Um estudo conduzido por três economistas da Universidade da Califórnia em San Diego e com a participação de uma economista do Banco Central do Brasil (BCB) apontou relações de causa e efeito entre o acesso a crédito e os impactos benéficos nas empresas e na economia. Esse mercado é movimentado por instituições financeiras, como bancos e cooperativas de crédito, que oferecem desde empréstimos pessoais a recursos para empresas, conforme as necessidades de cada um. Nesse contexto, as cooperativas apresentam inúmeras vantagens, uma vez que o cooperado poderá ter participação nas sobras proporcional aos juros pagos durante a operação de crédito adquirida.
A superintendente de desenvolvimento de negócios do Sicoob UniCentro Br, Luciana Bernardes, explica que as sobras são o resultado financeiro do trabalho realizado ao longo do ano em uma cooperativa de crédito. Nesse caso, o saldo positivo não vai apenas para um acionista, como nas instituições tradicionais, mas é dividido entre os cooperados, conforme a movimentação de cada um, seja aplicando dinheiro, realizando empréstimos ou contratando produtos e serviços, o que garante a justiça financeira, que é um dos princípios do cooperativismo. “Nesse modelo de negócio, são oferecidas taxas mais competitivas no mercado, tanto para emprestar dinheiro, como para captar recursos”, pontua.
Além das taxas atrativas, Luciana esclarece que o cooperado conta com todo o apoio na utilização do crédito para a realização de seus objetivos e projetos. Segundo ela, no Sicoob UniCentro Br, as linhas mais procuradas atualmente são a Cédula de Produto Rural Financeira (CPR-F) e as linhas de Crédito Rural para Custeio e Investimento. “Por meio de um crédito com condições diferenciadas, o produtor pode utilizar o capital de terceiros para fomentar a sua atividade e aumentar a sua produtividade, resultando em maior resultado financeiro. Temos, por exemplo, um caso de um cooperado que operou crédito em sua atividade de agronegócio e obteve recebimento de mais de R$ 100 mil em sobras, junto ao grupo familiar, em apenas dois anos de movimentação na cooperativa”.
Carteira
Com opções personalizadas que atendem a perfis diversos, a superintendente destaca os principais produtos da cooperativa nesse mercado: “Nossa principal linha é o Crédito com Garantia de Imóvel, na qual estamos próximos de alcançar o valor de R$ 700 milhões em carteira. Também temos forte atuação junto ao público do agronegócio, que atualmente está com R$ 380 milhões de Cédula de Produto Rural Financeira (CPR-F) e mais de R$ 660 milhões em linhas de Crédito Rural com recursos próprios e repassados, totalizando mais de R$ 1 bilhão. Além disso, também trabalhamos de forma relevante a linha de crédito com garantia de recebíveis, com uma carteira de R$ 300 milhões”, pontua.
De acordo com Luciana Bernardes, o crédito pode ser utilizado tanto para situações imediatas, como o Capital de Giro e oportunidades de negócios, quanto para investimentos de médio e longo prazos, seja para estrutura ou aumento de eficiência e lucratividade do negócio. Contudo, diante da variedade de opções, a escolha pode ser uma tarefa desafiadora. “É necessário levantar a finalidade do recurso e qual será a destinação, com o máximo de informações, para que se possa oferecer o produto mais adequado à realidade do cooperado e à sua capacidade de pagamento. É importante também verificar a situação do tomador junto aos órgãos de interesse público, bem como diante do mercado financeiro e fornecedores, para evitar possíveis apontamentos durante o processo de crédito”, orienta.
BNDES
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o aumento de R$ 2 bilhões no orçamento do Programa de Capitalização das Cooperativas (Procapcred), em benefício das cooperativas. Luciana Bernardes revela que, por meio do programa, o cooperado poderá financiar a aquisição de cotas da cooperativa, o que pode potencializar a atuação em crédito que a instituição pode fornecer e, assim, fomentar os negócios de todos os cooperados.
Outra vantagem trazida pelo BNDES foi a ampliação das linhas de crédito voltadas para o agronegócio. “Dessa forma, a cooperativa pode atender mais produtores e estreitar o relacionamento, trabalhando também os produtos e serviços e linhas próprias, além de contribuir com a atividade agropecuária e, consequentemente, com o Produto Interno Bruto (PIB) do nosso país. Com o apoio de instituições como o BNDES, o cooperativismo tende a crescer cada vez mais e aumentar a sua participação no mercado financeiro neste ano”, finaliza.
Discussão sobre post