comércio, indústria e serviços e, sempre que o tema inovação surgia na tela, merecia e merece uma atenção especial.
Todo e qualquer tema que seja tratado nas empresas: gestão, estratégia, formação, educação e informação, quando temperado com inovação tem seus resultados potencializados e aprimorados.
Aliado a isso, na minha carreira como docente, em várias universidades pelo Brasil, predominantemente em cursos de pós graduação, ficou claro no perfil dos participantes com maior performance e resultados, o viés muito claro do componente inovação.
Assim, sem pretender ser uma lista definitiva, mas apenas um guia ou norte, reunido após estes anos de caminhada e experiências, descrevo a seguir 7 gatilhos ou provocações, do que chamo de inovação mental, que nada mais são que pontos predominantes de comportamento, que aparecem na maioria, ou repetidas vezes, nas pessoas que tem comportamento focado e voltado para a inovação e resultados, o que chamei de INOVAÇÃO MENTAL.
Claro que, como tudo que envolve comportamento, não há de haver unanimidade, concordâncias, discordâncias e estranhezas são naturais e muito bem aceitas e naturais, mas se apenas alguns gatilhos e provocações fizerem sentido para você e sua equipe, a leitura terá valido à pena.
Como disse antes, embora não seja um relato exaustivo, o foco de elaboração foi feito predominantemente na aplicabilidade e testes, e o princípio de amostras foi pautado no essencialismo e na aplicabilidade, independente do setor ou área de atuação que você ou sua empresa atua, algumas das premissas utilizadas foram:
· Todo CNPJ é composto de CPF’s (pessoas na essência);
· “Antes de sair para conquistar o mundo dê duas ou três voltas dentro de casa” – provérbio chinês
· E, “o essencial é simples”.
Os gatilhos e provocações apresentados são, reduções da realidade, ou seja, os exemplos e situações apresentados são “econômicos” em seu contexto, para preservar a privacidade e particularidade onde foram construídos e, ao mesmo tempo para facilitar a adaptabilidade a cada rotina e realidade. De forma resumida: fez sentido para você assimile e adapte, não fez sentido, foco no próximo item.
A observação e aprendizado destes gatilhos de inovação mental, que transitam por muitas áreas do conhecimento, me proporcionaram uma visão bastante privilegiada do chamado “pensamento de solução” que é, além de uma linha instigante de ação, um potencial diferencial competitivo.
Desejo sinceramente, que as linhas que seguem, que já foram validadas em diversas palestras, workshops e mentorias, sejam de tanta utilidade e provocações para você como foram e são para mim e, para os participantes das ações envolvidas no tema.
1. O quanto você se conhece de zero a dez? – Claro que esta pergunta sempre vai depender de condições de temperatura e pressão do ambiente no momento da realização; mas ela mostra um fator comportamental interessante e poderoso. Conhecemos nosso verdadeiro potencial e força para cumprir uma tarefa? Quais são os atributos e capacidades que tenho para determinada ação? Quanto mais este número se aproxima de 10, em tese, maior é o potencial de ação no único momento de mudança: aqui, agora e neste momento. Porém uma pergunta adicional poderosa pode ser adicionada ao desafio. Após constatar o número revelado, por exemplo 7, fazer a pergunta de apoio na sequência: o que falta para 10, pois utilizando esta resposta, conseguirá definir uma ação ou ações, que gerarão mais autoconhecimento e, como consequência mais resultados.
2. O que eu tenho e o que me falta? – Respondendo sinceramente, você acorda pela manhã grato e pensando no que tem, ou lamentando ou desejando aquilo que lhe falta? Se pertence à 60% das pessoas que responderam a esta pergunta, a segunda opção ganha de lavada. Assim, para que possamos chegar a resultados e conseguir aquilo que foi planejado, este gatilho pode ser de grande ajuda, pois quantas habilidades e competências você adquiriu ao longo da vida e de sua história e, estão “esquecidas” em algum lugar? Ao despertar para o que você tem, pode ser que ao mesmo tempo consiga abrir os olhos para novos caminhos e oportunidades. Vale tentar?
3. Hipersimplificações da realidade – como você bem sabe, o cérebro se esforça para economizar energia, e uma das formas mais eficientes é encurtar os caminhos e possibilidades, gerando simplificações da realidade. Pense comigo: quantas vezes, ao buscar resolver um problema pessoal ou profissional, sua mente de forma intuitiva e automática lhe encaminha as possibilidades: ou isto, ou aquilo. Apresentando em um primeiro momento duas ou três possibilidades de solução no máximo. Não quero dizer com isso que em todos os momentos sempre existem mais possibilidades, mas que na maioria deles sim. Da próxima vez que se deparar com um desafio, coloque no papel analise em perspectiva ampla e no “fogo baixo”, ou seja, busque pensar sob a forma de solução, mas antes de tomar qualquer decisão, extraia ao máximo as possibilidades, você vai perceber que surgirão muitas possibilidades de solução, o que no mínimo vai te ajudar a tomar a melhor decisão, ampliando suas escolhas. Faz sentido para você?
4. Desafie o convencional – se você usar sempre o mesmo caminho, invariavelmente terá o mesmo resultado. Te convido a pensar da seguinte forma: buscando soluções incrementais simples para seus projetos e ações, como você poderia temperar sua próxima ação, projeto ou reunião com algo que seja diferente do habitual, respeitando a cultura e características da empresa e equipe e claro, dos clientes, mas ao mesmo tempo tendo em mente que o ser humano gosta de ser surpreendido positivamente, o inusitado e inesperado são potencialmente fontes de engajamento e encantamento, desde que adequadamente dosados. Vale a tentativa?
5. Fontes de inspiração – muito se fala a respeito do desafio da evolução da inteligência artificial e suas mudanças em padrões e comportamentos de mercado, mas te convido a pensar em uma das maiores habilidades humanas que em muitos casos são subestimadas, a busca por fontes de inspiração. O ser humano tem uma habilidade única de associar diferentes fatos e ações àquele projeto ou ação que está inserido, te convido a relembrar algum cenário, onde você estava com algo que precisava resolver e, tentou exaustivamente sem solução. Porém ao sair para uma caminhada, um passeio ou qualquer outro tipo de mudança de ares, a soluções repentinamente apareceu na sua frente. Se já passou por isso sabe do que falo. O convite aqui é para ampliar de forma premeditada e sistematizada seu horizonte de inspiração. Mas de que forma? Buscar semanalmente aprender ou conhecer algo que não tenha conhecimento, desta maneira as chamadas soluções mentais começam a derivar em diversas áreas de ação, em razão da criação de caminhos intuitivos novos e oxigenados. Vale a ação?
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