Todos os anos as cooperativas de crédito realizam a distribuição de sobras para os cooperados, que é uma prática que se destaca como uma alternativa vantajosa em relação aos bancos tradicionais, proporcionando benefícios tanto para a instituição, quanto para seus associados. A divisão destes resultados é realizada de maneira democrática, aprovada por meio de assembleias anuais de prestação de contas e seguem critérios como a destinação das sobras para fundos compartilhados e o rateio integralizado no capital do cooperado.
Para entender melhor sobre as vantagens da economia cooperativista e do formato de distribuição dos resultados, falamos com Flávia Kuerten Michels, Analista de Produtos e Negócios da cooperativa de crédito CredCrea, que recentemente realizou a sua Assembleia Geral Ordinária, onde foi divulgado o resultado de R$ 14 milhões em sobras referentes ao exercício de 2023.
De acordo com Flávia, o retorno de sobras nas cooperativas de crédito tem origens que remontam aos primeiros movimentos cooperativistas do século XIX, quando as pessoas se uniam em cooperação para superar desafios financeiros comuns. “Com o passar dos anos, essa prática evoluiu para um modelo estruturado de gestão financeira participativa, onde os associados se tornam co-proprietários da instituição e participam dos seus resultados financeiros”, explica a especialista.
Participação nos lucros
Flávia destaca que a participação nos resultados é uma das principais vantagens percebidas pelos cooperados, pois a cada final de exercício, é possível receber um percentual dos valores da cooperativa, de acordo com o volume de movimentações financeiras realizadas. “Na medida em que o cooperado utiliza os serviços da cooperativa como cartão de crédito, serviços financeiros, investimentos, cobranças, melhor é o seu percentual de recebimento de sobras, tendo uma oportunidade de retorno sobre os produtos utilizados, diferente do que acontece em bancos, onde este resultado é conhecido como ‘lucro’ e será destinado aos acionistas”, explica Flávia.
Redução nas taxas de juros ao cooperado
Ao realizar a distribuição de resultado como juros ao capital dos cooperados, as cooperativas de crédito reduzem a necessidade de capitalização interna, o que pode resultar em menores taxas de juros e tarifas para os serviços financeiros oferecidos. “Ao viabilizar menores taxas de juros, as cooperativas de crédito cumprem com seu princípio de crescimento mútuo, pois torna mais viável aos cooperados o investimento em seus projetos pessoais ou profissionais”, exemplifica a especialista.
Transparência e Governança Democrática
A política de distribuição de resultados incentiva a transparência nas operações financeiras da cooperativa, pois os cooperados têm acesso direto às informações e participam das decisões por meio de assembleias e votações. “Quanto mais os cooperados participarem dos eventos e decisões, mais adequadas aos objetivos dos seus membros as cooperativas de crédito se tornam, pois nessas oportunidades é possível realizar a manifestação pública e a escolha dos investimentos a serem realizados pela instituição”, diz Flávia.
Fomento ao desenvolvimento local
Ao reinvestir os resultados no local onde está inserida, por meio de serviços financeiros a juros acessíveis, as cooperativas de crédito contribuem para o desenvolvimento econômico e social das regiões onde estão inseridas. Flávia ressalta que linhas de crédito mais acessíveis são especialmente relevantes em regiões onde o acesso a crédito bancário tradicional é mais limitado ou restritivo. “Pequenos empresários e empreendedores locais acabam se beneficiando e tirando do papel projetos que de outra forma seriam inviáveis”, conclui.
Fonte: IZY Comunicação
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