O agronegócio brasileiro representa quase 30% do PIB do País. É um setor que hoje em dia emprega mais de nove milhões de pessoas. E graças ao avanço da tecnologia, que gera soluções sustentáveis para a produção, o agro continua a atingir níveis de excelência em matéria de desempenho, e com a capacidade de alimentar uma parcela cada vez maior da população do planeta.
Diante dessa revolução tecnológica no campo, analistas afirmam que, atualmente, as maiores oportunidades de trabalho no agro estão na implementação de projetos digitais. Com isso, o setor busca, cada vez mais, especialistas em Tecnologia da Informação (TI), além de engenheiros, economistas, estatísticos, gerentes de operação, entre outros. São profissionais que, muitas vezes, podem exercer suas atividades sem sair dos grandes centros urbanos.
A migração dessas profissões para o ambiente agro, no contexto digital, é uma tendência em todo o mundo. Nesse sentido, é cada vez maior o número de empresas que implementam tecnologia e soluções inovadoras no meio rural. Não é à toa que, em nível global, os investimentos nas startups do agro (agtechs) alcançaram US$ 40 milhões apenas nos primeiros três meses de 2022.
Empresas como a Adroit Robotics, por exemplo, fazem parte dessa revolução no campo, oferecendo uma solução para o produtor que permite a contagem de milhões de frutas ao final da colheita. Já a Krilltech desenvolveu nanopartículas que impulsionam a oxigenação do solo e reduzem a necessidade de fertilizantes.
Estimativas
Uma pesquisa inédita da Agência Alemã de Cooperação Internacional, estima que, em dois anos, haverá 32.5 mil profissionais qualificados para 178.8 mil oportunidades em profissões emergentes, dentro de um total de 18.3 milhões no setor.
Segundo o estudo, em uma década, esses números deverão alcançar a marca de 162.3 mil profissionais para 360 mil vagas. Ou seja, hoje, no agronegócio, existem cerca de cinco vagas em aberto para cada profissional qualificado no mercado, e mesmo em dez anos, essa proporção deve ser de cerca de duas vagas para cada profissional.
Agro Digital Manager
Na área de implementação de tecnologias, o cargo mais cotado no momento é o de Agro Digital Manager, profissional que estrutura, executa e monitora projetos digitais em propriedade agrícolas.
A média salarial para essa ocupação é de R$ 12 mil por mês. Atualmente há cinco vagas por profissional disponível. A vantagem é que essa função não requer diploma em agronomia ou áreas correlatas, e o profissional não precisa se deslocar para a zona rural para trabalhar.
População ocupada
No contexto geral do mercado de trabalho, um recente levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que a população ocupada (PO) no agronegócio brasileiro totalizou 19.09 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2022, um aumento de 4,6% (ou de 839 mil trabalhadores) em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Cepea, esse é o maior número de pessoas atuando no setor em um segundo trimestre desde 2015, quando a PO totalizou 19.18 milhões de pessoas.
Os pesquisadores do centro de estudos indicam que esse avanço representa uma recuperação de ocupações que foram perdidas pelos desdobramentos da crise gerada pela pandemia.
Dentre os segmentos do agro, os destaques foram as agroindústrias e os agrosserviços, que apresentaram crescimentos significativos de quase 371.98 mil e de 605.73 mil pessoas, respectivamente, frente ao mesmo período do ano passado.
Entre o primeiro e segundo trimestres, especificamente, a população ocupada no agronegócio aumentou 1,9%, e isso se deve às variações positivas observadas em todos os segmentos.
Fontes: Exame/Cepea/Equipe SNA
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