As mudanças na forma de trabalho das cooperativas e das empresas trouxe vários desafios para os cooperados e colaboradores. Entre eles, estão a adoção do trabalho remoto, temas como diversidade, ESG, saúde mental, velocidade das tecnologias e transformação digital, e outros tópicos.
Muitas empresas estão buscando soluções para contornar estas dificuldades e se tornarem mais atrativas para a mão de obra qualificada. “Horários flexíveis e férias extras remuneradas estão entre as alternativas adotadas. A chave do sucesso é ser capaz de medir a produtividade e controlar os ganhos e os ônus das soluções adotadas, já que o mercado está superaquecido para muitas profissões e para algumas empresas estas políticas podem significar a sobrevivência do negócio”, indica Sandra Freitas, CEO da Good Jobs Consultoria, empresa especializada em RH, recolocação profissional e transição de carreira.
Os talentos que serão os líderes do futuro, precisam adaptar-se à nova realidade e formas de trabalho, o que muitas vezes requer uma revisão dos próprios comportamentos. Para Flávio Legieri, CEO e cofundador da Intelligenza IT, o líder do futuro reúne em seu perfil comportamental, personalidade e postura. “Não pode faltar a liderança humanizada, funções sem centralização, desenvolvimento de habilidades (soft e hard skills do futuro), turnover positivo, atenção às políticas de ESG e projetos de diversidade e inclusão”, explica.
O RH tem um papel fundamental na construção dos líderes do futuro das cooperativas. “Analisar perfis, reconhecendo que a gestão da experiência humana é muito maior que apenas gerir pessoas e seus direitos. O RH é protagonista em formar líderes e mudar vidas”, diz o CEO.
Caberá ao time de gestão e a equipe de RH das cooperativas se adequarem às novas demandas dos profissionais e aperfeiçoarem a sua cultura organizacional e estrutura interna. É preciso ainda contribuir com um ecossistema mais sustentável e reduzir no mercado a escassez de bons profissionais.
“Gerar capacitação e iniciativas que ofereçam a possibilidade de desenvolvimentos técnicos e comportamentais nos dias de hoje, é um passo fundamental para o futuro. O mercado conta com diversas ferramentas que auxiliam o dia a dia do colaborador, além de integrar as tomadas de decisões em conjunto com RH”, lembra Legieri.
Mais do que gerar bons resultados a médio e longo prazo, investir no desenvolvimento de bons líderes, incentiva jovens talentos que atualmente buscam por conhecimento, e que certamente terão lugar de destaque no futuro.
Liderança vai muito além do cargo, trata-se de um conjunto de soft skills e protagonismo. “As pessoas buscam por inspirações, profissionais que prezam pelo bem-estar e atuam junto com sua equipe, buscando sempre gerar impacto e bons resultados. Com empatia, escuta ativa e ampla visão sistêmica, um bom talento, certamente terá espaço para se tornar um grande um líder”, finaliza Ligieri.
Lidar com as questões modernas
Muitos dos líderes e gestores de RH que estão ativos no mercado não tiveram a oportunidade de serem capacitados para lidar adequadamente com as questões contemporâneas de diversidade, equidade e inclusão. “Não é raro encontrar casos de empresas e cooperativas que buscando lidar com a situação, acabam piorando o problema e muitos destes casos são estampados nas redes sociais sem critérios ou de forma parcial, prejudicando pessoas e empresas. O fato é que o assunto é muito sério e requer o devido respeito e atenção. Capacitar os funcionários, abrir diálogos e criar políticas corporativas realmente comprometidas com a diversidade, a equidade e a inclusão sempre será uma excelente opção”, lembra Sandra Freitas.
Por Priscila de Paula
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