Um grupo formado por representantes do cooperativismo de transporte de nove estados brasileiros – Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal – além do Sistema OCB, iniciou, na semana passada, uma missão internacional por Israel, com o objetivo de conhecer o modelo de transporte israelense, seja de cargas ou de passageiros, e, ainda, os aplicativos utilizados lá e a organização da cadeia logística. O país se destaca pelos investimentos em inovação. Conhecido como “Startup Nation”, expressão popularizada pelo livro lançado por Dan Senor e Saul Singer, em 2011, Israel possui 1.748 startups, uma a cada cinco mil habitantes, em média. Grandes empresas que atuam na área de transporte nasceram naquele país, como o Waze.
Os paranaenses que integram a viagem técnica são o presidente e o vice-presidente da Coopercaf, Edson Luiz Zonta e Joel José de Paula, respectivamente, o gerente da Transcooper, Adair José Nunes da Silva, e o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR, João Gogola Neto.
A chegada em Israel ocorreu no dia 4 de novembro e o roteiro de visitas se estende até o dia 11 de novembro. Mas, antes, no dia 3 de novembro, os brasileiros passaram pela Itália, aproveitando a escala em Roma, e estiveram na Aliança de Cooperativas Italianas, responsável pela coordenação das associações mais representativas do cooperativismo naquele país, como a Agci, Confcooperative e Legacoop. Ela possui 39.500 cooperativas associadas, mais de 12 milhões de membros, responde por mais de 90% das pessoas empregadas pelo setor (1.150.000) e em volume de negócios chega a 150 bilhões de euros. Além disso, as cooperativas da Aliança representam 15,8% das agências bancárias do país; 34% do consumo de distribuição e varejo; 35 bilhões de produção agroalimentar produzida na Itália; e, na área de bem-estar, as mais de 355.000 pessoas empregadas pelas cooperativas prestam serviços sociais e de saúde a 7.000.000 de italianos.
No dia 6 de novembro, a missão prosseguiu em Jerusalém com reunião, na parte da manhã, com executivos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Felipe Martins Campbell e Briana Preminger. “A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, realiza ações diversificadas de promoção comercial, que visam ampliar as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios, que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil”, esclarece o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR.
Os cooperativistas brasileiros do ramo transporte também estiveram na Mobileye, empresa israelense que desenvolve soluções tecnológicas para a inovação na gestão de empresas de transporte, onde foram recebidos pelo diretor Nimrod Dor. A adquirida pela Intel, ela desenvolve também tecnologias de automação no transporte. O foco da visita foi propiciar aos participantes uma visão sobre o futuro da automação em transporte.
A Mobileye atua com foco em dois pilares. Um deles é a produção de “chips” para sistema de alerta e redução de acidentes de trânsito. “Estima-se que, com o uso destes dispositivos, o número de acidentes com veículos de grande porte, como ônibus e caminhões, possa reduzir quase 70%, e o investimento tenha seu ‘payback’ em aproximadamente 18 meses. O custo estimado é de USD 800 por veículo, sem considerar instalação e câmeras adicionais,” afirma Gogola. O segundo pilar está no desenvolvimento de sistemas para veículos autônomos, que podem ser instalados em automóveis de linha comercial convencionais.
A Mobileye foi fundada em 1999, pelo professor Amnon Shashua, quando ele desenvolveu sua pesquisa acadêmica na Universidade Hebraica de Jerusalém em um sistema de visão monocular, para detectar veículos usando apenas uma câmera e algoritmos de software em um processador. O início da empresa seguiu as conexões de Shashua, com os fabricantes de automóveis, por meio de sua startup anterior Cognitens.
Entre os anos de 2014 e 2017, funcionou como uma empresa de capital aberto, com ações na Bolsa de Valores de Nova York. Depois, converteu-se novamente em capital fechado, quando a foi comprada pela Intel Corp. A empresa conta com aproximadamente 1,5 mil funcionários.
Na parte da tarde do dia 6 de novembro, o grupo foi a Tel Aviv para conhecer a Start-Up Nation Central (SNC), organização público-privada que integra todo o ecossistema tecnológico israelense. A iniciativa tem o objetivo de facilitar o desenvolvimento de startups, conectando pesquisa, financiadores e as prioridades elencadas pelas políticas públicas em Israel. Os visitantes foram recebidos pela diretora Emma Vardimon.
Fundado em 2013, o projeto já incubou grandes empresas de tecnologia do segmento do transporte e promove os principais eventos sobre inovação em Israel. Os três principais setores de apoio da SNC são:
Israel é um pioneiro no campo da AgriFood-Tech, tendo sido forçado a inovar para superar condições de crescimento desfavoráveis. Hoje abriga um próspero ecossistema, o segundo maior do mundo, composto por mais de 400 empresas. As empresas israelenses fornecem um amplo espectro de soluções, ajudando a aumentar os rendimentos, reduzir o uso de produtos químicos nocivos e melhorar a qualidade e variedade de culturas, empregando tecnologias de ponta como visão computacional, inteligência artificial, robótica, comunicações avançadas, soluções de rastreabilidade e biotecnologia.
Israel é o lar do setor de HealthTech, com cerca de 1.600 empresas inovadoras, bem como centros de tecnologia, centros de P&D de corporações multinacionais e uma variedade de programas de apoio do governo. O setor recebeu um impulso substancial nos últimos dois anos, como resultado da demanda por soluções na esteira da crise do Covid-19. Pioneiros no campo, os provedores de saúde israelenses acumulam dados médicos dos últimos 25 anos, tornando Israel um local de validação ideal para empresas que desenvolvem soluções orientadas a dados.
À medida em que a crise da mudança climática paira sobre governos, empresas e indivíduos, Israel está prestes a se tornar um ator importante no emergente setor de tecnologia climática. Já abriga cerca de 700 empresas, cujos produtos ou serviços têm potencial para auxiliar na luta contra as mudanças climáticas em áreas como produção de alimentos assustáveis, arborização, reciclagem, eficiência energética e mobilidade inteligente, com novas empresas sendo lançadas regularmente para fornecer soluções para ajudar a cumprir as metas de emissões líquidas zero.
Fonte: Sistema Ocepar
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