As cooperativas paranaenses vão investir R$ 9,2 bilhões em 2025. Os recursos serão direcionados à construção de agroindústrias, estruturas de armazenagem, logística, produção e distribuição de energia, além de serviços. Do total, R$ 7,9 bilhões serão aplicados no Paraná e R$ 1,3 bilhão em outros estados, principalmente no Mato Grosso do Sul, onde cooperativas do Paraná já atuam.
O anúncio foi feito pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, durante reunião de diretoria da entidade, na tarde desta quarta-feira (12/02), no Show Rural Coopavel, em Cascavel, da qual participaram os governadores do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.
“Vamos ter que trabalhar juntos para viabilizar esses investimentos. Ninguém vai investir com juros de mercado. Então, precisamos de apoio para buscar taxas menores”, declarou. Segundo ele, o plano de investimentos faz parte do Plano Paraná Cooperativo 300 (PRC300), o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense que projeta um faturamento global pelo setor de R$ 300 bilhões até 2026/2027.
Segundo o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, com a Fomento Paraná sendo cotista e o braço do Estado na definição das políticas de aplicação de verbas do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), o Paraná terá um fundo próprio de investimentos. “Serão recursos com juros mais baixos que os de mercado e que do Plano Safra”. O Fiagro é uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos do agronegócio. Citando também o Programa Rota do Progresso, o governador disse que o governo tem como apoiar as cooperativas. “Temos condições de avançar”, declarou.
O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, disse que o seu estado é uma extensão do Paraná para as cooperativas. “São todas bem-vindas. A nossa gestão é pautada na segurança alimentar e na transição energética e eu sou um entusiasta do modelo cooperativo”, declarou.
Além dos governadores do Paraná e do Mato Grosso do Sul, a reunião de diretoria da Ocepar foi prestigiada pela superintendente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Tania Zanella, pelo presidente do Sistema OCB/MS, Celso Régis, pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, e por integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), como os deputados federais Luiz Nishimori, Dilceu Sperafico e Tião Medeiros.
Houve ainda a participação dos secretários de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara; da Agricultura, Natalino Avance de Souza; da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte e da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, além de outras lideranças políticas e do setor produtivo.
A superintendente do Sistema OCB destacou a participação no Instituto Pensar Agro (IPA) lembrando que assumiu a presidência da entidade, o que destaca a importância e relevância do cooperativismo junto ao Congresso. Também comentou sobre a participação do setor na Coop30, em novembro, no Pará. “Estamos preparando um planejamento robusto para garantir o cooperativismo tenha uma presença forte e estratégica. Vamos realizar uma comunicação ativa, uma representação institucional, participando de eventos e debates, enfim, mostrar quanto o cooperativismo faz em prol da sustentabilidade”, disse Tania Zanella.
Investimentos crescentes
O presidente da Ocepar detalhou, durante a reunião, que os investimentos das cooperativas do Estado vêm numa curva ascendente nos últimos anos. Em 2019, R$ 2,2 bilhões foram destinados a investimentos e, de lá para cá, a cada ano uma parcela maior é direcionada a este fim. Em 2020, foram R$ 3,5 bi; em 2022, R$ 6,2 bi; em 2024, R$ 6,8 bi e, para este ano, a estimativa é de R$ 9,2 bilhões.
A projeção de investimentos do setor está distribuída da seguinte forma: 37% à infraestrutura, 25% à agricultura, 20% à pecuária e 18% a serviços.
R$ 205,7 bi em faturamento
Na reunião de diretoria, além do Plano de Investimentos das Cooperativas Paranaenses, foram apresentados os indicadores de 2024, com destaque para o faturamento do setor, que chegou a R$ 205,7 bilhões, com resultado líquido de R$ 10,7 bilhões. São 227 cooperativas paranaenses de sete ramos de atividade (agropecuário; saúde; crédito; infraestrutura; consumo; trabalho, produção de bens e serviços; e transporte). Juntas, as cooperativas têm 4,02 milhões de cooperados e 146 mil empregados.
Pleitos do setor
O presidente do Sistema Ocepar falou também sobre a importância da articulação junto ao poder público para fortalecer o setor e garantir o cumprimento da pauta de investimentos. “Contamos com o apoio dos governadores no agendamento e participação em reuniões com o BNDES e a Finep para a apresentação de demandas de financiamentos. Na mesma linha, a entidade defende um Plano Safra 2025/2026 mais robusto, com equalização de juros pelo Tesouro Nacional e subvenção do prêmio do seguro rural.”
Faz ainda parte do plano, a busca por fontes alternativas de financiamento e parcerias internacionais para a obtenção de recursos junto à JICA, BIRD, BID e outras instituições. Também, a implementação do Fiagro-PR e o incentivo a investimentos, com apoio aos municípios que integram o programa Rota do Progresso, além da utilização de créditos de ICMS para o financiamento de agroindústrias, estruturas de armazenagem e energia renovável. O planejamento estratégico do cooperativismo paranaense prevê ainda a busca do apoio dos governadores e parlamentares para a criação do Fundo Constitucional do Sul do Brasil (Fundesul).
Fonte: Assessoria Sistema Ocepar