A agenda de feiras agropecuárias segue a todo vapor pelo país. E nesta sexta-feira, 2 de maio, a Agrishow – maior evento de tecnologia para o agronegócio da América Latina – encerra a sua 30ª edição, marcando três décadas de contribuição para o agronegócio brasileiro e mundial. E a MundoCoop esteve presente acompanhando as novidades.
Consolidada como uma das maiores vitrines de tendências no agro e conectando atores de diferentes setores, a Agrishow reúne soluções para todos os tipos de culturas, safras, máquinas e tamanhos de propriedades, além de ser reconhecida como o palco dos lançamentos das principais tendências e inovações para o agronegócio.
Com números finais a serem consolidados na próxima sexta, último dia da Feira, a edição de 2025 espera encerrar com recordes em todas as frentes, alcançando a marca de 195 mil visitantes e superando mais de R$17 bilhões em negócios. No ano passado, foram mais de 800 marcas expositoras e mais de 190 mil visitantes, que puderam explorar uma área de 520 mil m2.
Olhando para o futuro, neste ano o evento reforçou temas que devem estar ainda mais presentes no campo nos próximos anos, alinhados aos desafios globais de segurança alimentar e descarbonização. Entre eles, a agricultura regenerativa, transição energética e rastreabilidade de alimentos dominaram os debates e expuseram como o setor tem respondido às demandas por produção mais limpa e transparente.
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Entre destaques, o aumento da participação de startups e cooperativas no segmento do agronegócio – cenário que tem se evidenciado nos últimos anos – mostrou um avanço nas tecnologias escaláveis para pequenos e médios produtores. Indo de encontro com o lema escolhido para a edição (” O Futuro de A a Z”), os debates mostraram que a digitalização e aprimoramento de processos passam por diversos âmbitos da cadeia, da seleção do grão, ao cultivo e chegando na ponta da linha, com a comercialização dos produtos.
Cooperativas lideram diferentes segmentos de negócio
Diante do cenário de avanço tecnológico e crescimento da preocupação sobre quem produz, as cooperativas têm liderado as discussões que alinham a inovação com a gestão humanizada.
No ramo crédito, o setor – presente de forma ampla na Feira – reforçou o caráter humanizado da gestão, com ações de fortalecimento entre as instituições e produtores cooperados, sobretudo em um momento de cenário econômico incerto. Entre questões cambiais e o aumento da taxa Selic, as cooperativas têm integrado o assessoramento dos diretores de negócios, a fim de certificar as alternativas mais alinhadas à realidade dos cooperados.
Neste contexto, o consórcio emergiu como uma alternativa estratégica diante das altas taxas de juros. Gilson Farias, Gerente de Crédito da Central Sicredi Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, reforçou que a modalidade proporciona blinda o cooperado contra a volatilidade das taxas. “O consórcio oferece previsibilidade no planejamento de investimentos, especialmente para aquisição de ativos de alto valor, como máquinas agrícolas com vida útil superior a dez anos”, afirmou.
A estratégia também fez parte da operação capitaneada pela Cresol, com o oferecimento de condições diferenciadas para consórcios de maquinário agrícola com modelagem financeira sincronizada aos ciclos de safra. Para Marcelo Ludvichak, Diretor de Negócios da Cresol, a sincronização dos pagamentos com os ciclos de produção viabiliza a estabilidade financeira das instituições. “Desenhamos um sistema que protege o capital de giro do produtor, permitindo que ele honre os compromissos financeiros sem comprometer o custeio da lavoura”, explicou.
Além das soluções de crédito, as cooperativas apresentaram as iniciativas sociais do setor durante a agenda. As seções direcionadas para a discussão sobre a importância das cooperativas com os projetos sustentáveis substanciaram o papel comunitário do modelo de negócio.

Na Credicitrus, o Instituto da cooperativa impacta mais de 86 mil pessoas através do aporte de R$ 11,5 milhões em projetos de empreendedorismo, profissionalização e energia limpa. “Participar da Agrishow nos permite mostrar que negócios e impacto social caminham juntos. Quando recuperamos uma nascente ou capacitamos um produtor rural, estamos fortalecendo toda a cadeia do agronegócio”, destacou Gledson.
Inovação da produção agrícola
Além de fortalecer a base financeira e socioambiental do agro, o cooperativismo revoluciona o setor também com a produção agrícola brasileira focada na inovação tecnológica.
O portifólio de inovações da cooperativa canavieira Coplacana durante a Agrishow apresentou os avanços em agricultura de precisão e digitalização do campo. Nesta edição, a cooperativa apresentou sistemas completos de integração de telemetria em equipamentos agrícolas, sensores IoT para monitoramento em tempo real das operações e uma plataforma digital para gestão integrada da lavoura. Gabriel Camarinha, coordenador de negócios da Coplacana, explicou que democratizar o acesso à tecnologia no campo para os produtores da área. “Desenvolvemos soluções acessíveis que trazem tecnologias de ponta, antes restritas a grandes usinas, para o dia a dia dos nossos cooperados”, apontou.
Ainda sobre redução de danos à plantação, a Belgo Arames apresentou um rol de produtos voltados à proteção de plantios e de gado. Dentre as novidades apresentadas, telas contra-ataques de Javaporco, Ferrovia e a tecnologia Instabov, que realiza o monitoramento geolocalizado de bovinos por meio de uma coleira, estiveram em destaque no estande.
Por fim, a Falker apresentou o novo projeto de quadriciclo desenvolvido em parceria com a Finep e que promete revolucionar a mobilidade no campo. O veículo elétrico, projetado para terrenos acidentados, combina sustentabilidade e eficiência operacional, ideal para o monitoramento de lavouras e transporte em propriedades rurais.
Por João Victor – Redação MundoCoop