Sementes de árvores nativas da Mata Atlântica usadas para recuperar florestas e transformadas em lindas peças de artesanato são fonte de renda para integrantes de uma cooperativa indígena de Aracruz, no Norte do Espírito Santo.
Danila Morais Soares, uma das cooperadas, disse que em só em 2022 a Cooperativa de Agricultores Indígenas Tupiniquim e Guarany (Coopyguá) colheu 2.270 quilos de sementes de árvores nativas, uma geração de renda de cerca de R$ 150 mil.
Por dia, são coletados cerca de 15 quilos de sementes em uma área de preservação ambiental onde são encontradas espécies como cajá-mirim e boleira.
Em seguida, a polpa do fruto é retirada e é iniciado o processo de secagem. Depois, a casca da boleira é quebrada e a semente é retirada. Tudo é vendido para clientes, alguns da Bahia, interessados em reflorestamento.
“A natureza salvando a gente e a gente precisando dela. Pra gente conseguir sobreviver, a gente tem que ajudar ela. Ela precisa da gente”, disse Danila.
Produção de artesanato
Além da restauração florestal, as sementes colhidas pelos indígenas da cooperativa são usadas para a produção de artesanato, tradição compartilhada e repassada para as novas gerações de indígenas.
“A maioria [das sementes] a gente já conhecia. Então, pra gente foi bem vantajoso, porque além de estar plantando, daqui a uns anos meu filho e minha sobrinha já vão ter as sementes para o uso no artesanato”, disse a cooperada Danila Morais.
Se depender da Dalila, as mãos hoje pequenas vão manter viva a tradição do trabalho ancestral de conexão com a natureza.
“A gente faz de tudo para mostrar isso em apresentações, vai em oficinas e leva as crianças para poder ver. A gente também faz a limpeza da semente aqui na beira de casa e põe as crianças pra poder ver e também aprender”, disse Danila.
“Além de trazer essa renovação ambiental, fortalece a cultura das comunidades indígenas que é de renovar a vida através da semente”, disse consultor de desenvolvimento Gerson Peixoto.
Fonte: G1
Discussão sobre post