Ter uma cultura forte é um pré-requisito para as cooperativas alavancarem os seus negócios e conquistarem a atenção dos cooperados, colaboradores e clientes. No entanto, desenvolver, e despertar esse sentimento nos colaboradores não é uma tarefa tão fácil. Segundo os especialistas, entre eles, Karen Cartagena, que atua nas áreas de RH e gestão de pessoas, é necessário alinhar algumas ações à jornada do trabalhador. Só por meio de parcerias, a cooperativa conseguirá usar a sua cultura interna em seu impulsionamento, crescimento, inovação, satisfação, contribuindo para a sustentabilidade da organização.
Karen explica que para um processo natural é preciso, que o ambiente de trabalho reflita os valores da cooperativa. Afinal, ele é o que garante que todos farão as coisas da maneira certa, mesmo quando não há ninguém olhando. “Se você não definir metodicamente a sua cultura, dois terços dela acabarão sendo acidentais, e o restante será um erro”, alerta.
Alguns pontos chaves
Um dos pontos chaves para escalar a cultura das cooperativas é estabelecer padrões de desempenho e agir de maneira vencedora. Algumas diretrizes garantem, que se mantenham os padrões, são eles: desenvolver na cooperativa uma comunicação clara, reconhecer as ações e atitudes relevantes, despertar os valores e a filosofia do cooperativismo e estabelecer as métricas de competência. A especialista também recomenda, que a organização apenas contrate pessoas que defendam a missão da organização, e dá como exemplo a história do fundador da Airbnb. “Ao contratar pessoas, ele costuma avaliar se o candidato defende a missão. Ele entrevistou os primeiros 300 funcionários do Airbnb e fez a cada um deles uma pergunta de entrevista incomum: “Se você tivesse um ano de vida restante, aceitaria este emprego?”, exemplifica.
Outros pontos fundamentais para o desenvolvimento de uma cultura forte dentro das cooperativas é proporcionar a eles um ambiente inspirador, entusiasmar e motivar os colaboradores e cooperados constantemente. “Isso significa contar com grandes talentos, que saibam trabalhar em equipe e se dedicar para ter resultados. Para atrair os melhores é preciso, naturalmente, oferecer bons pagamentos e contar com uma cultura forte”, complementa.
Evitar os conflitos
Quando se pretende escalonar a cultura de uma organização é necessário aprender a lidar, em especial, com os conflitos internos, além de descobrir o que pode ser feito em termos de divisões de responsabilidades. Cartagena dá como exemplo o case dos fundadores do PayPal, Peter Thiel, que dizia que maioria das brigas dentro de uma empresa acontecem quando os colegas competem pelas mesmas responsabilidades. “As startups enfrentam um risco especialmente alto, já que os papéis de trabalho são fluidos nos estágios iniciais. Desta forma, eliminar a competição ao longo da jornada facilita a todos”, explica.
Não pode faltar, o compromisso com a honestidade e o dar voz a todos, do funcionário júnior ao sênior. “Que todos possam dar opiniões de forma não filtrada. Estar em uma cooperativa, cuja cultura possibilita transparência e direito de falar é algo que a maior parte das pessoas almeja, e isso certamente ajuda a potencializar a cultura existente”, finaliza Karen.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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