Ocorreu na tarde de ontem (06) em São Paulo, a terceira edição da Coop Week, evento realizado pela MAPFRE Brasil com o objetivo de compartilhar as melhores práticas das cooperativas no mercado de seguros. Em um momento crucial para o setor, onde as cooperativas passam a poder operar no segmento de seguros, o encontro foi palco de debates sobre inovação, futuro, boas práticas e sobretudo, o valor das pessoas. E a MundoCoop esteve presente acompanhando os principais insights.
Entre os diversos tópicos em destaques, a Coop Week abordou a abertura de novas oportunidades para as cooperativas no mercado de seguros, a importância da sustentabilidade e a integração de novas tecnologias como a Inteligência Artificial (IA). Na abertura oficial, Felipe Nascimento, CEO da MAPFRE Brasil, ressaltou a conexão do mercado de seguros com as cooperativas, e reforçou os laços que unem esses segmentos. “Estamos aqui para reiterar esse nosso posicionamento, até porque existe uma afinidade muito grande entre os princípios do cooperativismo e o próprio mutualismo. Estamos próximo das cooperativas, construindo vínculos de longo prazo, consolidando uma parceria que valoriza o mesmo que a gente valorizamos”, destacou.
Tarde de insights
Entre os principais temas dos debates, esteve a nova legislação que cria o segmento de seguros dentro do setor. Com a aprovação da nova legislação, as cooperativas agora podem atuar em diversos segmentos desse mercado. O presidente da CNSeg, Dyego Oliveira, enfatizou que o novo marco legal traz regras mais claras e maior previsibilidade jurídica, com um foco em aceleração digital e ampliação do mercado.
Ele também ressaltou que as cooperativas são vistas de forma positiva pelo setor de seguros, especialmente por sua capacidade de impactar comunidades e estar presentes em locais onde grandes seguradoras não atuam. Neste cenário as cooperativas, por sua vez, devem se atentar às regras de comercialização e ao relacionamento com seus cooperados, de forma a fomentar uma ambiente competitivo e justo.
No painel ‘Cooperativismo e seguros: alianças para um mundo mais resiliente‘, a sustentabilidade e o impacto social entrarem em foco, com a participação de líderes de instituições como Sicredi, Cresol e Sicoob. A diretora de Sustentabilidade da MAPFRE Brasil, Fátima Lima mediou o painel que discutiu como o seguro pode ser uma ferramenta de proteção e desenvolvimento de longo prazo.
Isaura Morél, Gerente de Sustentabilidade do Sicredi, demonstrou o desafio de conscientizar os brasileiros sobre a importância do seguro de vida, apresentando um case recente do Sicredi, onde uma campanha foi responsável por alavancar o entendimento do seguro como uma ferramenta indispensável nos âmbitos profissional e profissional. “Entendemos que possuímos um desafio de conhecimento em relação ao seguro de vida e sua importância. Através da campanha, levamos a importância desse elemento na vida dos cooperados”, destacou.
O Instituto Cresol, através da participação de Itamar Vodzicki, Gerente da instituição, destacou projetos focados em desenvolvimento profissional para jovens e equidade de gênero, ressaltando que 42% de seus cooperados são mulheres, e que a equidade é um dos principais pontos de discussão da Cresol
Para finalizar o painel, Luiz Edson Feltrin, Superintendente de Cidadania do Sicoob, apresentou as três agendas do sistema cooperativo, que se pautam nos temas de sustentabilidade, cidadania financeira e investimento social, alinhadas às necessidades das comunidades onde atuam. “Temos todo um portfólio de programas que se alinham com as necessidades das comunidades. E a cooperativa, que está em campo e presente nesses locais, tem a sua disposição as iniciativas para que escolham as que mais se alinham com as demandas das comunidades onde estão presentes”, pontuou.
Inovação e I.A
Em seguida, o painel ‘Inovação e IA: como a inovação pode auxiliar na distribuição e regulação de seguros nas cooperativas?‘, recebeu Rodrigo Kondo, Superintendente de Inteligência de Mercado da MAPFRE Brasil; Hugo Assis, Diretor Geral de Estratégia e Transformação da MAPFRE e Rogério Tamassa, Co fundador da Consultoria Liga Ventures. A conversa destacou como as cooperativas de seguros podem se beneficiar das megatendências atuais. A hiperconectividade e a inteligência artificial foram apresentadas como motores de transformação, capazes de otimizar a distribuição e regulação de seguros.
O desafio, segundo os especialistas, reside em adaptar-se a essa “velocidade exponencial da mudança” e implementar a IA de ponta a ponta na cadeia de valor do seguro, o que ainda esbarra na falta de hiper personalização no setor, Para as cooperativas, a modernização de processos se mostra essencial para atender às novas demandas do mercado. A cocriação, mencionada como um passo fundamental, permite que as cooperativas compreendam as necessidades reais dos seus cooperados e ofereçam soluções mais alinhadas.
Medo do futuro?
Para finalizar a tarde de discussões, o Futurista e Especialista em Transformação Digital – Carlos Piazza – trouxe insights poderosos sobre como o futuro é uma consequência das ações diárias e que o cooperativismo tem afinidade com essa mentalidade. Piazza também alertou sobre o ritmo acelerado das mudanças e a dificuldade dos modelos de trabalho atuais em acompanhá-las. “O peso da caneta da governança falha no aprimoramento diante de processos antigos”, reforçou.
Em maio a tantos avanços, Piazza fechou sua fala destacando que neste momento de avanços acelerados, reconectar-se com a essência que nos faz humanos, é a chave para seguir adiante.



Por Leonardo César – Redação MundoCoop / Fotos: Redação MundoCoop