Os Hubs de inovação têm se tornado cada vez mais necessários para as cooperativas, por trazerem ideias, iniciativas, trocas de experiências e proporcionar importantes estratégias de intercooperação. No Brasil e no mundo, eles têm crescido muito, trazendo diversos benefícios para todo o ecossistema e as corporações.
No ambiente cooperativo, temos alguns exemplos notórios, como em Goiás, onde Sistema OCB/GO fundou o seu próprio hub para atender as cooperativas, empresas, startups e demais interessados. No Paraná, a Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel) também apostou na criação de um hub para acelerar os processos de inovação cooperativos. E estes são apenas alguns exemplos, em um universos de inúmeras cooperativas que tem buscado nos hubs uma via para desenvolverem novas estratégias e produtos.
Para falar sobre o impacto desses centros de inovação para as cooperativas, a MundoCoop conversou com Jorge Dietrich, Coordenador de Novos Negócios e Agronegócio da ESPM. Em entrevista exclusiva, Dietrich fala sobre a importância dos hubs para as coops e ainda, as perspectivas para o futuro deles dentro do ecossistema cooperativista.
Confira!
Qual é a importância do hubs de inovação para o cooperativismo?
A principal vantagem é a própria integração. Projetos inovadores já existem, mas isolados quase sempre. O Hub vai agir de uma forma mais centralizada e aproveitando a sinergia entre os players do ecossistema.
Também isso vai ajudar na cultura da cooperativa, pois mesmo dentro delas os projetos são isolados. O Hub proporciona uma maior interligação entre os projetos de diferentes áreas ou participantes da cadeia. Isso melhora a metodologia e mostra para todas as áreas e participantes a importância estratégica dos projetos desenvolvidos.
Analisando o atual cenário, como você descreve o papel dos hubs no ambiente das cooperativas?
Na verdade, os hubs já são uma prática importante no mercado. Importante é destacar o objetivo de desenvolver um ambiente colaborativo projetado para integrar todos os players, e as cooperativas são muito importantes nesse contexto. O desenvolvimento do hub faz parte do Programa de Inovação coordenado pela Ocepar com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR) em parceria com o Senai.
O objetivo é fortalecer o cenário de inovação cooperativista no Paraná, promovendo a troca de experiência entre os players, aprimorando a inovação e a intercooperação.
Quais são os principais objetivos destes ambientes de inovação?
Os objetivos são integrar os projetos de diferentes áreas das cooperativas e dos diferentes participantes.
Ainda temos os objetivos de intercooperação, comunicação, envolvimento, o desenvolvimento de práticas de inovação, o benchmarking com outros setores, a aprimoração da transformação digital, a presença do contexto de disrupção.
Quais são as expectativas e as perspectivas para os próximos anos?
As perspectivas são um caminho sem volta. As cooperativas e o agronegócio não podem desconsiderar, e isso não está acontecendo, o ecossistema de inovação.
Acredito que o sistema cooperativo vive um grande dilema: como levar o cooperativismo para as novas gerações. Tenho ouvido muito das diversas cooperativas: “A geração mais nova não quer saber de cooperativismo”. Tenho argumentado: “Será que eles não querem saber ou vocês não conseguem conduzir o cooperativismo com eles?”
Acredito que essa é uma discussão que deve ser conduzida nos hubs de inovação cooperativistas. Estamos diante de uma geração que é mais colaborativa, sensível a propósito e causas sociais. Não parece um ambiente propício para o cooperativismo? Enxergo esse como um tema primordial a ser discutido.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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