Levar inovação e fortalecer o cooperativismo até nos cantos mais remotos do Brasil é a promessa do ALI COOP, uma iniciativa do Sebrae em parceria com instituições estaduais. O programa busca impulsionar a inovação na gestão, produção e acesso a mercados em cooperativas formadas por agricultores familiares, povos da floresta, ribeirinhos, indígenas e comunidades tradicionais.
A ideia nasceu da necessidade de criar um produto de inovação específico para cooperativas e atender a uma provocação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “A partir de um acordo de cooperação técnica firmado entre o MDIC e o Sebrae, surgiu a proposta de trabalhar com cooperativas na Amazônia Legal com foco em quatro cadeias da sociobiodiversidade: babaçu, castanha-do-Brasil, açaí e cupuaçu”, esclarece a coordenadora do Programa ALI, Ana Westrup.
No projeto piloto, lançado para apoiar cooperativas extrativistas, a adesão superou as expectativas: foram 171 inscritos distribuídos entre os estados do Maranhão, Rondônia e Pará. O que significa uma média de 17 candidatos por vaga, sinal claro do interesse e da demanda por iniciativas dessa natureza.
Atualmente, o projeto integra o planejamento estratégico do Sebrae e dialoga diretamente com a agenda da sustentabilidade e com a visão de economia do futuro, tema reforçado no ano da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP). Ele adapta a metodologia do Programa ALI, já reconhecida nacionalmente, para o contexto das cooperativas, unindo inovação e desenvolvimento sustentável.
“Nesse primeiro momento vamos vivenciar e conhecer a região da Amazônia Legal, com as comunidades extrativistas. Mas eu tenho certeza que é um produto que vai rapidamente escalar e tem o potencial para alcançar vários territórios”, aposta Ana sobre o futuro do programa ALI COOP.
Durante 12 meses, cada cooperativa participante terá acompanhamento presencial e contínuo de Agentes Locais de Inovação (ALIs), que realizam um diagnóstico participativo, identificam problemas e constroem soluções personalizadas. O objetivo é incorporar a inovação à cultura da cooperativa e promover melhorias em gestão, produção, marketing, vendas e acesso a novos mercados.
Entre os resultados esperados estão: o aumento do faturamento, crescimento do número de cooperados, redução de resíduos sólidos na produção e fortalecimento das práticas de sustentabilidade. Além dos ganhos diretos para o negócio, cada cooperativa impacta indiretamente entre 300 e 400 pessoas, beneficiando comunidades inteiras de agricultores familiares, povos da floresta, ribeirinhos, indígenas e comunidades tradicionais.
O impacto esperado é significativo tanto em indicadores econômicos quanto na qualidade de vida dos cooperados, ao promover acesso a novos mercados, agregar valor aos produtos e consolidar redes cooperativas em territórios de baixa densidade institucional.
“Com o apoio do Sebrae e parceiros regionais, o programa pretende provar que é possível interiorizar a inovação e criar oportunidades em regiões onde o acesso a tecnologias e mercados é mais limitado”, conclui a analista ao reforçar que o projeto visa fortalecer não só a economia, mas também a cultura e a autonomia das comunidades.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias