O financiamento de veículos no Brasil vive um dos seus momentos mais aquecidos das últimas décadas. Em outubro, foram financiados 697 mil veículos, segundo levantamento da B3, a bolsa do Brasil, o maior volume para o mês desde 2007, quando o mercado alcançou 709 mil unidades. Na comparação com outubro do ano passado, o crescimento foi de 6,83%, reforçando a retomada consistente do crédito automotivo no país. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, o número chega a 6 milhões de unidades financiadas, entre automóveis leves, motos e veículos pesados — alta de 1% na comparação anual e o melhor desempenho para o período desde 2011. O destaque ficou para os veículos seminovos, que somaram 3,8 milhões de contratos, enquanto os modelos novos responderam por 2,2 milhões.
De acordo com o gerente de Crédito e Captação do Sicoob UniCentro Br, Tulio Teles, a explicação para esse movimento passa diretamente pelo cenário macroeconômico, especialmente pela Taxa Selic. “A Selic, como taxa básica de juros, é a referência para o custo de captação dos bancos, o que se reflete diretamente nas taxas de juros finais do financiamento veicular”, afirma. Ele acrescenta que, em um ambiente de juros elevados, o efeito natural seria a retração do crédito, mas o comportamento do consumidor seguiu outro caminho. “O aumento no volume financiado, notadamente no segmento de usados e seminovos, ocorre porque o encarecimento do veículo zero quilômetro fez com que os consumidores buscassem alternativas mais acessíveis”, explica.
Teles destaca que, apesar da Selic funcionar como um “termômetro da economia”, ela não determina sozinha o custo final do financiamento. “As taxas que o consumidor encontra no mercado dependem também da concorrência entre as instituições, da percepção de risco e das condições oferecidas em cada operação. Mesmo com a Selic alta, é possível encontrar taxas competitivas, especialmente porque o veículo entra como garantia”, observa. Para ele, um eventual ciclo de queda dos juros tende a tornar o crédito ainda mais atrativo nos próximos períodos. E, diante desse cenário, o gerente reforça que a decisão de financiar um veículo deve ir além da taxa nominal anunciada.
“A análise mais importante é o CET, o Custo Efetivo Total, que mostra exatamente quanto será pago ao final do contrato, incluindo tarifas, seguros e impostos. Muitas vezes, propostas com taxas aparentemente menores acabam custando mais no resultado”, alerta. Além do CET, Teles recomenda que o consumidor avalie o tipo de taxa contratada, o impacto do cenário econômico nas parcelas futuras e a compatibilidade do financiamento com o orçamento mensal. “É fundamental considerar também os custos permanentes do veículo, como seguro, IPVA, combustível, manutenção e a depreciação. Para a maioria das pessoas, o carro é um passivo e precisa estar alinhado ao planejamento financeiro”, lembra.
Taxas atrativas
Em meio a esse cenário de demanda aquecida, a maior concorrência entre as instituições financeiras tem contribuído para a oferta de condições mais atrativas no crédito automotivo. O diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br, Diogo Mafia, acredita que o avanço das cooperativas de crédito amplia o acesso a taxas mais equilibradas, ao combinar proximidade com o cooperado, conhecimento da realidade local e estruturas menos concentradas do que as dos grandes bancos. “A competição saudável no sistema financeiro permite que o consumidor se beneficie não apenas de taxas mais competitivas, mas também de uma relação mais transparente, com foco no custo total da operação e na sustentabilidade financeira do contrato ao longo do tempo”, pontua.
Com atuação nacional, o Sicoob UniCentro Br acompanha esse movimento do mercado oferecendo condições alinhadas ao atual perfil do consumidor. A cooperativa financeira disponibiliza taxas a partir de 1,49% ao mês para financiamento de veículos, além de benefícios adicionais para contratos firmados até 30 de dezembro, como um ano de assistência veicular 24 horas, isenção da taxa de adesão do Sicoob Tag e, para financiamentos acima de R$ 100 mil, a entrega de uma Alexa de última geração como presente ao cooperado. Para Diogo Mafia, iniciativas como essas reforçam o papel das cooperativas no atual cenário de crédito. “A maior concorrência entre as instituições financeiras amplia o acesso ao crédito e dá ao consumidor mais poder de escolha. Quando bem-informado, ele consegue tomar uma decisão mais segura, realista e alinhada aos seus objetivos”, conclui.












