Especialistas comentam as ações realizadas pelo cooperativismo e apontam possíveis caminhos aos futuros que se delineiam ao setor, em 2022 e adiante
Toda tecnologia, toda inovação é para e pelas pessoas. O fator humano é ponto focal dos possíveis futuros. E de pessoas, o cooperativismo entende muito bem. “A crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza” é a definição de ‘modernidade líquida’, conceito criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, em crítica ao pós-modernismo. Essa liquidez a que Bauman se refere nos coloca diante de um eterno fazer, desfazer e refazer necessário, diante da aceleração das mudanças desencadeadas por acontecimentos como a pandemia, que acelerou a chegada do futuro em uma década, dizem os especialistas.
Apesar da incerteza em relação ao futuro, diz Bauman, não devemos nos atemorizar, para não elevar a ansiedade (também tão característica da sociedade atual) e a insegurança no amanhã. O que é possível, entretanto, é desenvolver a prática de observar tendências e de fazer perguntas e conjecturas. Um “e se?” abre a mente e faz enxergar mais longe. Inclusive é uma tendência que as organizações tenham pessoas com a missão de fazer constantemente a ginástica mental de imaginar cenários e pensar meios de se alcançar ou se evitar certos futuros possíveis (ainda que pareçam pouco concretizáveis).
Como as cooperativas podem se preparar para os possíveis futuros? Sendo mais ágeis; inovativas; promovendo redes tecnológicas; engajando as novas gerações; e, principalmente, sendo proficientes na leitura de futuros, atentas às megatendências que despontam no horizonte e devem trazer relevantes impactos em questões econômicas, demográficas, ambientais, tecnológicas e sociais que demandam ações cooperativas para se promover um amanhã melhor às pessoas.
As cooperativas precisam saber ler futuros
Diante de tantas variáveis e incertezas sobre o futuro, faz-se necessário às cooperativas adotar uma cultura preditiva, ou seja, buscar antever cenários para atuar nas melhores oportunidades, tempestivamente. Quanto mais complexa a organização, mais importante o planejamento e o foresight estratégico (método para análise de futuro), para ler os futuros e pensar caminhos.
A postura dos cooperativistas de se colocarem em constante aprendizado é relevante ponto positivo. Afinal, a curiosidade é essencial para compreender futuros. “O que eu aconselho é treinar as lideranças para serem líderes visionários, e ter uma estrutura voltada para inovação, para essa cultura preditiva”, diz Paula Abbas, futurista e pesquisadora de tendências.
“O futures literacy’, que é a habilidade em leituras de futuro, segundo a Unesco, é a nova competência essencial para o século XXI. Ter esse exercício constante de construção de cenários, leitura de tendências e atualização dessas informações é uma habilidade essencial para se navegar no mundo pós-industrial, no qual tudo pode acontecer”, comenta.
Tudo começa com um…e se?
Não precisa ser nenhum escritor de ficção científica para imaginar futuros às cooperativas. Questionar-se: “e se?”, a partir das megatendências, é um bom começo. E se as alterações climáticas se acentuarem, como podem afetar meu negócio? E se as ferramentas que tenho não forem suficientes para resolver, o que preciso começar a criar para estar preparado a esses futuros possíveis (ainda que distantes)?
“O pensamento comum tem uma visão linear do futuro. Imaginamos que vai ser mais ou menos a continuação do que é hoje. Mas precisamos começar a entender que ele não é necessariamente linear e contínuo; pode ser positivo, negativo, equilibrado, desequilibrado, catastrófico, utópico… O que temos a fazer é investigar e explorar possíveis caminhos a esses futuros” – Letícia Setembro, futurista
O FUTURO ACELERADO PEDE COOPERATIVAS MAIS ÁGEIS
A pandemia é um exemplo de acontecimento possível, mas considerado até então pouco provável de se concretizar. Aos que vislumbram futuros, novos possíveis acontecimentos já estão mapeados, como a crise ambiental, prevista para impactar a humanidade em futuro não muito distante.
Letícia Setembro, que trabalha justamente auxiliando pessoas e empresas a compreenderem como se preparar para os possíveis futuros, diz que “é importante às cooperativas aprenderem a ter agilidade para lidar com mudanças e contratempos; ter menos burocracia e receio de adotar tecnologias que destaquem o modelo cooperativista, considerado muito alinhado com os valores do futuro”.
A resposta do cooperativismo aos desafios trazidos a reboque pela pandemia, promovendo rápidas alterações para seguir apoiando pessoas (cooperados, empregados e comunidade), é o tipo de movimento positivo que deve ser mantido e aprimorado no futuro cooperativo. (À frente, apresentamos alguns exemplos de iniciativas de futuro que já estão sendo desenvolvidas).
O pensamento inovador é essencial nesse futuro cada vez mais acelerado
Pode ajudar nessa missão a adoção de Design Thinking, metodologia que estimula o pensamento criativo de soluções aos mais variados problemas. “Inovação tem a ver com pessoas, com desafios do mundo. Pessoas mudam o mundo, mas ninguém resolve os grandes desafios globais sozinho, é preciso cooperar para encontrar soluções para o mundo, que deu uma virada; esse é o zeitgeist, o espírito do tempo”, reflete Paula Abbas, que além de futurista e pesquisadora de tendências é professora de design thinking e inovação do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE).
“Uma cultura baseada no design thinking é uma cultura de inovação” – Paula Abbas, futurista, pesquisadora de tendências, professora de design thinking e inovação no ISAE
No pós-pandemia, acredita Letícia Setembro, viveremos um período de equilíbrio mais inclusivo, de cocriações fundamentais aos negócios, voltadas a solucionar questões urgentes (como a fome e demanda por alimentos, desequilíbrios ambientais entre outras). “O open innovation é uma tendência que diz que sozinho não conseguimos lidar com esse futuro complexo, mas com boas conexões vamos mais longe; as cooperativas se beneficiam e se beneficiarão disso no futuro”, sugere.
CASE
O FUTURO HOJE: Unimed Lab promove cooperação aberta
No início de 2020, a Unimed anunciou a criação do Unimed Lab, um espaço para integrar agentes (cooperativas do Sistema, hubs de tecnologia, startups, universidades) e proporcionar inovações a partir de um ecossistema de cooperação aberta, ágil e rentável ao sistema de saúde. De acordo com seu relatório de Sustentabilidade e Gestão, já foram realizadas ações
de mapeamento, engajamento e parceria com mais de dez Unimeds, conexão de cinco startups e projetos em processo de escalabilidade. A iniciativa migrou também para o ambiente digital. A pandemia ampliou inclusive a inovação tecnológica na própria forma de atendimento médico, com a telemedicina.
No início de 2020, a Unimed anunciou a criação do Unimed Lab, um espaço para integrar agentes (cooperativas do Sistema, hubs de tecnologia, startups, universidades) e proporcionar inovações a partir de um ecossistema de cooperação aberta, ágil e rentável ao sistema de saúde. De acordo com seu relatório de Sustentabilidade e Gestão, já foram realizadas ações de mapeamento, engajamento e parceria com mais de dez Unimeds, conexão de cinco startups e projetos em processo de escalabilidade. A iniciativa migrou também para o ambiente digital. A pandemia ampliou inclusive a inovação tecnológica na própria forma de atendimento médico, com a telemedicina.
COOPERATIVISMO TECNOLÓGICO EM REDE
Como temos apresentado ao longo deste ano, a pandemia tem sido um impulsionador da economia da cooperação. A cooperação tecnológica em rede extrapola barreiras físicas e conecta, com maior facilidade, parceiros por todo o mundo. “O futuro do cooperativismo é em rede”, assegura Robson Gonçalves, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Se com o avanço dos meios de transporte e comunicação (fatores fundamentais à globalização), o mundo já parecia ‘pequeno’; com as novas tecnologias, ainda mais ágeis e abrangentes, as noções de tempo e espaço foram atualizadas. As relações comerciais, de agora e no futuro, podem mobilizar diversos sujeitos, alocados em várias partes do globo, para a produção e entrega de um produto.
Esse tipo de intercooperação confere ainda mais força ao movimento. “Nesse cooperativismo que não tem mais fronteiras, a capacidade de interagir com outros agentes (fintechs, empresas de suporte tecnológico, de logística etc.) amplia o poder de negociação e gera eficiência. O cooperativismo ganha escala, e quanto maior, melhor. Torna-se um organismo simbiótico”,diz Gonçalves. Além disso, “é preciso mentalidade aberta para se reinventar a qualquer momento, mas sem perder valores, isso é muito importante”, frisa.
“As cooperativas investiram e investem em inovação e tecnologia, acompanhando as megatendências, mas sem se esquecer do desenvolvimento de pessoas. Esse é o segredo que coloca o cooperativismo como referência de negócio para o nosso país”, completa Norman Arruda Filho, presidente do ISAE.
CASE
O FUTURO HOJE: Cooperativa cria e-commerce acompanhando demanda dos cooperados
Tudo o que puder ser digitalizado vai passar a operar no ambiente digital futuramente. A Cocamar, diante dessa constatação e das demandas aceleradas pela pandemia, promoveu a implantação de um e-commerce de suas marcas. Segundo pesquisa McKinsey 2021 sobre o agricultor na era digital, com a pandemia, já são 46% dos agricultores brasileiros que preferem canais online para compras à propriedade.
As vendas pela internet, para Cristiane Kondo, gerente de marketing e comunicação e responsável pelo e-commerce, segundo divulgado pela cooperativa, trouxe lições como a importância em se ter um grupo de trabalho multidisciplinar, para unir visão de futuro à cultura da empresa; assumir riscos; e se manter atento aos sinais de oportunidade do mercado. Tudo para manter a cooperativa alinhada às tendências de futuro.
NOVOS PROFISSIONAIS, OUTRAS RELAÇÕES DE TRABALHO
As análises vêm indicando que os empregos não serão como conhecemos hoje, por causa da tecnologia, também pelas mudanças na própria relação das pessoas com o trabalho (valorização das capacidades humanas, mais autonomia e flexibilidades, por exemplo), que vão levar em conta uma identificação com propósito da empresa, seus valores e posicionamento da marca frente os desdobramentos das megatendências.
Os futuros pedem líderes com visão panorâmica das situações, que também “precisam desenvolver boa estrutura emocional para lidar com a complexidade sem ansiedade e insegurança”, diz Letícia Setembro. Para isso, o caminho não é outro senão estudar — os outros, o mercado, as dinâmicas socioculturais e a si mesmo.
Não há previsão de que as crises psicológicas, por exemplo, tenham fim próximo. O Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade na população do mundo (10%), e o segundo país das Américas com maior número de pessoas em depressão (6%), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto organizações de pessoas, as cooperativas podem promover bem-estar aos empregados e cooperados, mitigando esses efeitos psicológicos.
Além disso, as novas gerações já têm uma relação com o bem-estar no trabalho maior que as anteriores, e “convida as empresas a se posicionarem olhando mais para o bem-estar do funcionário. Tem mais lucratividade as empresas que apostam em employee experience”, comenta Letícia.
O futuro pede uma educação cooperativa que estimule o olhar crítico aos novos cenários e propicie integração dos setores do cooperativismo para a construção conjunta de soluções e negócios
A profissionalização, com programas específicos às cooperativas, gera competências e capacidades para decisões ágeis e servem para ampliar horizontes para o futuro, porque, “tecnologia e inovação são palavras vazias se não agregarmos o principal componente, que é o fator humano, o mais precioso capital de uma cooperativa”, diz Norman Arruda Filho.
A especialista em Desenvolvimento de Soluções do ISAE, Simone Domorato defende que o conhecimento sobre o cooperativismo deveria inclusive amplamente fazer parte dos currículos escolares e acadêmicos. “Enquanto instituição de ensino, a gente pensa muito em como trazer o cooperativismo para dentro do ensino”, comenta.
É preciso também falar às novas gerações, ressignificando o conceito do cooperativismo, fazendo a conexão dos valores cooperativos com os valores que a sociedade tem retomado e que vão seguir no futuro (como justiça social, preservação ambiental entre outros). “É preciso comunicar com clareza isso nas marcas e unidades de negócios. Temos que olhar para as tendências e trazer para as cooperativas também o que está acontecendo nas mídias sociais em relação a marcas”, sugere Danielle Hernandes, consultora de Soluções Corporativas do ISAE. Utilizar ferramentas de interação social para posicionamento da marca cooperativa é uma das mudanças de mentalidade ao cooperativismo do futuro, pois hoje “a intenção é grande, mas a ação é muito tímida”, avalia.
“Precisamos trazer os jovens para a liderança, esse é o momento de se trabalhar a sucessão; de se trabalhar a diversidade, que proporciona uma riqueza muito grande, para que a gente possa crescer. Precisamos quebrar barreiras” – Danielle Hernandes, consultora de Soluções Corporativas do ISAE
AS GRANDES TENDÊNCIAS QUE DEVEM IMPACTAR OS FUTUROS
Estudo oferece subsídios para as cooperativas trabalhem estratégias aos possíveis futuros
Todos vamos ser impactados pelos mesmos desafios globais: crise climática, envelhecimento populacional, ampliação de novas tecnologias de automação, desigualdade econômica, economia circular e criativa, entre outras dinâmicas que emergem no mundo acelerado de futuros incertos. Um estudo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em parceria com o Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE) intitulado “Cooperativismo de olho no futuro: tendências de mercado diante de um novo mundo” aponta os grandes temas que devem gerar impactos futuros à população e exigem decisões estratégicas das cooperativas desde já. Paula Abbas pontua cada uma das megatendências no vídeo ao lado.
Mas, cada megatendência precisa ser analisada levando em conta questões como o possível período de tempo que impactaria o negócio, o quanto afetaria a cooperativa, de que forma esses processos estariam encadeados, por exemplo, para ser protagonista de um futuro desejável. “Vamos consumir essas informações, amadurecê-las, analisar o nível de maturidade que está a minha estrutura para ver se comporta [qualquer inovação]; fugir dos modismos”, orienta Danielle Hernandes.
“Não temos que ter medo de falar, de gritar a plenos pulmões, que já somos ESG desde criancinha. Convidamos todas as cooperativas a aderirem ao movimento SomosCoop, e falar que o cooperativismo é diferenciado” – Fabíola Motta, gerente-geral da OCB
Em relação a estratégias para trabalhar as tendências futuras, Fabíola Motta, gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), sugere que as cooperativas, desde já, explorem melhor seu posicionamento de marca, por exemplo, frente às ações de impacto ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês) que vêm sendo cobradas pela sociedade e deve se intensificar no futuro.
O cooperativismo precisa ressaltar seus pontos fortes, alinhados às megatendências, concorda Letícia Setembro. “O cooperativismo tem de começar a se posicionar perante o mercado como algo moderno, para que seja percebido como do futuro pela população; até porque questões como inclusão, diversidade, equidade de gênero etc. vão ser diferencial até à captação de talentos”.
CASE
O FUTURO HOJE: Sicredi apoia o empreendedorismo feminino com linha de crédito especial
Igualdade de gênero é tema mais que presente agora e no futuro. Olhando para essa demanda, o Sicredi buscou meio de financiar micro, pequenos e médios empreendimentos liderados por mulheres. São US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões) disponíveis desde novembro. São parceiros do Sicredi neste projeto a DEG, Instituição de desenvolvimento financeiro alemã, e a Proparco, agência de fomento francesa; e essa é a primeira parceria internacional com viés social da cooperativa.
Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, produzido pelo Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), 55% das mulheres empreendem por necessidade, mas, das que solicitaram crédito no último ano, 47% tiveram os pedidos negados, segundo estudo do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). As cooperativas têm poder de mudar isso.
O FUTURO HOJE: Cooperativas paranaenses fomentam a inovação digital por meio da intercooperação
Sabe aquela afirmação que fizemos durante todo o ano: o futuro é cooperativo? É nisso que a Frísia se baseia ao desenvolver soluções ao futuro por meio da intercooperação com Castrolanda e Capal. A parceria entre elas já não é de hoje e, no início deste ano, lançaram juntas o CoopMode. A iniciativa conta com a participação da Fundação ABC, instituição paranaense de pesquisa e soluções
tecnológicas ao agronegócio, e objetiva impulsionar a inovação dentro e entre as cooperativas, identificar tendências, ampliar a competitividade e, consequentemente, promover valor aos cooperados e às próprias organizações. “Temos desafios iguais, e estamos unindo forças para resolvê-los de forma rápida e precisa”, declarou, à época do lançamento, o coordenador de Marketing da Frísia, Auke Dijkstra Neto.
E QUANTO AO FUTURO PRÓXIMO?
Iniciamos 2021 com vacina conta covid-19 começando a ser aplicada e renovando as esperanças pelo fim da pandemia. Finalizamos o ano com mais de 65% da população imunizada. E, 2022 promete ser mais um ano repleto de desafios ao cooperativismo e à sociedade, por todas as questões sócio-político-econômicas que vivemos e as acelerações tecnológicas, com as quais estamos aprendendo a lidar.
A futurista Letícia Setembro avalia que em 2022, seguiremos em adaptação às novas realidades que a pandemia trouxe, mas lembra que crises de saúde historicamente evoluíram a sociedade, a tecnologia, as questões sanitárias e outros aspectos. “O Brasil é muito desigual, mas, a gente vem ganhando mais consciência com essa crise, repensando o ego e trabalhando a visão coletiva”. O foco em pessoas é o que mantém o cooperativismo secular e preparado ao futuro.
“Com certeza 2022 ainda vai ser um ano de desafios, mas as cooperativas provaram mais uma vez que em momentos de crise elas são ainda mais fortes, porque o foco está nas pessoas”, reforça Fabíola Motta, gerente-geral da OCB. Por ser ano eleitoral, a instituição prepara para 2022 um programa de educação política do cooperativismo. “O que a gente espera é que nossos cooperados votem de forma consciente, elegendo representantes que acreditem no cooperativismo e na cooperação como forma de mudar o nosso país”, anseia Fabíola.
Em termos econômicos, Robson Gonçalves prevê situações distintas aos ramos cooperativos, devido aos reflexos da pandemia e da crise financeira, que diminui o poder de compra das famílias. Enquanto agro e crédito, por exemplo, tendem a seguir em destaque, com o atendimento diferenciado às necessidades dos cooperados, o setor de transporte se divide, o de carga se mantém com a retomada econômica, mas o urbano deve ter recuperação lenta e sofre mais com aumento do preço dos combustíveis, por exemplo. “O ano não vai ser o mesmo para todo o cooperativismo”, resume.
“As cooperativas devem persistir na busca e na conexão entre tecnologia, ciência e inovação, sem perder o foco no desenvolvimento humano. Esse é o segredo para enfrentarmos os desafios de 2022” – Norman Arruda Filho, presidente do ISAE
Danielle Hernandes acredita que questões como a sustentabilidade devem ganhar ainda mais desdobramentos e relevância em 2022. E Simone Domorato lembra que outro tema a permanecer em alta é o tratamento dos dados e informações, que também auxiliam nas análises de futuros possíveis. “As cooperativas precisam protagonizar futuros desejáveis, e para fazer isso, precisam compreender o que nós, humanos, já sabemos sobre futuros”, pontua Paula Abbas.
Por Nara Chiquetti – Matéria publicada na Revista MundoCoop, edição 103
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