Os avanços em educação e longevidade de 2012 a 2019, ano do início da pandemia da Covid, ajudaram as cidades do Brasil a preservar o nível de desenvolvimento humano no período de dez anos entre 2012 a 2021, segundo constatações de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Esse mesmo relatório avalia, contudo, que, nesse mesmo período, a população empobreceu.
Na década analisada, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDMH) do país passou 0,746 para 0,766 — quanto mais próximo do número um for esse indicador, maior o nível de desenvolvimento humano.
No caso do IDHM Educação, ele passou de 0,687 em 2012 para 0,757 em 2021. Ao passo que o IDHM Longevidade recuou de 0,825 em 2012 para 0,819 em 2021; e O IDHM Renda regrediu de 0,732 em 2012 para 0,724 em 2021.
A renda per capita no Brasil foi de R$ 723,84 em 2021, enquanto que 10 anos antes ela era de R$ 759,11.
O estudo indicou que a renda dos brasileiros começou a cair em 2014, como efeito da crise econômica naquele ano. E que as perdas acumuladas ao longo dessa década se somaram às consequências da pandemia da Covid-19.
As perdas em renda impediram melhoras expressivas na qualidade de vida dos brasileiros. Dessa forma, contribuíram para o aumento das desigualdades do país.
Essa foi a primeira vez em que o Pnud analisou no transcorrer de uma década o desenvolvimento humano no Brasil, nos estados e nas regiões metropolitanas.
O IDHM é um indicador que estima o estágio de desenvolvimento humano das populações, com base no acesso ao conhecimento, a uma vida longa e saudável e a um padrão de vida decente. Ele varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior o nível de desenvolvimento humano.
Além disso, o indicador é divido em três vertentes:
- educação
- longevidade
- renda
Ao considerar o período de 2012 a 2019, a expectativa de vida ao nascer no Brasil oscilou positivamente de 74,48 para 76,47 anos, enquanto a frequência escolar — que corresponde ao percentual de pessoas de 6 a 14 anos na escola — aumentou de 98,13% para 99,27%.
Dois anos depois, a esperança de vida dos brasileiros regrediu para 74,16 anos e a presença na sala de aula para 98,84%.
“A pandemia gerou fortes consequências por todo o mundo, mas pode-se observar que os impactos foram mais severos nos países e nas regiões com desafios estruturais e padrões de desenvolvimento díspares. No caso do Brasil, as três dimensões do IDHM sofreram recuos em 2020 e 2021”, diz o relatório.
Variação nos estados
Ao levar em conta, novamente, esse período anterior à pandemia, isto é, de 2012 a 2019, os estados do Nordeste foram os que mais registraram ganhos em desenvolvimento humano, com avanços de 7,6% em Pernambuco, 7,1% no Maranhão e 7% no Piauí.
Já com a crise sanitária, entre 2020 e 2021, apesar de alguns estados da região terem perdido posição na régua do desenvolvimento humano, o Nordeste apresentou uma inversão menor dos padrões de vida de sua população.
Na década analisada, a variação negativa do IDHM mais acentuada foi na região Centro-Oeste.
Nesses 10 anos, o IDHM avançou em 18 estados, caiu em sete e se manteve estável em dois.
Os maiores crescimentos do IDHM foram registrados em Alagoas, em Pernambuco e no Piauí.
As maiores quedas foram observadas em Roraima, no Amapá e no Distrito Federal.
Fonte: G1
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