Desenvolvido há 18 anos em Mato Grosso, o Programa A União Faz A Vida beneficia estudantes de instituições de ensino públicas e particulares por meio de uma metodologia própria que valoriza os saberes obtidos fora e dentro da escola. Na última terça (08/08) e quinta-feira (10/08), a cooperativa Sicredi Ouro Verde MT promoveu Encontros Regionais do programa nos municípios de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde que reuniram mais de 1.200 educadores e gestores da educação, oriundos de 13 municípios do estado. Nas ocasiões, os profissionais assistiram palestras importantes como a educação especial e a sustentabilidade no currículo escolar, além participar de momentos de trocas de experiências e boas práticas educacionais.
Dos Encontros, além de profissionais da área, estiveram presentes assessores pedagógicos e secretários (as) municipais da Educação de Acorizal, Alto Paraguai, Jangada, Rosário Oeste, Nobres, Diamantino, Nova Mutum, São José do Rio Claro, Santa Rita do Trivelato, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Tapurah e Lucas do Rio Verde.
“Reunimos mais de 600 educadores, professores e gestores por Encontro, sendo esses profissionais os principais protagonistas dos eventos. Através do programa, adotam métodos que têm como objetivo transformar a realidade local das escolas, e, principalmente dos alunos. São agentes transformadores que impactam positivamente as crianças e suas famílias, e a comunidade. A cooperativa realiza o projeto nos 15 municípios da área de atuação, com atendimento a mais de 70 mil estudantes”, pontuou o diretor executivo da cooperativa Sicredi Ouro Verde, Roberto Vargas.
Durante o Encontro realizado em Nova Mutum, a secretária de educação do município de Diamantino, Rosilei Carris Montini, contou como o PUFV proporcionou uma grande mudança no método educacional das escolas da cidade. “Por meio do programa conseguimos encontrar um caminho, um norte para direcionar as nossas atividades e a aprendizagem das nossas crianças com mais qualidade, carinho e dedicação. Além de ser um programa que integra a família no desenvolvimento das atividades dos nossos estudantes”, comentou.
Um dos diferenciais do programa A União Faz A Vida é que os estudantes são encorajados a serem protagonistas de sua aprendizagem, participando do processo de definição daquilo que será estudado. Essa ideia é apoiada pela professora da Escola Municipal de Educação Básica Prof. João Batista da Silva, de Nova Mutum, Dirce Regina Corrêa, ao defender que a escola se torna um lugar de transformação quando as necessidades dos alunos, crianças e adolescentes, são ouvidas.
“Hoje, mais do que nunca, sentimos uma grande necessidade de as crianças serem ouvidas. O processo de ouvir e, principalmente, entender e compreender suas angústias, ansiedades e sonhos, nos faz acreditar que através da educação e da aprendizagem é possível contribuir para que a criança ou adolescente possa transformar sua vida e da sua família para, futuramente, serem agentes transformadores na sociedade”, argumenta a professora.
O protagonismo dos alunos frente ao conteúdo estudado fez a diferença para estudantes do município de Nobres. É o que afirma a secretária de educação do município, Lucélia Almeida. “O programa A União Faz A Vida foi um divisor de águas dentro do processo de educação de Nobres. Com ele, foi possível trabalhar o protagonismo e as vivências dos alunos dentro da teoria, trazendo-os para dentro das práticas pedagógicas. Trouxemos também a comunidade para dentro da escola, inserindo as vivências e culturas familiares no contexto de um trabalho pedagógico, que agora é desenvolvido no município”, conta.
Um dos temas abordados durante os Encontros foi a necessidade de se ter um propósito que gera transformação. Ministrada por Haroldo Dutra Dias, a palestra buscou trabalhar o verdadeiro sentido do propósito, para que os educadores sejam seres humanos plenos. “O propósito surge das perguntas ‘o que?’ e ‘por quê?’. ‘Que tipo de impacto eu quero gerar ao meu redor?’ É isso que nos traz a realização pessoal. No caso dos professores, eles trabalham na essência a formação de um ser humano. Se eu não consigo desenvolver plenamente os vários aspectos da minha vida, como vou impactar a formação do outro? Para mais do que eu falo, é a minha vida que educa, que forma e que causa impacto. No fim, é ‘o que eu ensino quando estou em silêncio’?”, exemplifica Dutra.
Desenvolvido em parceria com as secretarias municipais de educação, o programa (que tem 28 anos no Brasil) beneficia instituições de ensino públicas e particulares por meio de uma metodologia própria, valorizando os saberes obtidos fora e dentro da escola. Em 2022, o programa foi desenvolvido em 576 cidades brasileiras, com atendimento a 2.945 escolas e a participação de 42.738 educadores e 507.074 crianças e adolescentes. O número de projetos desenvolvidos chegou a 11.995.
Em Mato Grosso, o programa atendeu 60 cidades e contemplou 430 escolas. Envolveu 8.001 educadores e beneficiou aproximadamente 131,3 mil estudantes, com o desenvolvimento de mais de 3 mil projetos. Pela cooperativa Sicredi Ouro Verde MT, em 2022 foram atendidas 15 cidades do Estado, com atendimento a 193 escolas, participação de 4.739 educadores e mais de 71 mil crianças e adolescentes.
Fonte: G1
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