Participamos do VII seminário Gaúcho de Transporte Cooperativo em novembro, na cidade de Marau, Rio Grande do Sul. Futuro, inovação e intercooperação nos reuniram num encontro fundamental que cria um marco histórico voltado ao “daqui pra frente“.
Cooperativismo é sonho que se sonha junto com liderança, governança, entrega e gestão, sem isso vira ilusão. Essa gestão e entrega, como forma entusiasmada, vi, assisti e aplaudi. Uma “tríade“ essencial ali sintetizei e conclui “tri feliz, trilegal” esse seminário em Marau.
Um grande evento da central de cooperativas de transporte gaúchas, com a presença do admirável líder Francisco Turra, hoje presidente da Aprobio, Associação dos Produtores de Biocombustíveis e presidente do Conselho da ABPA. Nesse encontro, a Cooral, através do seu presidente Cleuberto Demarchi, deu um show da gestão, métricas, monitoramento e de como uma liderança de cooperativa precisa ser exigente na arte educadora.
No mundo do transporte a inovação chegou com a digitalização e para “guiar“ motoristas e cooperados ao inevitável avanço dos sistemas nos veículos, que nas relações com os clientes é obrigatório. A imagem percebida das cooperativas de transporte cresceu e prêmios são recebidos hoje dos próprios clientes. A logística Cooral em si é um “case“ de sucesso exponencial e inspirador.
Adelar Stefler, presidente da Vale Log, de arroio do meio insistiu na necessidade de que, além de coopera, é preciso comunicar. Trouxe os impactos ESG na relação de todos os setores dos negócios com o transporte e iniciou perguntando: “a quem interessa o transporte? A resposta óbvia: a todos “.
O evento contou com membros da OCERGS, Tarcísio José Minetto, apresentando todo sistema educativo com Sescoop e evidenciando a importância das cooperativas de transporte gaúchas no estado, da Rede transporte trazendo o sentido da cooperação. A Dra. Tatiana Ferri, especialista no direito do transporte, elucidou desafios legislativos. O prefeito de Marau, Iura Kurtz, revelou total relação do setor público com o cooperativismo. E ainda pudemos saber de como as cooperativas cooperaram durante a crise das enchentes se transformando numa efetiva força pública social de ajuda e socorro, que mereceria um livro.
Com certeza, o Adelar, um líder nato, irá mobilizar lideranças para efetivar esse justo registro. O plano da intercooperação passa a ser essencial doravante não mais por uma questão exclusiva do sistema cooperativista, mas como um horizonte competitivo obrigatório de todas as organizações. Essa constatação ficou marcante no seminário.
Daí surge, então, a “tríade“ cooperativismo “trilegal“: envolve futuro, inovação e intercooperação.
Motivar seres humanos para a cooperação exige conceitos e educação desde o berço. Na primeira infância se estabelecem os valores que ficam para sempre. E posso dizer que a cooperação será do tamanho da educação que realizarmos com nossas crianças na 1ª Infância.
Coragem para enfrentarmos de frente o viver na terra e o futuro gera confiança em si próprio. Eu confio no próximo, dessa forma coopero. Quem não confia em si mesmo não confia no outro.
Neste valor essencial da cooperação se estabelece a grande síntese da felicidade, que é simples para ser descrita, em homenagem aos gaúchos, é o modo “trifeliz“: amor ao trabalho; amor a uma causa; e amor às pessoas. Mas, como o também saudoso gaúcho “barão de Itararé“ afirmava, “tudo seria fácil se não fossem as dificuldades“. A reunião do cooperativismo “trilegal & trifeliz“ tem umbilical dependência da qualidade dos seus líderes e da governança.
Um líder cooperativista não existe para fazer o que o associado quer e sim para protegê-lo numa visão de prosperidade de médio e longo prazos.
Francisco Turra deu uma aula de realidade esperançosa brasileira e encerrei minha palestra nesse disruptivo encontro com a mensagem do maior líder cooperativista do mundo, Roberto Rodrigues: “líderes de cooperativas merecem o prêmio Nobel da paz“.
Que grande dia e noite em Marau neste novembro de 2024! Cooperativismo “trilegal & trifeliz“. Parabéns VII Seminário Gaúcho de Transporte Cooperativo e Sicredi, que auditório e instalações sensacionais! Obrigado!
*José Luiz Tejon é palestrante especialista em agronegócio e membro editorial da Revista MundoCoop
Coluna exclusiva publicada na edição 121 da Revista MundoCoop