Criada em 2014, a Federação Nacional das Cooperativas de Crédito (FNCC) celebra com entusiasmo seus dez anos em 2024. Representando as cooperativas independentes associadas, cuja parcela já soma 26% entre as cooperativas de crédito atuantes no país, a entidade é a personificação de uma importante voz que auxilia a categoria na consolidação de seu trabalho, fazendo uma ponte entre elas.
Hoje, um Comitê de Representantes das Cooperativas Independentes atua com missão institucional de participar do Grupo Executivo do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (CECO), defendendo os interesses das singulares independentes junto ao Sistema OCB e demais entidades que compõem o SNCC, inclusive reforçando o diálogo com o BC.
Diante dos inúmeros avanços e um crescimento expressivo da participação destas cooperativas no Sistema Financeiro Nacional, a FNCC se volta para o futuro em busca de estimular ainda mais, uma conexão entre as independentes e a sociedade brasileira, sobretudo na busca por impulsionar uma democratização do crédito, missão inerente ao cooperativismo como um todo.
Para entender melhor esse momento da entidade e as perspectivas para a próxima década, a MundoCoop conversou com o Presidente na FNCC, Ivo Lara Rodrigues. Em uma entrevista exclusiva, ele reflete sobre os avanços nos primeiros dez anos da entidade, e reforça os desafios e oportunidades que se abrem nesta nova década que se inicia.
Confira!
A FNCC está completando dez anos de colaborações ao cooperativismo brasileiro. O que esse marco representa para a Instituição? Quais conquistas se destacam neste período?
Somos um movimento que já passou dos 20 anos, a princípio informal, depois como uma associação, mas completar 10 anos, como uma instituição cooperativa é muito emblemático. Foram muitas conquistas, mas acredito que a nossa Sede foi o pontapé inicial para esse ciclo, ter o espaço próprio trouxe ainda mais independência e crescimento, como mais cooperativas conosco, conseguimos aumentar os benefícios e principalmente nossa representatividade.
Nos últimos anos, as cooperativas de crédito expandiram a sua participação no PIB, sendo essenciais em diversos setores. Como você avalia o papel das cooperativas independentes na economia nacional?
As cooperativas independentes ainda possuem uma participação pequena dentro do cooperativismo, mas acredito que somos uma solução muito eficiente para os cooperados. Muitas de nossas cooperativas têm mais de 80 e até 90% de adesão em seu quadro, especialmente as que possuem grande relacionamento com as empresas patrocinadoras ou grupo específico do quadro de adesão.
O Brasil possui muitas empresas sólidas, imaginem o resultado se toda empresa ou grupo tivesse uma opção cooperativa? Acredito que seja um excelente caminho.
As cooperativas independentes ainda possuem uma participação pequena dentro do cooperativismo, mas acredito que somos uma solução muito eficiente para os cooperados.
Quais são os principais desafios que as cooperativas independentes enfrentam no contexto atual? De que forma o sistema cooperativista poderia utilizar da intercooperação para apoiar essas cooperativas?
As independentes possuem maior liberdade, o que vem junto com também uma maior responsabilidade; a escala para nos independentes é algo fundamental, o próprio banco central nos provocou em alguns encontros dizendo que podemos sim ser independentes, mas não precisamos ser sozinhas. A exemplo da FNCC, precisamos trabalharam essa melhoria na escala de nossos serviços, nas obrigações que devem ser cumpridas.
Como as cooperativas independentes estão navegando em cenário econômico cada vez mais competitivo? Quais as principais iniciativas que a FNCC possui para apoiar e expandir a participação das cooperativas de crédito independentes?
As independentes precisam seguir se especializando, especialmente seus gestores. Nesse sentido, a capacitação é um caminho importante. A FNCC proporciona um ambiente de trocas para suas associadas e abre também muitas vezes as demais independentes, mas acredito que precisamos avançar ainda mais, não somente nesse grupo, mas também nos sistemas cooperativos. Atualmente a FNCC apoia iniciativas institucionais que ajudam organizações como o BACEN, Sistema OCB e OCs estaduais a entenderem esse modelo tão específico que temos.
Voltando-se para o ano de 2024 e além, quais as perspectivas da FNCC para o crescimento das cooperativas do sistema?
Nosso plano estratégico é voltado para melhoria e desenvolvimento de nossas associadas, oferecendo realmente intercooperação e melhores oportunidades para que possam atender seu cooperado com excelência e foco. Também sabemos que diversas independentes hoje procuram também escalar suas entregas. Dessa forma vamos buscar uma expansão nesse público, aumentando essa representatividade e melhorando a eficiência operacional de cada cooperativa.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop
Entrevista exclusiva publicada na Revista MundoCoop, edição 117
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