Patricia Ríos e outras 29 famílias formaram uma cooperativa em busca de moradia digna através do programa Ayuda Mutua, que promove a autoconstrução e gestão comunitária. Este modelo, que remonta aos anos 60, continua a ser uma solução viável para as classes trabalhadoras no Uruguai.
Após anos de aluguel, Ríos decidiu criar a cooperativa Covijuvmer XXV. Com um orçamento mensal de 30.000 pesos uruguaios (aproximadamente 750 dólares), a obtenção de um empréstimo convencional parecia impossível. O programa Ayuda Mutua permitiu que essas famílias construíssem suas casas, dedicando 4,5 horas diárias ao trabalho coletivo.
Nos últimos 15 anos, cerca de 20.058 lares foram erguidos sob essa modalidade, que combina subsídios estatais e o esforço dos cooperados. O processo começa com a escolha do terreno, onde a cooperativa optou por uma antiga cancha de futebol, doando o valor do solo a uma instituição local que necessitava de reformas.
Transformação Comunitária
O apoio de profissionais, como arquitetos e assistentes sociais, foi crucial durante a construção. Ríos destaca que a experiência não apenas proporcionou moradia, mas também transformou a comunidade. A cooperativa não apenas constrói casas, mas também gera serviços essenciais, como água e energia.
A realidade do cooperativismo no Uruguai contrasta com a situação em outros países da América Latina, onde a taxa de propriedade caiu significativamente. Enquanto 57,3% da população uruguaia possui casa própria, muitos jovens na região enfrentam dificuldades para adquirir um imóvel devido a salários baixos e especulação imobiliária.
Desafios e Oportunidades
O cooperativismo no Uruguai é uma resposta eficaz à crise habitacional, permitindo que as famílias se empoderem e aprendam a gerenciar suas finanças. Ríos, que continua a ajudar outras famílias, afirma que a experiência de trabalhar em grupo é enriquecedora. A cooperativa representa uma alternativa viável para garantir moradia digna e enfrentar a especulação no setor imobiliário.
A Ayuda Mutua não é apenas um programa habitacional, mas um modelo que promove a construção de comunidades coesas e solidárias, mostrando que o trabalho coletivo pode transformar vidas e territórios.
Fonte: Portal Tela