No fértil solo de Minas Gerais, em se plantando, tudo dá. Confiante nessa premissa, a Casa do Cooperativismo Mineiro cultivou, em 2006, uma semente na expectativa de vê-la crescer e se espalhar por todo o Brasil. “Fomos a primeira organização cooperativista do Brasil a investir em sustentabilidade”, explica o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato. “E fizemos isso muito antes de a agenda ESG entrar na moda porque entendemos que esse era o caminho capaz de garantir o crescimento e a perenidade do nosso modelo de negócios.”
Confira a linha do tempo desta trajetória de Sustentabilidade da entidade:
2006 — Realização do Seminário de Responsabilidade Social, que discutiu o papel das cooperativas no desenvolvimento sustentável. Em 2024, o evento chegou em sua 18º edição como referência cooperativista de debates sobre fazer negócios com responsabilidade com as pessoas e o planeta.
2009 — Lançamento do Dia de Cooperar (Dia C), programa de voluntariado e responsabilidade social que expandiu os valores do coop para fora das cooperativas e levou ações diretamente às comunidades. Os resultados foram tão positivos que, em 2013, o Dia C foi nacionalizado e hoje é a maior mobilização de voluntários do cooperativismo brasileiro, com mais de 29 milhões de pessoas beneficiadas (até 2023).
2015 — O Sistema Ocemg alinhou seus projetos de responsabilidade social aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Três anos depois, em 2018, foi a primeira Organização Estadual cooperativista a assinar o Pacto Global, um chamado da ONU para encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social e ambiental, considerado a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.
2016 — Inclusão da Sustentabilidade como um dos braços finalísticos da entidade, ao lado de Educação, Monitoramento e Desenvolvimento de cooperativas.
2018 — Lançamento do programa +Coop Desenvolvimento Sustentável, que busca promover a transformação e prosperidade social das comunidades, municípios ou microrregiões atendidas pelo Sistema Ocemg. Por meio dele, são feitos mapeamentos de vocações econômicas locais e de oportunidade de desenvolvimento de novos setores que sejam potenciais geradores de riqueza, trabalho e renda. Atuam, em parceria com a entidade cooperativista, cooperativas locais e organizações governamentais e instituições privadas formando uma rede de suporte aos grupos trabalhados.
2019 — Criação do Programa Minascoop Energia, que colocou o cooperativismo mineiro na vanguarda da geração de energia renovável e solidária. Com estímulo à construção de usinas fotovoltaicas para suprimento da demanda própria de energia, além da doação de parte dela para instituições filantrópicas, a iniciativa contempla 10 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com impactos para o meio ambiente, o clima, e, principalmente, a vida das pessoas.
2023 — a Casa do Cooperativismo Mineiro foi a primeira Organização Estadual cooperativista a produzir um relatório de sustentabilidade baseado nos indicadores GRI (Global Reporting Initiative), metodologia reconhecida internacionalmente para medir indicadores ambientais, sociais e econômicos. A segunda edição do relatório, com lançamento previsto para 2025, já está em processo de elaboração.
Jornada rumo à Conferência do Clima
O protagonismo do cooperativismo mineiro na promoção da sustentabilidade já ultrapassou as fronteiras brasileiras. Em uma nova mostra da representatividade das coops mineiras na agenda ambiental brasileira, o Sistema Ocemg foi convidado pelo governo federal a apresentar o projeto MinasCoop Energia em três edições da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, as COPs 26, 27 e 28. Na COP 29, realizada em novembro deste ano em Baku, no Azerbaijão, o coop mineiro esteve entre o portfólio de soluções sustentáveis apresentados pelo Governo de Minas Gerais.
Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a COP 30, que será realizada em Belém, capital do Pará, em 2025 será o momento de reafirmar o protagonismo do cooperativismo brasileiro e de preparar a participação do movimento com mais força. “Hoje, a sustentabilidade não é mais um diferencial, é uma exigência. Se não seguirmos os critérios ambientais, sociais e de governança, ficaremos de fora do mercado global. Isso vale para todas as áreas do cooperativismo. As mudanças climáticas já estão nos afetando, com ondas de calor, chuvas fortes, secas e geadas, causando quebras de safra e danos às nossas instalações. Isso aumenta os custos e o risco dos financiamentos. Não podemos ignorar essa realidade. Cuidar do meio ambiente é cuidar do nosso entorno e das pessoas”, afirma Lopes de Freitas.
Fonte: Sistema Ocemg