A necessidade de uma solução financeira urgente para socorrer as empresas do Rio Grande do Sul atingidas direta ou indiretamente pelo desastre climático foi tema de debate nesta quarta-feira (5) na Federasul. Para tratar desse assunto e do desafio que o Rio Grande do Sul está enfrentando após a tragédia das chuvas, a entidade reuniu em encontro virtual do no Tá na Mesa o diretor-presidente do Banco Sicredi, Cesar Bochi e o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Borges de Almada Abreu que abordaram o tema “O resgate do RS”.
O presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, enfatizou que se não houver recursos “haverá uma onda de demissões no Estado já que as empresas não faturaram no mês de maio e, portanto, não possuem recursos para a folha de pagamento dos funcionários que deve ser paga nesta sexta-feira”.
O dirigente destacou que o setor produtivo vem realizando reuniões de mobilização com parlamentares e lideranças sindicais em busca de um consenso na reivindicação de políticas públicas que possam estancar essa hemorragia. “Precisamos unir forças para resgatar a capacidade de geração de riqueza no Estado”, destacou o presidente.
O dirigente manifestou preocupação com a possibilidade de uma grande onda de demissões se não tiver as medidas emergenciais amanhã anunciadas pelo governo federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS). “Nós precisamos de políticas públicas que estanquem essa hemorragia e se não formos resgatados a tempo, temos risco de que ocorra um êxodo das pessoas do Estado”, cita.
Sousa disse que o Rio Grande do Sul vai diagnosticar problemas de longo e médio prazo, mas, no momento, é necessário resolver isto primeiro. Ele lembra que tem empresas que foram impactadas diretamente pela enchente, porém, indiretamente, o problema afeta todos os segmentos. “O turismo, por exemplo, depende do funcionamento do aeroporto Salgado Filho”, salientou.
Cesar Bochi disse que o Sicredi é o maior financiador no Rio Grande do Sul e o segundo maior do Brasil. As cooperativas do Sicredi também foram reconhecidas pelo BNDES como as maiores financiadoras. Entre as medidas tomadas pelo Sicredi neste momento de dificuldades estão a prorrogação das operações de crédito de modo rápido, mudança da data do vencimento dos cartões de crédito, e postergação das datas dos vencimentos dos seguros, entre outras iniciativas.
O presidente do Bancoob, Marco Aurélio Borges de Almada Abreu, reforçou o papel das cooperativas na busca de soluções para a crise gaúcha visando a retomada da capacidade produtiva do Estado. Relatou que inicialmente tiveram dificuldades nas negociações com os contratos vigentes junto ao Banco Central, mas que em seguida todos os apelos foram atendidos, o que resultou em vários benefícios para tomadores de crédito como prorrogação do vencimento dos financiamentos, suspensão de cobranças de crédito, de seguro vencido, e maior prazo de carência. “Estamos juntos na luta para reunir o máximo de esforços que possam minimizar o impacto das perdas”, complementou Almada.
Fonte: Jornal do Comércio
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