O livro Coopland – Passaporte para o sucesso, de Marcelo Vieira Martins, foi lançado durante o evento Legado Coop, realizado em Nova Petrópolis (RS), que, após sua primeira edição, já é considerado um dos principais encontros do cooperativismo no país. A obra apresenta uma nação imaginária construída a partir dos princípios e valores do cooperativismo, onde o desenvolvimento econômico está diretamente ligado à colaboração, à sustentabilidade e ao bem-estar coletivo, com indicadores sociais e de qualidade de vida positivos.
O autor utiliza uma narrativa acessível e simbólica para demonstrar como o modelo cooperativista pode impactar positivamente comunidades, organizações e sociedades inteiras. Após o lançamento no Rio Grande do Sul, estão previstas novas sessões de apresentação do livro nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Além dos eventos de lançamento, exemplares da obra serão distribuídos a lideranças cooperativistas de todo o Brasil, com o objetivo de estimular reflexões e fortalecer o movimento cooperativo.
Um dos principais apoiadores da obra, o presidente da Unicred União, o médico Mauro Marquiotti, comenta nesta entrevista os conceitos centrais do livro e compartilha sua visão sobre como os princípios de Coopland dialogam com os desafios e oportunidades do cooperativismo no Brasil atual.
Como o senhor visualiza as relações humanas em uma nação imaginária baseada no cooperativismo, como propõe o livro Coopland – Passaporte para o Sucesso?
A proposta de Coopland nos convida a imaginar uma sociedade onde os princípios cooperativistas são a base das relações humanas e econômicas. Penso que o autor foi feliz ao propor esse cenário, onde a vida se desenvolve em torno da colaboração, da equidade e do desenvolvimento sustentável. As decisões são tomadas de forma democrática, os resultados são compartilhados e o bem-estar coletivo é prioridade. Essa visão reflete o potencial transformador do cooperativismo na construção de comunidades mais justas e resilientes.
Na sua visão, o que é necessário fazer para que mais pessoas, especialmente os jovens, conheçam melhor e entendam as vantagens de viver em Coopland, ou seja, de participar de uma cooperativa?
É fundamental investir em educação cooperativista desde as fases iniciais da formação escolar, promovendo o entendimento dos valores e benefícios do cooperativismo. Além disso, é importante utilizar canais de comunicação modernos e acessíveis, como redes sociais e plataformas digitais, para dialogar com os jovens de forma atrativa. Iniciativas como programas de estágio, projetos sociais e eventos que envolvam a comunidade também são eficazes para demonstrar, na prática, as vantagens de fazer parte de uma cooperativa.
Com a sua experiência no cooperativismo, Coopland está próxima ou distante da realidade brasileira?
Coopland é uma metáfora inspiradora que, em muitos aspectos, já se materializa no Brasil. Com mais 23 milhões de cooperados, o cooperativismo brasileiro tem demonstrado sua capacidade de promover inclusão social, desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Embora ainda haja desafios a superar, especialmente em termos de conscientização e expansão do modelo, os princípios de Coopland estão cada vez mais presentes em nossas comunidades, indicando que estamos no caminho certo para tornar essa visão uma realidade plena.
Além do currículo das escolas, que ganhos você vê com uma futura inclusão do cooperativismo nas políticas públicas da União, estados e municípios?
A inclusão do cooperativismo nas políticas públicas representa um avanço significativo para o desenvolvimento social e econômico do país. Quando o poder público reconhece e fortalece o modelo cooperativista, amplia-se o acesso ao crédito, estimula-se o empreendedorismo coletivo e gera-se mais emprego e renda nas comunidades. Além disso, políticas públicas alinhadas aos princípios cooperativistas promovem inclusão, sustentabilidade e uma economia mais resiliente e democrática. É uma estratégia eficaz para reduzir desigualdades e fortalecer o tecido social em todas as esferas – local, regional e nacional.