A primeira cooperativa de saúde surgiu no Brasil no ano de 1967. Criada por médicos, com o intuito de melhorar as possibilidades de trabalho para os profissionais, se espalhou pelas regiões do Brasil.
Hoje, além de cooperativas médicas, existem cooperativas odontológicas, de enfermagem, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos e outros. Há mais de 50 anos no Brasil, existem cooperativas de saúde em, pelo menos, 85% dos municípios brasileiros.
Os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021, divulgado pela Organização de Cooperativas do Brasil apontam que, no ano de 2020, existiam no país 758 cooperativas, que juntas, geraram mais de 116 mil empregos e somavam mais de 292 mil cooperados. No estado de Santa Catarina, são 31 cooperativas, 17.624 cooperados e 7.611 empregados.
Por ser uma modalidade voltada para os profissionais, as cooperativas de saúde possuem um papel importante no auxílio aos seus cooperados, criando oportunidades de trabalho e de aprimoramento profissional.
Segundo o médico presidente de uma dessas cooperativas, em Chapecó, José Pegoraro Foresti, em outras empresas de saúde o profissional acaba trabalhando para um terceiro e, no caso das cooperativas, não existe esse intermediário.
— A grande finalidade das cooperativas de saúde é gerar trabalho médico com qualidade, com indicação. Nós investimos nos cooperados para estarem cada vez mais qualificados e completos — relata.
Esse modelo de trabalho é importante, também, para o desenvolvimento da saúde nas regiões. Em Chapecó, recursos próprios de uma cooperativa é direcionado para hospitais da cooperativa.
— Se tem uma empresa que administra o hospital, ela recolhe o lucro e contrata o médico da forma que desejam. Nós não. Em Santa Catarina, todas as Unimeds estão investindo em recursos próprios, porque não tem um intermediário e são todas qualificadas, não é simplesmente abrir um hospital com qualificação.
Menos de 2% dos hospitais do Brasil tem essa qualificação que nós temos em Chapecó e assim é em vários hospitais do sistema Unimed de Santa Catarina. São vários líderes e todos vão chegar no grau máximo também — afirma.
Cooperativas de saúde: como tudo começou
Para entender a história do cooperativismo no Estado, é preciso olhar para o início da história, nas cooperativas agrícolas, que existem há mais de 100 anos no Brasil. Foram elas que abriram as portas para o início do cooperativismo de saúde e tantos outros setores, como de crédito e trabalho.
— Hoje, você pode ter uma cooperativa para prestar serviço de limpeza pública, cooperativa para fazer o estacionamento e assim por diante — explica o fundador e um dos primeiros presidentes da Unimed Chapecó, José Francisco de Aymone Neto.
As cooperativas são como associações, isso quer dizer que qualquer pessoa com interesse pode se associar ao sistema cooperativista. Por ser de associação livre, é muito falado que os donos das cooperativas são os próprios cooperados, já que, ao participarem, as cooperativas têm como premissa trabalhar em prol dessas pessoas.
Com o propósito de fornecer melhores condições de saúde para os seus cooperados, as cooperativas de outros setores incentivaram a criação de cooperativas de saúde.
— A cooperativa médica, especificamente, nasceu em Chapecó exatamente pelo incentivo da cooperativa Aurora e da cooperativa Alfa, no ano de 1989 — conta Aymone Neto.
O sistema cresceu e hoje é um dos principais planos de saúde da cidade e possui um hospital referência para toda a região Oeste.
Fonte: G1
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