O coop mineiro é parte de uma mobilização institucional para erradicar a pobreza extrema em Minas Gerais e garantir que pessoas de todas as regiões do Estado tenham acesso a condições dignas. O trabalho está sendo conduzido pelo Fórum Técnico Minas Sem Miséria, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que reúne mais de 70 entidades da sociedade civil e poder público, entre elas o Sistema Ocemg.
No dia 22 de agosto, o grupo se reuniu em Juiz de Fora na primeira de uma série de audiências para a elaboração do Plano Mineiro de Combate à Miséria — política pública que está sendo construída para atender às cerca de 3,4 milhões de pessoas em Minas Gerais que ainda vivem em situação de pobreza, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).
A participação do Sistema Ocemg no fórum coloca em destaque o papel das cooperativas para o desenvolvimento econômico e social do Estado. Em 2024, o setor movimentou R$ 157,8 bilhões — 14,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais — e gerou 3.889 empregos diretos. Com trabalho, renda e ações de impacto nas comunidades em que atuam, o coop contribui para a inclusão produtiva, a redução de desigualdades e o fortalecimento de economias locais.
“A participação do cooperativismo — por meio do Sistema Ocemg — em espaços públicos de construção de políticas públicas é um reconhecimento do impacto do nosso modelo de negócios para o desenvolvimento sustentável do Estado e para a geração de prosperidade para todo o povo mineiro”, destaca o assessor institucional da entidade, Geraldo Magela.
A contribuição cooperativista ao debate também se dará com exemplos, segundo Magela. Um deles é o da cooperativa Sabor do Canto, formada por pessoas que viviam em situação de rua e hoje trabalham com serviços de alimentação. “O cooperativismo pode, sim, inspirar políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da miséria. A Sabor do Canto é uma prova disso: fruto da articulação entre o Sistema Ocemg, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Pastoral de Rua e a Cáritas, é um modelo que devolve dignidade, gera renda e pode ser replicado em outras cidades de Minas e do Brasil”, acrescentou.
Participação popular
O Fórum Técnico Minas Sem Miséria realizará mais quatro encontros regionais para debater propostas para a construção do Plano Mineiro de Combate à Miséria. As reuniões serão realizadas em Montes Claros (08/09), Uberlândia (26/09), Araçuaí (10/10) e Betim (07/11), orientadas por cinco eixos temáticos:
- soberania e segurança alimentar e nutricional;
- trabalho digno e educação;
- diversidade, assistência social e saúde;
- moradia, território e meio ambiente; e
- controle social e governança do Fundo de Erradicação da Miséria (FEM).
Além dos encontros regionais, em setembro, será aberta uma consulta pública online para ampliar a participação popular em todo o Estado, permitindo o envio de sugestões pela internet.
A etapa final está prevista para o início de 2026, quando as propostas serão definidas e apresentadas ao Legislativo. O plano poderá orientar a elaboração de requerimentos, projetos de lei, emendas ou sugestões ao orçamento do Estado para ações de combate à miséria.
Fonte: Sistema Ocemg