No dia a dia acelerado das áreas comerciais, nem sempre é fácil perceber o que está por trás de uma boa performance. Esse é um ponto de vista que pode passar despercebido: o custo emocional que muitos profissionais enfrentam para atingir (ou superar) suas metas.
Enquanto o mercado financeiro se ajusta diante de um cenário econômico instável, as equipes comerciais vivem outro tipo de tensão: a pressão constante por resultados em meio a juros altos, insegurança nos negócios, mudanças de leis e uma concorrência cada vez mais agressiva. No centro desse turbilhão estão os profissionais de vendas — muitos deles à beira do colapso emocional.
O cenário econômico desafiador
O Brasil atravessa um momento de desaceleração econômica, impactado por fatores internos e globais. A taxa Selic elevada, continua travando o consumo e o investimento. O crédito ficou mais caro, os ciclos de decisão ficaram mais longos, e a insegurança aumentou, especialmente entre pequenos e médios empresários.
Em paralelo, o cenário internacional ainda sofre os efeitos da guerra na Ucrânia, da desaceleração da China e da reestruturação de cadeias produtivas pós-pandemia. Isso gera incertezas nos fluxos de exportação, investimentos e políticas monetárias globais — afetando diretamente o Brasil, que depende do capital estrangeiro e da estabilidade para crescer.
O novo desafio das cooperativas de crédito
Nesse contexto, as cooperativas de crédito, que vêm ganhando protagonismo como agentes de desenvolvimento regional, também enfrentam um dilema: manter a provisão financeira saudável, mesmo com aumento da inadimplência, e ao mesmo tempo inovar em produtos e serviços que vão além do crédito.
Vender seguros, consórcios, previdência, maquininhas e soluções digitais em um mercado desaquecido exige não só técnica, mas também equilíbrio emocional e consistência estratégica por parte das equipes comerciais.
É exatamente aí que mora o risco invisível: a sobrecarga emocional de quem vende em um terreno incerto e muitas vezes sem suporte adequado.
Os quatro fantasmas do comercial: burnout, burn-on, absenteísmo e presenteísmo.
No meio dessa pressão silenciosa, surgem quatro fenômenos que ameaçam a saúde das equipes de vendas:
- Burnout: esgotamento extremo, desmotivação profunda, afastamento emocional da função.
- Burn-on: o “super vendedor” que ainda entrega, mas vive em exaustão crônica — prestes a colapsar.
- Presenteísmo: o colaborador está no trabalho, mas sem presença mental ou engajamento real.
- Absenteísmo: faltas recorrentes, muitas vezes consequência direta de crises emocionais.
O mais grave? Muitas dessas condições passam despercebidas — e são confundidas com “falta de esforço”, “queda de foco” ou “fraqueza”.
O vendedor ainda entrega, mas está se perdendo por dentro
O livro “Para Além das Metas”, de Kasuo Yassaka, Willians Pressi e Túlio Freitas, aprofunda a realidade desses profissionais. A obra mostra que, muitas vezes, os maiores vendedores são também os que mais escondem sua dor atrás de uma pseudo armadura imaginável do homem de ferro.
“A performance pode mascarar a dor. Vendedores em burn-on parecem fortes, mas estão em colapso emocional silencioso. Continuam vendendo, mas perderam o senso de direção, o prazer e até a conexão com quem são.” — destaca um trecho da obra.
Os autores defendem a transição do vendedor executor para o vendedor consciente, alguém que não apenas entrega, mas sabe o que entrega, para quem e por quê.
Vender mais do que crédito exige um novo tipo de força e liderança.
No caso das cooperativas, esse novo perfil é ainda mais urgente. Os produtos financeiros complementares exigem abordagem consultiva, educação financeira e confiança. Isso pede vendedores emocionalmente saudáveis e estrategicamente preparados.
Mas como fazer isso quando o mercado exige muito e oferece pouco suporte humano?
O vendedor com significado: prosperidade além do financeiro
Mais do que nunca, é necessário cultivar o perfil do vendedor com significado — aquele que busca prosperar não apenas financeiramente, mas também emocional, espiritual, física e filosoficamente. Essa abordagem holística reconhece que o sucesso verdadeiro vai além das metas e comissões.
Segundo os autores de Para Além das Metas, o vendedor com significado é aquele que integra saúde física, mental e espiritual, e descobre o valor de conhecer verdadeiramente o produto e o cliente. Acompanhado por uma mentora, a protagonista Júlia aprende que sucesso vai além dos números; é sobre fazer a diferença na vida dos clientes. Este livro é ideal para profissionais de vendas que buscam algo mais profundo do que (apenas) metas, desejando encontrar um sentido real em cada interação e entrega.
A responsabilidade da liderança: vender sem perder pessoas
Gestores comerciais têm o desafio de proteger suas equipes sem abrir mão dos resultados. Isso só é possível com ações concretas:
- Redefinir metas com base em dados e realidade de mercado.
- Evitar campanhas exaustivas e competitivas em excesso.
- Oferecer apoio psicológico e espaço seguro para conversas emocionais.
- Valorizar comportamentos sustentáveis, não apenas resultados de curto prazo.
- Formar líderes preparados para identificar e agir diante dos sinais de colapso.
Conclusão: o vendedor do futuro é o que aguenta? Ou o que entende?
O mercado exige mais inteligência comercial, mais vendas consultivas e mais soluções completas — especialmente no cooperativismo financeiro. Mas para isso, é preciso uma nova cultura de vendas.
“O que é mais caro para a organização: um vendedor descansado e consciente ou um campeão de vendas prestes a quebrar?” — pergunta um dos autores de Para Além das Metas.
O vendedor do futuro não é o incansável.
É o consciente.
É o que entrega além da meta, sem perder a si mesmo no processo.
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Conteúdo exclusivo publicado na Revista MundoCoop – Edição 123