Com o objetivo destacar o papel das cooperativas no sistema financeiro nacional, o Banco Central realizou nesta semana uma live especial voltado ao setor. Com o tema “O que uma Cooperativa de Crédito pode fazer por você?”, o encontro online recebeu o chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias do BC, Harold Espínola.
Durante a live, Harold explicou sobre o processo de supervisão que o BC realiza em relação ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), assim como a função social do ramo. “O cooperativismo proporciona a inclusão quando realiza atendimento à sociedade não alcançada pelo sistema financeiro nacional. Mais de 300 municípios são atendidos exclusivamente por cooperativas”, afirmou.
Espínola esclareceu ainda os princípios que norteiam o cooperativismo moderno, que incluem a adesão livre e voluntária, a gestão democrática, a participação econômica, a autonomia e independência, a educação, formação e informação, a intercooperação e o interesse pela comunidade. Ele fundamentou sua fala na distinção entre uma instituição financeira tradicional e uma cooperativa e destacou que são modelos de negócios distintos. “O desenvolvimento do associado é o ponto de partida para a formação de uma cooperativa. A essência é a principal diferença, é uma sociedade sem fins lucrativos”, salientou.
Cooperação e legalidade
Harold falou também sobre a vedação ao modelo cooperativo de auferir lucros. O excedente entre as receitas e despesas nas cooperativas é chamado de sobra e, quando ocorre, esse valor deve ser devolvido aos cooperados, proporcionalmente ao volume de operações de cada um, e também são realizados investimentos nas comunidades onde as cooperativas estão presentes. “Nesses momentos, os próprios cooperados decidem, em assembleia, qual será o destino desse excedente que pode ser reinvestido e distribuído proporcionalmente. O objetivo é gerar riqueza para promover o crescimento e melhora na qualidade de vida dos cooperados na própria comunidade”.
No que diz respeito ao processo de supervisão de uma cooperativa, o chefe esclareceu que, de acordo com a legislação, todas as ações dos gestores e decisões das cooperativas estão sujeitas à aprovação dos cooperados. Em relação ao Banco Central, existem regulamentos que abarcam todo o sistema financeiro e que devem ser seguidos com rigor. “O BC desempenha um papel de supervisão tanto nas cooperativas quanto em todas as outras instituições financeiras do país. Essa supervisão é contínua e envolve cobranças proporcionais ao tamanho e à atuação de cada instituição”, disse.
Para Harold, o cooperativismo de crédito brasileiro é uma referência para o mundo e tem crescido mesmo em momentos de crise. “Aprendemos muito e aprendemos bem. Temos um marco legal próprio das cooperativas desde 2009, atualizado em 2022, e as pessoas de fora do Brasil se espantam com o diálogo entre o BC e as cooperativas”, complementou.
Confira a live na íntegra:
Fonte: Sistema OCB/Banco Central, com adaptação da MundoCoop
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