Para enfrentar as mudanças climáticas, serão necessárias mudanças de sistemas e bilhões de modificações individuais: desde a forma como nos locomovemos até o que comemos e como fazemos nosso trabalho. Os pesquisadores da Deloitte têm acompanhado a emergente consciência ecológica do mundo ao longo das gerações, nos níveis de liderança das empresas, entre os funcionários e na sociedade. Uma análise do panorama dos resultados dessas pesquisas mostra que as pessoas com maior consciência climática estão prontas para agir de forma mais sustentável no trabalho e estão fazendo com que suas vozes sejam ouvidas. A liderança está começando a atender ao chamado para a mudança, mas será que estão fazendo o suficiente para envolver todos?
O apelo por ações climáticas e de sustentabilidade está vindo de profissionais de todas as idades
Entre os adultos empregados entrevistados pelo Deloitte Consumer Center em março de 2023 para a pesquisa global “State of the Consumer”, 69% disseram que querem que suas empresas invistam em esforços de sustentabilidade, incluindo a redução de carbono, o uso de energia renovável e a redução de resíduos[1]. Esse sentimento é maior entre os funcionários ouvidos com idade entre 18 e 34 anos, que demonstraram um interesse mais forte em iniciativas de sustentabilidade do que os entrevistados de gerações mais velhas.
Esse desejo por ações sustentáveis entre cerca de um quarto da força de trabalho também está começando a afetar possíveis oportunidades de emprego. Entre os entrevistados da pesquisa ConsumerSignals da Deloitte, 27% disseram que considerarão a posição de um possível empregador em relação à sustentabilidade antes de aceitar um emprego[2]. Esses dados indicam que pelo menos um em cada quatro candidatos a uma vaga investiga o que os possíveis empregadores estão fazendo – ou não estão fazendo – para lidar com os impactos ambientais e podem estar dispostos a tomar decisões de acordo com isso.
Os jovens, em particular, tendem a acreditar que podem ser uma força poderosa para a mudança no trabalho. De acordo com a mais recente pesquisa da Deloitte sobre as gerações Z e millennials, que entrevistou uma amostra globalmente representativa de mais de 14.000 pessoas da geração Z e 8.000 millennials (adultos com idades entre 18 e 40 anos) de 44 países, 64% dos entrevistados acreditam no poder que têm para promover mudanças organizacionais e que suas organizações estão ouvindo e incorporando feedback[3]. Isso significa que, à medida que os jovens funcionários entram no mercado de trabalho, muitos não apenas têm uma forte consciência ambiental, mas também esperam que seus empregadores respondam às suas sugestões.
A inação em relação ao clima e à sustentabilidade também está afetando a satisfação no trabalho
Essas mudanças nas expectativas dos funcionários podem ter um lado negativo para as empresas que não estão levando em conta a sustentabilidade. Entre os entrevistados da pesquisa ConsumerSignals da Deloitte, cerca de um quarto considerou a possibilidade de trocar de emprego para trabalhar em uma empresa mais sustentável.
Os líderes reconhecem que os funcionários estão entre os stakeholders mais importantes
De acordo com uma pesquisa da Deloitte com mais de 2.000 líderes do C-level, o moral, o bem-estar, o recrutamento e a retenção de funcionários estão entre os maiores benefícios de seus esforços de sustentabilidade até o momento. Isso reforça as conclusões da pesquisa da ConsumerSignals sobre a importância da sustentabilidade para a satisfação e a retenção dos funcionários.
O ativismo dos funcionários está começando a influenciar os esforços de sustentabilidade das empresas
Essa demanda por ação parece estar surtindo efeito. Entre os entrevistados da pesquisa da Deloitte, o ativismo dos funcionários é um importante impulsionador da ação corporativa em relação à sustentabilidade, com 80% dos líderes do C-level relatando que seus funcionários já impactaram seus planos de sustentabilidade, ou o farão em breve[4].
De fato, 59% de todos os líderes ouvidos disseram que o “ativismo dos funcionários” fez com que eles aumentassem seus esforços de sustentabilidade no ano anterior, sendo que 24% descreveram o impacto como “significativo”.
Uma medida que muitas empresas estão tomando é investir em treinamento: 50% dos líderes entrevistados pela Deloitte disseram que já estão instruindo os funcionários sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, e outros 41% planejam lançar um programa desse tipo nos próximos dois anos.
No entanto, os funcionários dizem que ainda não estão vendo ações climáticas “suficientes” no local de trabalho
Embora os planos de sustentabilidade estejam ganhando força, apenas 38% dos entrevistados pela Deloitte concordam que seu empregador “está fazendo o suficiente para lidar com as mudanças climáticas e a sustentabilidade”. A maioria dos entrevistados é neutra ou está insatisfeita com os esforços que tem visto até agora.
A liderança não tem conversas regulares com funcionários sobre sustentabilidade
Também pode haver espaço para as organizações iniciarem um diálogo com seus profissionais sobre as mudanças climáticas e a resposta da empresa a elas. De acordo com a pesquisa ConsumerSignals, 45% dos funcionários nunca conversaram com seus gerentes ou supervisores sobre práticas sustentáveis no trabalho.
Empregadores têm a oportunidade de aumentar a satisfação e acelerar o impacto ao envolver funcionários em questões climáticas e de sustentabilidade
A liderança das empresas não deve considerar seus funcionários ambientalmente conscientes como algo garantido. Eles podem emprestar suas habilidades e conhecimentos para resolver problemas comerciais relacionados ao clima, sinalizar possíveis questões e ajudar a catalisar mudanças organizacionais profundas.
Para atraí-los melhor, as organizações podem se comunicar com frequência sobre seu compromisso com a ação climática, fazer mudanças tangíveis e materiais nas operações da empresa e investir em aprendizagem e desenvolvimento que capacitem os funcionários a contribuir. As empresas devem fazer com que os funcionários participem ativamente de seus programas climáticos e de sustentabilidade e oferecer a eles oportunidades de compartilhar feedback por meio de diálogos e fóruns que possam levar a mudanças. Embora algumas iniciativas conduzidas pelos funcionários – como a eliminação de plásticos de uso único ou o aumento da reciclagem, por exemplo – possam não gerar o maior impacto sobre as emissões, a resposta a essas sugestões pode criar lembretes visíveis do compromisso da empresa com a sustentabilidade.
E, à medida que o clima continua a mudar, os funcionários e os consumidores estão procurando ver se as empresas estão se preparando de fato para enfrentar o desafio.
Fonte: Deloitte
Discussão sobre post