Um estudo nacional sobre o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda, realizado em 33 unidades hospitalares no Brasil, incluindo a UTI Geral do Hospital Unimed Vitória, entre 2019 e 2023, contribuiu para salvar vidas durante a pandemia da Covid-19.
A médica intensivista Eliana Bernadete Caser, doutora em Ciências da Saúde pelo INCOR-FMUSP-SP, responsável por conduzir a pesquisa na cooperativa capixaba, detalhou os benefícios dessa colaboração. “A pesquisa foi essencial para os bons resultados que alcançamos durante a pandemia de SARS-CoV-2, pois tivemos a oportunidade de capacitar diversos profissionais de saúde e médicos da Unimed Vitória com técnicas atualizadas para o atendimento de pacientes críticos, o que contribuiu para salvar muitas vidas. Além disso, fomos um dos principais centros hospitalares do Brasil na inclusão de pacientes para esse estudo”, destaca a médica intensivista da Unimed Vitória, Eliana Bernadete Caser.
A pesquisa, intitulada “Oxigênio nasal de alto fluxo versus ventilação não invasiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda: o ensaio clínico randomizado Renovate”, foi publicada na renomada revista científica JAMA Network.
Ao todo, foram monitorados 1.766 pacientes, distribuídos em cinco grupos com diferentes condições respiratórias: hipoxemia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) com acidose, edema pulmonar cardiogênico, covid-19 e imunocomprometimento.
Saiba mais sobre o estudo
“A pesquisa foi liderada pelo Instituto de Pesquisa HCor e teve como objetivo avaliar se a oxigenoterapia nasal de alto fluxo (ONAF) é tão eficaz quanto a ventilação não invasiva (VNI) em relação à taxa de intubação endotraqueal ou à morte em sete dias em pacientes com insuficiência respiratória aguda. A ONAF é geralmente mais simples e prática de aplicar do que a VNI com máscara facial”, explica Eliana.
De acordo com a médica intensivista, os resultados mostraram que a oxigenoterapia nasal de alto fluxo foi tão eficaz quanto a ventilação não invasiva em quatro dos cinco grupos analisados. “O desfecho primário (intubação ou morte em sete dias) apresentou taxas semelhantes entre os dois tratamentos: 39% no grupo que utilizou ONAF e 38% no grupo que utilizou VNI”, pontua.
Entretanto, a pesquisa sugere que são necessárias mais investigações para confirmar esses resultados em pacientes imunocomprometidos, com DPOC ou com edema pulmonar cardiogênico agudo.
O estudo reforça a ideia de que o uso da ONAF pode ser ampliado em situações específicas de pacientes com insuficiência respiratória aguda. “Esse é um dos maiores e mais bem estruturados estudos randomizados e controlados envolvendo técnicas de suporte ventilatório não invasivo, abrangendo condições clínicas associadas à insuficiência respiratória aguda”, concluiu Eliana Caser.
Fonte: Sistema OCB/ES