O Papo Coop está de volta. E no primeiro episódio do ano, a MundoCoop recebe em seu palco virtual o jornalista e consultor especializado em Comunicação, Imagem e Reputação Corporativa, FRANCISCO CARVALHO. Para falar sobre a geração prateada, ele traz o tema A REVOLUÇÃO DA LONGEVIDADE.
A pandemia trouxe diversas incertezas para a humanidade. E para as pessoas +60, tal cenário trouxe uma preocupação que foi além da própria saúde, atingindo os campos sociais e profissionais. Como mudar este cenário? Carvalho inicia o papo trazendo sua experiência diante deste contexto. Como melhorar a qualidade de vida de uma população que foi segregada ao longo da pandemia? Como inseri-los novamente em um mercado de trabalho tão instável e ao mesmo tempo, competitivo?
“A revolução da longevidade se caracteriza pelo crescimento da população 50+”
A humanidade está envelhecendo. Nos últimos anos, essa população tem aumentado cada vez mais. Os motivos são inúmeros: aumento da expectativa de vida, novos procedimentos na medicina, maior qualidade de vida e ainda, a baixa taxa de natalidade. Em uma sociedade mais velha, soluções para essa população – que está vivendo ao menos 10 anos mais – estão no centro das atenções.
Esta geração prateada – chamada assim devido aos fios grisalhos característicos – viverá mais, e com mais saúde. Ela por si só, representa uma revolução diante da figura do idoso que conhecíamos: são pessoas ativas, que vivem por si só, praticam esporte e tomam as rédeas do próprio futuro. A geração prateada é, assim como a geração Z, antenada nas últimas tecnologias, buscando sempre fazer o bom uso das ferramentas disponíveis hoje.
“A sociedade brasileira está envelhecendo rápido, com o público 60+ representando 16% da população atual”
O fenômeno do envelhecimento populacional atinge o mundo todo, e no Brasil não é diferente. Somos hoje uma nação que envelhece cada vez mais rápido, com mais de 34 milhões situadas nesta faixa, e com perspectivas para que esse número duplique até 2050. Hoje no Brasil existem mais avós do que netos. Até 2030, o Brasil terá 20% de sua população, acima dos 60 anos.
“A geração prateada representa um grupo de alto potencial de consumo”
Com o envelhecimento da população, a economia igualmente se modifica. Estamos falando de uma geração acostumada a ter casa própria, carro e outros bens. Uma geração que “fez” mais dinheiro do que qualquer outra, acumulando riquezas ao longo da vida. Juntas, as pessoas 60+ hoje representariam a terceira maior economia do mundo.
No Brasil, 64% das famílias são “bancadas” por pessoas com mais de 60 anos. Tal público possui uma renda anual de aproximadamente 940 bilhões de reais, respondendo por 23% dos consumidores de bens e serviços do país. Somado a isso, esta é uma população digitalmente ativa, que mesmo diante dos desafios da idade, integram-se rapidamente às tecnologias da atualidade.
“Mesmo representando um poderio econômico e digital, a população idosa ainda é alvo de preconceito no Brasil”
Mesmo sendo um grupo que representa um grande poder dentro da sociedade, a população 60+ ainda sofre com um grande problema. O preconceito contra esse grupo, e que é mundialmente denominado Ageismo, é forte na sociedade brasileira, trazendo grandes impactos emocionais para essa população.
Esse tipo de preconceito se revela em vários contextos, sendo o maior deles o mundo corporativo, onde as oportunidades de trabalho para as pessoas 60+ são cada vez mais escassas. Dados revelam que no Brasil atual, 60% dos desempregos são da geração prateada. Neste cenário, nem mesmo a experiência de uma vida é levada em conta por recrutadores, que priorizam pessoas mais novas. Com isso, uma aposentaria compulsória é colocada em prática, ignorando quaisquer ajuda que a experiência etária possa trazer para uma organização.
“Erros corporativos poderiam ser evitados se houvesse uma união entre a energia e ambição da juventude, e a visão e experiência das gerações mais maduras”
O mundo corporativo mudou, e hoje habilidades emocionais – as soft skills – são tão importantes quanto as habilidades técnicas. Em um cenário mundial onde máquinas tem tomado a frente dos negócios, unir experiência com a ambição das gerações mais novas, resultaria num cenário ideal para as corporações.
“A busca por propósito é uma necessidade da população 60+”
A revolução da longevidade se revela em diversos aspectos. Não apenas com uma geração integrada às novidades, e ativa economicamente e socialmente, mas também engajada em pedir mais representação. Hoje, tal população não se vê representada em propagandas e outros, e clamam por um retrato mais real do momento que essa geração vive.
Estamos aqui falando de uma população que busca constantemente por um propósito e por um papel a cumprir. Essas pessoas questionam o legado que querem deixar, ao mesmo tempo em que refletem sobre o já aconteceu, e o que pode acontecer daqui em diante. Tal população está cada vez mais presente nos espaços, nas universidades e outros, mostrando uma vontade de viver. Essa ocupação de locais dos quais foram excluídos, revela-se uma grande característica desse grupo, que aos poucos retoma a sua voz.
Tudo isso, vem com o objetivo de celebrar a maturidade. A geração prateada busca o mundo novo, querem desvendá-lo e conquistá-lo. A revolução da longevidade vem à medida em que os números em cima de um bolo, passam a ser apenas números
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Por Leonardo César – Redação MundoCoop
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