Onde há uma cooperativa de crédito, há crescimento e desenvolvimento. Essa é uma verdade comprovada por uma série de quatro estudos sobre os Benefícios do Cooperativismo de Crédito conduzida em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e o pesquisador Juliano Assunção, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), especialista em Microeconomia Aplicada e Desenvolvimento Econômico. Esses estudos revelaram que o impacto positivo do cooperativismo de crédito na economia brasileira vem se destacando nesse cenário.
Diferente de outras instituições financeiras, as cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, nas quais os associados são usuários e donos do negócio com direito a voto nas decisões e participação nos resultados positivos. Essa abordagem inovadora coloca as pessoas em primeiro lugar, priorizando seu bem-estar e desenvolvimento socioeconômico.
Impacto Econômico Positivo
Primeiro dos estudos, o “Benefícios do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira da Fipe” (2019) estimou o quanto o crédito concedido pelas cooperativas movimenta a economia local. A cada R$ 1,00 em crédito cooperativo são gerados R$ 2,45 de valor agregado às regiões, o que implicava em um impacto médio de quase R$ 21 bilhões por ano do cooperativismo de crédito à economia brasileira no período estudado.
Em termos de emprego, foram 240 mil novas vagas ao ano, uma a cada R$ 35,8 mil de crédito concedido. Esses números demonstraram o estímulo ao empreendedorismo local e a importância do cooperativismo para impulsionar a economia, que tem sido alavancada pelo alto crescimento do cooperativismo no Brasil. A carteira de crédito cooperativo já está próxima de alcançar três vezes o tamanho de 2018, último ano avaliado no estudo da Fipe.
Inclusão Financeira efetiva por meio da Presença Física
O cooperativismo de crédito vem desenvolvendo um papel relevante para proporcionar acesso a serviços financeiros completos à população de municípios considerados menos atrativos para outros tipos de instituições financeiras manterem agências. E os estudos evidenciaram a capacidade das cooperativas de atuarem em municípios menores e de difícil bancarização.
Enquanto bancos tradicionais geralmente necessitam um mínimo de 8 mil habitantes para abrir uma agência, a cooperativa consegue estabelecer agências em municípios pequenos. Além disso, as cooperativas conseguem operar em cidades com PIB a partir de R$ 79 milhões, enquanto para os bancos públicos é necessário um PIB mínimo de R$ 146 milhões e, para um banco privado, R$220 milhões.
Essa capacidade beneficia, em especial, áreas rurais e mais afastadas de centros urbanos e contribui para uma inclusão financeira mais ampla. Foi comprovado que a presença de uma agência cooperativa eleva em 25% o acesso a produtos financeiros dos associados em dois anos, em comparação ao comportamento de quem não conta com agência na cidade. A pesquisa também indicou impactos positivos na melhora do comportamento financeiro, pois enquanto 33% dos associados mantêm recursos na poupança no momento da associação, e 13% em depósitos a prazo. Após dez anos de relacionamento, esses índices passam, respectivamente, para 51,2% e 49,4%.
O futuro é cooperativo
Vale ainda destacar a dimensão da responsabilidade social das cooperativas de crédito. Além de fornecer serviços financeiros acessíveis, essas instituições promovem a educação financeira, desenvolvem e apoiam iniciativas sociais e culturais. Esses esforços contribuem para fortalecer os laços comunitários, promover a inclusão social e impulsionar o desenvolvimento humano.
“Somos uma organização de pessoas para pessoas. Nós trabalhamos com um real interesse em apoiar as atividades e a vida financeira dos associados, assim como em colaborar com a sociedade de forma geral. O modelo de cooperativismo de crédito gera muitos benefícios para toda a sociedade e acredito que ele ainda tem muito espaço para crescer no Brasil, ao modelo do que acontece com países como os Estados Unidos e o Canadá, por exemplo”, comenta César Gioda Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi.
As soluções digitais são aliadas na difusão do cooperativismo de crédito. Para oferecer maior conveniência ao associado, as cooperativas investem em canais digitais como o WhatsApp e tem um dos aplicativos mais bem avaliados entre as instituições financeiras. No entanto, mesmo neste cenário de crescente digitalização, é fato que a presença física com mais de 2,5 mil agências espalhadas pelo Brasil segue importante para a inclusão financeira efetiva da população.
Fonte: NSC Total, com adaptação da MundoCoop
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