O corporate venture capital (CVC) Comunitá, uma parceria entre cooperativas de crédito do Sicredi e a aceleradora gaúcha Ventiur Smart Capital, está de olho em novos investimentos para diversificar seu portfólio em 2025. O primeiro investimento do ano do fundo foi anunciado no início de janeiro, com um aporte de R$ 1 milhão na Alloy.
Em entrevista exclusiva ao Startups, Mayara Colombo, gestora do Comunitá na Ventiur, conta que a procura é por startups que ofereçam soluções que atendam aos negócios dos associados das cooperativas ligadas ao Sicredi.
O fundo foi criado em 2022 e começou com duas cooperativas: Pioneira (Serra Gaúcha) e Caminho das Águas (Litoral do Rio Grande do Sul e Região Metropolitana). Atualmente, conta também com Região Centro RS/MG e Norte SC.
“O objetivo das cooperativas é ter um impacto para o associado. Elas vão olhar soluções que atendam aos negócios dos clientes. Por exemplo, para cooperativas que atuam em Granado e Canela, pode ser interessante uma startup de turismo”, explica Mayara.
Até o momento, o Comunitá investiu R$ 3,6 milhões em quatro startups: Elysios (agtech), Movestock (marketplace de ativos excedentes), ESG Now (plataforma de gestão de ESG) e, mais recentemente, a Alloy (foodtech).
“Buscamos sempre por diversificação da carteira, então a ideia agora é avaliar investimentos em outros setores que também sejam interessantes para nossos associados, como educação, energia, turismo, saúde, imobiliário e construção civil”, aponta a gestora.
Com cheques entre R$ 500 mil e R$ 2,5 milhões, o Comunitá tem preferência por startups em estágios de validação e tração, nos modelos de B2B ou B2B2C. Apesar de a escolha considerar as necessidades específicas de cada cooperativa, o investimento é feito após uma espécie de voto colegiado entre as cooperativas do fundo, em que se três delas decidirem por um aporte, a quarta precisa seguir.
Além dos aportes financeiros, o Comunitá desenvolve as startups investidas por meio de mentorias estratégicas e da conexão com sua rede.
“O objetivo inicial não é o retorno financeiro, apesar de o Sicredi entender que essa é a consequência. Mas há muita ênfase no smart money e nesse retorno estratégico. Até o momento, entramos em fases mais early-stage, então lideramos as rodadas. Mas neste ano estamos conversando com startups mais maduras, então podemos entrar em rodadas participando”, afirma a gestora.
Fonte: Startups.com.br