Especial 10 Tendências para o Cooperativismo: Transparência em Negócios

Em alta, o cooperativismo pretende, em 2025, ampliar ainda mais a sua rede de alcance e importância. Além de ser considerado um movimento essencial para o crescimento do mercado em todos os sentidos.

Neste cenário, com mais de 3 milhões de cooperativas em todo o mundo e números que ultrapassam 1 bilhão de cooperados, as dez principais tendências para o segmento se tornar cada vez mais inovador e disruptivo devem fazer parte do dia a dia do setor, integrando todos os seus processos e as comunidades do seu entorno. 

Na sétima parte do especial 10 Tendências para o Cooperativismo, o tema é Transparência em Negócios !

Muito debatido no ambiente empresarial, o setor cooperativo deve utilizar a transparência como peça-chave para estabelecer uma relação de confiança entre organizações e seus públicos. Segundo Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs, adotar uma comunicação clara, aberta e honesta no ambiente organizacional passa pela criação de canais acessíveis a cooperados e stakeholders. “Assim, eles podem se aproximar das tomadas de decisão da cooperativa, enquanto outras práticas devem ser implementadas, como gestão eficiente, auditorias internas e externas, e relatórios financeiros robustos, com prestação de contas, detalhados a todos os membros. O investimento na formação de líderes em recursos tecnológicos viabilizam um fluxo de comunicação orientado para a transparência”, detalha. 

site2 — Ricardo Voltollini, CEO da Ideia Sustentável e fundador da Plataforma Liderança com Valores

Ricardo Voltollini, CEO da Ideia Sustentável e fundador da Plataforma Liderança com Valores, destaca o fato de que a transparência nos negócios é essencial nos dias de hoje. “Segundo Daniel Goleman, autor de ‘Inteligência Ecológica’, vivemos todos na ‘era da transparência radical. Neste mundo organizado em redes sociais, com circulação de informação rápida e julgamentos instantâneos, nem sempre fundamentados, todos estamos superexpostos num nível nunca antes praticado na humanidade”, alerta. 

Por isso, Ricardo afirma que a transparência tem um papel fundamental na reputação, que nunca esteve tão ameaçada. “Todos os públicos de interesse cobram o máximo de rigor nas informações, ética nos processos e decisões, respeito nas relações e defesa de negócios que interessem a sociedade. A falta de transparência destrói vínculos de confiança, e por tabela, o valor dos negócios. A transparência, por sua vez, não é apenas um valor. Ela deve estar na cultura organizacional, como um conjunto de crenças orientadoras de práticas cotidianas. Suas premissas e ações devem ser do conhecimento de todos os colaboradores”.

Neste cenário, ele destaca que as  cooperativas precisam criar canais, mecanismos e ritos de comunicação pública que fortaleçam, na prática, os seus valores para os associados e a sociedade. “Antes, precisam construir política de compliance interno que confiram visibilidade a temas considerados críticos, como gestão financeira, código de petica e conduta, riscos e impactos, compras sustentáveis, direitos humanos e diversidade, equidade e inclusão. Em seguida, o primeiro passo é assegurar a comunicação transparente dos seus resultados econômicos, sociais e ambientais para os associados. Depois, para reguladores. E, por fim, para toda sociedade”, detalha ele, acrescentando que também devem ser usadas ferramentas de comunicação como encontros abertos, assembleias, informativos, redes sociais e relatórios auditados para reforçar princípios que lhe conferem originalidade institucional, como adesão livre e voluntária. “Uma gestão transparente reduz riscos, mas também cria oportunidades”, define.

Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs, comenta que a transparência precisa ser parte do dia a dia das cooperativas e reforçada nas ações cotidianas, com envolvimento de toda a organização sob o comando da governança. “A liderança deve ser a primeira a dar o exemplo, adotando práticas transparentes em todas as suas atividades e relações, seguindo as diretrizes do programa de compliance da cooperativa. A promoção de uma cultura de transparência também depende da capacitação dos cooperados e dos colaboradores para que entendam a importância desse valor e o impacto sobre a gestão e sobre os resultados do negócio”, ensina ele, acrescentando que existem ações concretas em andamento junto com as cooperativas, intermediadas pelo Sistema Ocergs e pela OCB, existem como o Programa de Compliance e Integridade, implementado desde 2023 que prevê auditoria e monitoramento, avaliação de risco, código de conduta, controles internos, gestão de terceiros, relacionamento com os cooperados, plano de treinamento e comunicação.

Por Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop