Além de ser forte e representativo na economia geral do Espírito Santo, o setor agropecuário também se destaca no cooperativismo capixaba. As cooperativas que atuam nesse ramo no estado faturaram R$ 3,4 bilhões em 2021, o equivalente a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal capixaba calculado no último ano.
Os dados foram divulgados no Anuário do Cooperativismo Capixaba 2022. De acordo com a publicação, as cooperativas agropecuárias aumentaram seu faturamento em 86,3% no triênio 2019-2021. O montante registrado no último ano foi o maior entre os sete ramos do cooperativismo capixaba e correspondeu a 41% dos ingressos e receitas brutas do movimento.
Além de se destacarem pelo seu potencial econômico, as cooperativas agropecuárias produzem e comercializam uma variedade de produtos. Da agroindústria à agricultura familiar, a diversidade predomina. Em 2021, os produtos de origem vegetal e in natura corresponderam a 37% do faturamento, os insumos a cerca de 30% e os de origem animal e industrializados a quase 17%. Esses foram os segmentos com maior representatividade na receita total.
“A economia agropecuária continua forte no Espírito Santo, e essa tendência também pode ser observada no cooperativismo capixaba. De norte a sul do estado, temos cooperativas de diferentes portes produzindo uma variedade considerável de alimentos. Só no último ano elas investiram R$ 22,7 milhões em seus negócios, o que favoreceu o crescimento e a qualidade dos produtos comercializados. Para 2022 a estimativa de investimentos é de R$ 56 milhões”, informa o superintendente do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira.
A seguir, confira indicadores sobre os principais produtos comercializados pelas cooperativas agropecuárias capixabas, extraídos do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2022, com data base em 31 de dezembro de 2021.
CAFÉ
A cafeicultura se destaca entre o leque de atividades das cooperativas capixabas do Ramo Agropecuário. Em 2021, elas faturaram R$ 1,4 bilhão com a venda de cafés no mercado interno, um crescimento de 60% em relação a 2020. Já em termos de exportação, a venda das quase 75 mil sacas do produto gerou R$ 53,3 milhões.
No mesmo ano foram produzidas 1,7 milhão de sacas de café. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume corresponde a 15,7% do total de café conilon beneficiado no Espírito Santo e a 12,4% de todo o café beneficiado no estado. Foi também no estado de origem que ocorreu o maior volume de comercialização do produto, seguido por Minas Gerais e Bahia.
LEITE
A produção de leite e derivados pelas cooperativas capixabas geraram R$ 602,4 milhões em faturamento no ano passado, 15,5% a mais que em 2020. Esses indicadores reforçam a relevância da pecuária leiteira para garantir a renda mensal de produtores cooperados.
Em 2021 foram captados 158,8 milhões de litros de leite, tudo dentro do estado, e 96,4% do volume foi adquirido junto aos próprios cooperados. Cerca de 80% do total foi destinado à industrialização própria. A capacidade instalada de processamento cresceu 30% no último biênio com a inauguração da nova unidade industrial da Selita.
Além da produção e comercialização de produtos lácteos, as cooperativas do segmento obtêm receitas com outros tipos de negócios. Elas faturaram R$ 42,7 milhões com fábricas ração, R$ 23,8 milhões com supermercados e R$ 16,8 milhões com lojas agropecuárias, venda de insumos ou equipamentos.
AGRICULTURA FAMILIAR
Peixe, polpas de fruta, leite em pó, verduras, legumes e ovos. Esses são alguns dos principais alimentos comercializados pelas cooperativas capixabas de agricultura familiar. De acordo a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), em 2021 elas forneceram cerca de 369 mil unidades de produtos alimentícios para as escolas públicas do Espírito Santo.
Isso foi possível porque as cooperativas desse segmento participam de programas governamentais de compras públicas de alimentos. No último ano elas captaram R$ 6,7 milhões por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – quase o dobro em relação a 2020 – e R$ 700 mil via Programa Alimenta Brasil (PAB).
Ainda de acordo com a Sedu, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDES) repassou mais de R$ 11 milhões para as escolas públicas do estado no período. As cooperativas capixabas de agricultura familiar tiveram 24% de participação sobre esse valor, representando R$ 2,6 milhões.
ESPECIARIAS
As cooperativas agropecuárias capixabas já ultrapassam as fronteiras brasileiras quando o assunto são as vendas. Os principais produtos exportados são as pimentas e o cravo-da-índia. Dos R$ 54,4 milhões faturados em vendas no exterior por essas coops em 2021, R$ 50,1 milhões (92%) foram oriundos da comercialização de especiarias.
Foram exportadas cerca de 2,5 mil toneladas de pimentas-do-reino (preta e branca), pimenta-rosa e cravo-da-índia. Somente a pimenta-do-reino correspondeu a quase 92% do volume. Isso significa que as cooperativas capixabas foram responsáveis por 4,7% do total exportado da variedade e por 3,2% do total produzido no Espírito Santo, conforme dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Além das especiarias, cooperativas capixabas também já exportam macadâmia e café.
OUTROS PRODUTOS
A industrialização de produtos agropecuários in natura tem sido explorada pelas cooperativas capixabas. Além do leite, café, especiarias e macadâmia, outras mercadorias estão sendo beneficiados.
No último ano elas industrializaram mais de 100 mil toneladas de produções, com destaque para as rações (102 mil), tilápia (504 mil) e doces e geleias (13,1 mil).
Fonte: Sistema OCB/ES
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