Mesmo em um ano desafiador, marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, as cooperativas gaúchas registraram, mais uma vez, recorde de faturamento. Os ingressos alcançaram R$ 93,25 bilhões em 2024, um aumento de 8,41% em relação ao ano anterior. As sobras também tiveram crescimento: chegaram a R$ 5 bilhões no ano passado, um aumento de 10,96%. Os dados constam no Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2025 (ano-base 2024), balanço divulgado nesta terça-feira (1º), em coletiva de imprensa na sede do Sistema Ocergs, em Porto Alegre.
“No Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela ONU, celebramos a capacidade do cooperativismo de sustentar e impulsionar a economia do Rio Grande do Sul, mesmo diante das maiores adversidades. Em um período marcado por perdas e reconstrução, especialmente no meio rural, os resultados demonstram a força, a resiliência e o compromisso do sistema cooperativo com o desenvolvimento sustentável e com as comunidades onde atua”, avalia o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann.
À frente do Sistema, que representa mais de 370 cooperativas no estado, Hartmann ressalta, ainda, o avanço no número de associados e de empregos — o ano fechou com 4,2 milhões de pessoas vinculadas ao cooperativismo gaúcho e 78,5 mil postos de trabalho.

“Mais de um terço da população é associada a uma cooperativa. Isso é muito representativo”, destaca o presidente. “O cooperativismo avança, cada vez mais, em gestão e governança. O associado é o dono, investe, participa das decisões e se beneficia com a distribuição de resultados. E o sistema se compromete com o desenvolvimento da comunidade, não apenas com os próprios ganhos. Tudo isso faz a diferença”, acrescenta.
O ramo Agropecuário, que representa mais da metade do faturamento total do cooperativismo gaúcho, permanece na liderança em número de cooperativas e de empregos gerados no estado. São 40,5 mil postos de trabalho nas 93 coops registradas no Sistema Ocergs. Juntas, elas tiveram faturamento de R$ 49,9 bilhões em 2024 — um crescimento de 2,49% em relação ao ano anterior. As sobras no ramo também avançaram, fechando o ano em R$ 1,2 bilhão — um aumento de 30,78%.
Destacam-se, ainda, os ramos Crédito e Saúde. No primeiro, a soma de ativos chegou a R$171,9 bilhões, enquanto as sobras foram de R$ 3,1 bi (a maior entre os ramos) — aumentos correspondentes a 25,33% e 3,48%, respectivamente. No ramo Saúde, os associados celebraram o faturamento de R$ 10,61 bilhões, ampliado em 11,05% em 2024. Também houve aumento nas sobras, de 10,85%, que alcançaram R$ 336,13 milhões.
Demais ramos
Os outros ramos também sustentam a importância do cooperativismo como modelo socioeconômico sustentável. Na Infraestrutura, os ingressos cresceram 5,24%, chegando a R$ 2 bilhões. As cooperativas de Transporte tiveram um aumento de 20,92% nas sobras, chegando a R$ 50,20 milhões. Em Trabalho, Produção de Bens e Serviços, as cooperativas conseguiram manter o faturamento na casa do bilhão. Por fim, o setor do Consumo surpreendeu com o aumento do faturamento em 171,80%, registrando R$ 687,43 mil em ingressos.
Até 2030, o cooperativismo gaúcho pretende alcançar R$ 150 bilhões de faturamento. O objetivo faz parte do RSCOOP150bi de Prosperidade — plano gaúcho de cooperativismo lançado pelo Sistema Ocergs.
Principais números (ano-base 2024)
- Ingressos (faturamento): R$ 93,2 bilhões (+8,41%)
- Sobras: R$ 5 bilhões (+10,96%)
- Patrimônio líquido: R$ 39,2 bilhões (+21,87%)
- Ativos: R$ 217,8 bilhões (+21,87%)
Balanço completo
Neste ano, pela primeira vez, o Expressão do Cooperativismo Gaúcho ganhou uma versão digital. Todos os dados, divididos pelos sete ramos e pelas regiões do estado, podem ser acessados nesta página personalizada no site do Sistema Ocergs. Também é possível conferir a atividade de cada ramo, um glossário para entender cada um dos indicadores, a metodologia utilizada no levantamento e mais informações sobre o sistema cooperativo.
Fonte: Terra e Critério Comunicação