O cooperativismo de crédito no Brasil representa uma importante alternativa ao sistema financeiro tradicional. Nessa modalidade, as instituições financeiras são de propriedade dos próprios associados, que também são seus clientes. Essa estrutura democrática garante que os interesses dos cooperados sejam priorizados, resultando em serviços mais personalizados e taxas mais competitivas.
As cooperativas de crédito oferecem uma ampla gama de produtos e serviços financeiros. Além disso, elas atuam em diversas regiões do país, levando serviços financeiros a localidades onde a presença de bancos tradicionais é limitada. Essa capilaridade é fundamental para promover a inclusão financeira e o desenvolvimento econômico de diversas comunidades.
Harolda Espínola, Consultor Cooperativista da Sisprime do Brasil com atuação no Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias (Desuc), fala sobre atual cenário do cooperativismo financeiro e traça suas perspectivas para o futuro próximo.
Confira!
“A cooperativa nasce para atender a necessidade que o cooperado tem”
A principal diferença começa pelo fato da natureza do tipo da instituição, porque as fintechs, os bancos, são empresas de capital que têm um dono e que exploram aquela atividade econômica oferecendo produtos e serviços. O cooperativismo, na verdade, é uma sociedade de pessoas. Cada cooperado equivale a um cliente. Ele também é dono da cooperativa.
“A razão de existência da cooperativa é prover serviços e crescimento ao seu cooperado”
É assim que o cooperativismo nasceu pela necessidade coletiva. Uma pessoa tem o capital, e precisa rentabilizar esse capital. Então, ele cria um produto chamado crédito, que vai ser tomado por alguém e essa pessoa vai pegar esse dinheiro e fazer lá o que ela precisa fazer, seja uma atividade, uma compra, uma atividade comercial. No cooperativismo, a operação é exatamente a mesma. Ela tem o fluxo financeiro, ela tem uma taxa.
Acontece que ela nasce pela necessidade do cooperado. Ela não nasce para rentabilizar o capital. Ela nasce para atender a necessidade que o cooperado tem. E se a gente pegar esse exemplo do crédito, ele se aplica a qualquer outra operação que a cooperativa faça. E essa é a essência do cooperativismo, não só no cooperativismo financeiro, mas todos os sete ramos que existem no cooperativismo, a lógica é a mesma. Então, essa é a grande diferença.
“Um sistema de grandes proporções“
Coisa que é importante é que as cooperativas. Hoje a gente tem um sistema com mais de 700 cooperativas de crédito, mas cada cooperativa e com quase acho que já passou de 10.000 agências, 10.000 postos de atendimento. Mas cada cooperativa é uma instituição independente, mesmo que ela esteja dentro de um sistema organizado. E ela é próxima, muito próxima da comunidade que ela atende. Então existe uma grande flexibilidade, o mimetismo de cada cooperativa, conseguir oferecer os produtos ou customizar os seus produtos para aquela comunidade para que ela atende e que a comunidade de seus cooperados.
Fonte: Sistema Ocepar